A memória que me contam, 2012, Lúcia Murat
Lucia Murat é importante cineasta brasileira, com filmes notáveis no currículo como Que bom te ver viva (1989) e Brava gente brasileira (2000).
O site Mulheres do Cinema Brasileiro recebeu o release abaixo sobre o projeto Série Encontros na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, com edição realizada no dia 05 de junho com a cineasta, que vai apresentar o making of de seu novo longa, A memória que me contam, e conversar com estudantes e o público em geral.
A memória que me contam, que será lançado nos cinemas no dia 14 de junho, foi apresentado na 16ª Mostra de Cinema de Tiradentes, em janeiro de 2013, em programação dedicada à atriz Simone Spoladore, grande homenageada da Mostra.
O site Mulheres do Cinema Brasileiro cobriu a Mostra de Cinema de Tiradentes, e, por isso, depois do release sobre o evento, que segue logo abaixo, fica aqui registrada uma pequena apreciação sobre o filme.
Making of de Lúcia Murat na Série Encontros da Escola Darcy Ribeiro
A cineasta Lúcia Murat é a convidada da Série Encontros na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, no dia 5 de junho de 2013, a partir de 19 horas. Ela apresentará o making of de seu filme mais recente, A memória que me contam, a ser lançado em 14 de junho, e vai conversar com alunos e o público em geral. Este é seu nono longa metragem e partiu de uma história autobiográfica. Fala sobre o reencontro de militantes políticos dos anos 1960/70, em torno de uma companheira comum, internada por problemas de saúde. Mas o tratamento é de ficção, como ela explica no texto de divulgação do filme.
“A primeira vez que pensei em fazer este filme foi há mais de 20 anos. Vera Silvia Magalhães (militante que participou do sequestro do embaixador americano em 1968), a quem o filme é dedicado, ainda era viva. E, como sempre acontecia quando ela ficava doente, o grupo de amigos da época de militância se reunia na antessala do hospital à espera de notícias. Mas o filme só começou a ser escrito quando Vera morreu e a dor me levou a voltar ao projeto. E Vera, que passou a se chamar Ana (vivida por Simone Spoladore), deveria ser um personagem ficcional com toda a liberdade que isso permite. Ou seja, Ana existiu em função do filme e foi construída a partir do que a dramaturgia exigia.”
Segundo Lúcia, sua principal ligação com a ECDR é através de sua filha, Júlia Murat, que cursou Direção Cinematográfica. “E acho muito importante haver um centro independente voltado para o estudo do cinema e do audiovisual”, comentou ela. A Série Encontros é uma atividade acadêmica da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, aberta ao público em geral, com entrada franca.
Serviço
Série Encontros com Lúcia Murat
Exibição do Making of de A memória que me contam
Dia 5 de junho de 2013 (quarta-feira), às 19 horas
Escola de Cinema Darcy Ribeiro
Rua da Alfândega, 5 (esquina com Rua 1º de Março) – Centro - Rio de Janeiro (RJ)
Tels.: (21) 2233 0224 / (21) 2516 3514
Entrada franca
A memória que me contam
A memória que me contam, de Lucia Murat, faz com que Simone Spoladore permaneça na tela quase o tempo todo, afinal ela personifica a própria memória que dá título ao filme. Na trama, uma turma de amigos, que se formou na guerrilha à ditadura militar, se reúne diariamente na sala de espera de um hospital, onde Ana, a mais mítica para eles, agoniza no UTI. Enquanto ela permanece no leito entubada, Simone Spoladore dá vida à memória dela e "contracena" com todos os personagens - com direito também à idas e vindas ao passado.
Filmes sobre a ditadura são importantes e devem mesmo ser feitos - e a cineasta Lucia Murat, por ter sido personagem in loco daqueles tempos de guerrilha, sabe do que está falando. O tema está no centro de sua obra cinematográfica, e nesse filme ela o aborda pelo viés da amizade que marca os personagens - A memória que me contam é dedicado à guerrilheira Vera Magalhães. Ainda assim, por vezes o filme circula por alguns lugares comum no roteiro em falas como "a nova geração precisa saber sobre o passado", e em uma montagem um pouco emperrada.
A memória que me contam tem ótimo elenco, com Irene Ravache novamente personificando a voz da cineasta - como havia feito no primeiro filme de Murat, Que bom te ver viva, e veteranos como Clarisse Abujamra, Otávio Agusto, ZéCarlos Machado, Hamilton Vaz Pereira. Conta também com o mítico ator italiano Franco Nero, e com bela presença do jovem ator Miguel Thiré.