11ª Cineop - Encerramento
Cena de Crônica da demolição, 2015, Eduardo Ades
O último dia da 11ª Cineop - Mostra de Ouro Preto movimentou vários espaços da programação: Cine Vila Rica, Cine-Teatro, Centro de Convenções, Cine Praça e Galpão Cine Bar Show. Na agenda, curtas, médias, longas, seminários, encontros de arquivos e atrações musicais.
O Mulheres conferiu o longa de encerramento, a cerimônia e também parte
da apresentação musical no Galpão Cine Bar Show.
Crônica da demolição é uma produção carioca de 2015 dirigida por Eduardo Ades. O
cineasta apresentou o filme em fala extensa, mas não desprovida de interesse.
Versou sobre o tema do filme, salientando a importância daquela exibição já que
a Cineop é exatamente um festival focado na preservação.
Ele agradeceu e dedicou a sessão aos arquivistas presentes na plateia,
já que seu documentário utiliza inúmeros documentos antigos, seja em fotografia
ou imagens em movimento, para contar sobre a demolição do Palácio Monroe,
antiga sede do Senado Federal antes da construção de Brasília e posto abaixo há
quarenta anos.
Ades salientou a importância de um órgão como o Iphan, ainda que tenha
feito críticas ao órgão, sobretudo ao fato de ele definir o que vai ser
tombado ou não, o que pode ser demolido ou não, o que, para ele, é muitas vezes arbitrário. Chamou atenção para o fato de o
Rio de Janeiro ter sofrido uma especulação imobiliária selvagem, o que colocou
por terra quase todos os seus prédios históricos.
Crônica da demolição fala de tudo isso, fala sobre como foi erguido,
como era a sua época de glória, a decadência, a participação fundamental do
arquiteto Lúcio Costa para a demolição do palácio, e as forças políticas e
econômicas envolvidas no processo.
O filme já abre, antes mesmo dos letreiros, mostrando, em fotos, o
Palácio Monroe, edificação de arquitetura eclética, sendo demolido - as imagens
em movimentos serão mostradas depois. De cá da plateia, mesmo sem ter conhecido
o prédio, a gente fica meio doído, lembrando, imagino, cada um das edificações
postas ao chão em suas cidades de origem - impossível não se lembrar do Cine
Metrópole, em Belo Horizonte, por exemplo.
Crônica da demolição tem 89 minutos, metragem que poderia ser diminuída,
já que algumas vezes se estende em reiterações. Ainda assim é filme a que se
acompanha com interesse.
Pedra sabão
A cerimônia de encerramento foi mais rápida que a da abertura - nesse
ano, especificamente, muito longa. O grande momento foi a exibição do
documentário feito pela Cineop em Ouro Preto focalizando a Feira de Pedra
Sabão.
Um dos pontos turísticos mais conhecidos da cidade histórica - há anos
ocupa o mesmo largo depois que saiu do local de origem, a Feira de Pedra Sabão
enfrenta administrações públicas que pensam em retirá-los do local, o que
desagrada a todas as famílias de artesãos que lá trabalham há gerações.
O documentário Caminhos para as pedras, da Mostra Valores, conta um
pouco a história da Feira e de seus artesãos. A direção conduz o mostrado de
forma envolvente e nos ensina um pouco sobre aquele pedaço de Ouro Preto que
sempre cruzamos quando lá estamos, mas mal conhecemos para além dos produtos,
peças e souvenires.
A atração musical da noite foi a banda Candoguêro, com repertório focado
no forró. Para os amantes do gênero.
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11ª Cineop - Mostra de Ouro Preto
Programação completa
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