Ano 20

13a Cineop - Encerramento e Shows

Show de Tom Zé na 13a Cineop - Crédito: Jackson Romanelli
Depois de cincos dias de maratona, encerrou-se ontem a 13a Cineop - Mostra de Cinema de Ouro Preto.

Os moradores da cidade histórica, patrimônio mundial, e também os visitantes, tiveram à disposição uma programação intensa e gratuita. Dentre as atividades, exibição de longas, médias e curtas, oficinas, seminários, debates, cortejo, exposição, lançamento de livros, atrações musicais, e muito mais.

A sesão de encerramento exibiu o longa O Desmonte do Monte (2017), dirigido por Sinai Sganzerla. O documentário aborda  a história do Monte do Castelo, marco inaugural da cidade do Rio de Janeiro, desde a sua fundação até a sua demolição, passando por todo o contexto e suas histórias.

O Desmonte do Monte surpreendeu parte da plateia pelo tom didático e convencional da direção, notadamente por Sinai ser parte de uma família que tem o cinema experimental na veia: o pai, o cineasta Rogério Sganzerla, é um dos fundadores do Cinema Marginal, e a mãe, a atriz Helena Ignez, mulher determinante do movimento, além de ter uma carreira como diretora também experimental; e a irmã, Djin Sganzerla, atriz mais próxima da estética dos pais, vide a carreira que vem construindo.

O Desmonte do Monte é um tema fascinante, pois envolve questões indígena, da negritude, da colonização, e da fundação de um país, e com material de arquivo, sobretudo fotos, também bastante rico. No entanto, o caminho que a diretora adotou para abordar seu objeto distancia um pouco o mergulho necessário no universo proposto.

Shows

A Cineop apresentou uma das mais saborosas programações musicais de sua história. Como a Temática Histórica foi A Vanguarda Tropical: O cinema e outras artes, a mostra programou um série de shows tropicalistas durante toda a semana.

Uma das atrações de encerramento foi com a banda Sagrada Profana, de Belo Horizonte, formada só por mulheres, com instrumentos de sopros e percussão. 

No set list, a banda anuncia homenagens à icones femininos da música, dessa forma o público pode dançar ao som de músicas como Geni e o Zeppelin, de Chico Buarque, Maria, Maria, de Milton Nascimento, e Maria, da Vila Matilde, canção emblemática na voz de Elza Soares;

Veronez, Cabezas, Buhr

O Mulheres do Cinema Brasileiro conferiu outros shows durante a Cineop, o de abertura, um no meio, e o já citado de encerramento.

Marcelo Veronez fica ainda mais "encapetado" quando se apresenta em Ouro Preto - foi no mesmo palco que, em edição anterior, fez uma das mais impactantes e provocativas apresentações de seu show sensação Não sou nenhum Roberto.

Dessa vez, ele levou o show de seu disco homônimo Narciso deu um grito, e, de novo, botou fogo na plateia, esbanjando seu talento e que é mesmo dono do palco.

Na mesma noite, dia 18, quinta, a banda Cabezas Flutuantes, também de Belo Horizonte, apresentou seu repertório que mistura muitos ritmos.  Quando pesca canções e as elabora, como O Sino da Igrejinha, imortalizado por Clementina de Jesus, o resultado é saborossímo, mas quando repete a canção como tal, caso de Reconvexo, não menos imortal na voz de Maria Bethânia, aí o resultado roça ao cover.  Há de se destacar a presença linda em cena de Idylla Silmarovi, uma dos vocalistas da banda.

Para essa apresentação, a banda convidou a performática Karina Buhr, uma das mais interessantes cantoras e intérpretes surgidas nos últimos anos. Ainda que a pernambucana tem ficado pouco em cena, cantou três músicas e fez percussão para duas, sua presença incendiou  a plateia.

Tom Zé

Já no sábado, 16, subiu ao palco uma das atrações mais esperadas, o cantor e compositor baiano Tom Zé, um dos ícones do Tropicalismo e da moderna música brasileira como um todo.

Tom Zé tem na performance despudorada um de seus maiores encantos. Compositor e cantor talentosísssimo, ele é daqueles artistas que se jogam na cena sem rede de proteção, ou seja, tropicalista até a raiz do cabelo.

O público delirou com suas falas espirituosas e engraçadas, seus gritos de comando, com a calcinha jogada da plateia que ele ostentou na cabeça, e, claro, como músicas contagiantes como Astronauta libertado e Xique Xique.

Grandes shows!

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Mais informações sobre a 13a Cineop no site
www.cineop.com.br

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Sala 
 Betty Faria
Com amor profundo pelo cinema, premiada em vários festivais no Brasil e no exterior