Premiação de Jovens infelizes ou um homem que grita não é um urso que dança
Como todos já sabem, terminou ontem, 30 de janeiro, a 19ª Mostra de Cinema de Tiradentes com cerimônia de premiação.
A Mostra Transições, a Mostra Aurora e a Mostra Foco são recortes competitivos. Na primeira quem vota é o Júri Jovem, formado por estudantes que participaram de oficina de crítica ministrada pelo curador Cléber Eduardo. Já jornalistas, pesquisadores e professores de cinema compõem o Júri da Crítica, que premia o melhor longa da Aurora – competição entre até terceiros filmes de cineastas – e também o melhor curta.
Tem ainda o Prêmio Canal Brasil, em que grupo destacado da imprensa elege o melhor curta; e Prêmio do Júri Popular em que o público consagra o melhor filme e o melhor curta da Mostra.
O Júri Jovem não foi feliz em sua escolha – claro que em minha opinião -, pois Urutau (2015, RJ), de Bernardo Cancella Nabuco, é infinitamente superior – o Mulheres estava torcendo por ele. Elegeram a produção baiana Tropikaos (2015), de Daniel Lisboa.
A Mostra Aurora não errou, pois Jovens infelizes ou o homem que grita não é um urso que dança (2016), de Thiago B. Mendonça, é filme de impacto – ainda que estivesse torcendo por Taego Ãwa (2016), de Henrique Borela e Marcela Borela.
Ainda assim, errou no Melhor Curta, já que quem merecia era Rodrigo de Oliveira com seu belo Eclipse solar (2015, ES). Elegeram Noite escura de São Nunca (2015, RJ), de Samuel Lobo.
Bom, mas pelo menos o Prêmio Canal Brasil acertou e laureou Eclipse solar, de Oliveira.
Já o Prêmio do Júri Popular, tanto de curta quanto de longa, é o de sempre: os vencedores são aqueles exibidos no Cine-Praça – e não estou aqui tirando o mérito dos filmes, que sequer assistiu, mas é porque tem sido assim nas edições da Mostra.
Geraldinos (2015, RJ), de Pedro Asberg e Renato Martins ganhou no formato longa; e Madrepérola (2015, RS), de Deisi Hauenstein no curta.
Longas
O Mulheres assistiu três longas no sábado:
- Ralé (2015, SP), de Helena Ignez - bela ode à liberdade em filme libertário protagonizado por Ney Matogrosso, Djin Sganzerla e Simone Spoladore.
- Introdução á música do sangue (2015, MG), de Luiz Carlos Lacerda – delicado, ainda que trágico, mergulho de Bigode mais uma vez no universo do genial escritor Lúcio Cardoso, com Ney Latorraca, Bete Mendes, Greta Antoine e Armando Babaioff.
- Para minha amada morta (2015, PR), de Aly Muritiba – ainda que utilize clichês em sua conclusão, é história que se acompanha com interesse, com interpretações econômicas e precisas de Fernando Alves Pinto, Lourinelson Vladmir e Mayana Neiva.