Exibição de Vaga Carne no Cine Tenda - Crédito: Leo Lara
Quem teve a oportunidade de assistir ao espetáculo Vaga Carne, monólogo teatral dirigido e encenado por Grace Passô, imediatamente percebeu que estava frente ao trabalho singular e frente à uma atriz excepcional e em momento pleno.
Pois Vaga Carne chegou ao cinema, em transcriação dirigida por ela e pelo cineasta Ricardo Alves Jr, com o qual Grace realizou trabalhos anteriores: o espetáculo teatral Saraband, peça de Ingmar Bergman, com os dois dirigindo; e o longa Elon não acredita na morte, ela atuando e ele dirigindo.
Com capacidade absoluta tanto para o drama como para a comédia, um dos talentos mais extraordinários de Grace Passô é a voz. E que voz! Grace parece carregar toda a ancestralidade nessa voz poderosa, daí que se é impossível tirar os olhos dela, é mais impossível ainda deixar de ouvi-la. Ouvir o que ela diz e como ela diz.
A transcriação para o cinema nada de braçada com isso, pois, como se sabe, a personagem de Vaga Carne é uma voz que se apodera de corpos. Daí vamos ouvindo seus relatos a partir de dentro. Encarnar essa voz em cena já assombrava as plateia do teatro, e, agora no cinema, essa voz está toda lá, cinematograficamente lá.
Se no palco, a voz conversava com a plateia, no filme os diretores trouxeram pretas e pretos de responsa para a cena, como Zora Santos, Sabrina Rauta, André Novais Oliveira, Hélio Ricardo, Aline Vila Real.
E ainda a voz de Dona Jandira.
Ainda com a tela em branco, a voz em Vaga Carne nos convida a ir com ela.
E como não atender ao convite? Como resistir?
O média Vaga Carne foi realizado especialmente para a exibição na abertura da 22a Mostra de Cinema de Tiradentes, em parceria dos realizadores com a Universo Produção.
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22a Mostra de Cinema de Tiradentes - De 18 a 26 de janeiro de 2019.
Programação completa:
www.mostratiradentes.com.br