22a Mostra de Tiradentes - A Rainha Nzinga
Cena de "A Rainha Nzinga Chegou", de Isabel Casimira Gasparino e Junia Torres
Indagada pela plateia durante o Seminário Encontro com o Filmes sobre o fato de o filme que ela dirige, ao lado de Junia Torres, ter demorado tanto tempo para ser concluido, 16 anos, Isabel Casimira Gasparino foi certeira:
- "Nós temos o relógio, mas quem decide é o tempo".
O filme em questão é o documentário A Rainha Nzinga chegou, produção mineira exibida pela primeira vez ao público na Mostra Aurora, recorte competitivo dentro da 22a Mostra de Cinema de Tiradentes, voltado para cineastas com até três longas no curriculo.
O filme se vale de gravações feitas em um período de 16 anos, seja registrando os festejos do 13 de maio, seja do velório da Rainha Isabel , mãe da atual Rainha Isabel Casimira, seja para a viagem à Angola, filmada especialmente para o filme.
Em A Rainha Nzinga chegou entramos em contato com toda a potência de um reinado negro. E por ser reinado, suas raízes remetem à ancestralidade, daí o que se encena na tela são ritos de toda uma gente, de toda uma cultura, de toda uma devoção.
E por a cultura negra estar amalgamada em todos nós, não só nós pretas e pretos, mas em todo o brasileiro, o que se vê ali em cena é muito mais que religião ou atos de fé, o que já é imenso, mas uma afirmação e uma reafirmação do que fomos feitos.
Ainda que Junia Torres, uma das diretoras, diz que o filme não dá conta de expressar "aquilo tudo", o que se vê em A Rainha Nzinga chegou é tão extasiante, que é capaz de juntar beleza e identificação.
São notáveis passagens como a ida de Isabel Casimira Gasparino, Rainha Conga do Reinado Treze de Maio e seu marido à Angola, como a dela pisando nas pegadas da ancestral gravada na pedra, e a benção da coroa nas águas do mar.
Como cinema, impressiona os cânticos do coral de homens na igreja durante os fetejos do reinado, assim como também o velório da Rainha mãe. E impressiona os cânticos das mulheres angolanas, como também os planos abertos na praia.
No Seminário, Isabel Casimira disse que sua viagem à Angola e todo o filme foi preparado pela ancestralidade. Vendo a força do filme e a força que ele provoca nas pessoas, incluindo o próprio debate, fica difícil discordar da Rainha.
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22a Mostra de Cinema de Tiradentes - De 18 a 26 de janeiro de 2019Programação completa:www.mostratuiradentes.com.br
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O filme em questão é o documentário A Rainha Nzinga chegou, produção mineira exibida pela primeira vez ao público na Mostra Aurora, recorte competitivo dentro da 22a Mostra de Cinema de Tiradentes, voltado para cineastas com até três longas no curriculo.
O filme se vale de gravações feitas em um período de 16 anos, seja registrando os festejos do 13 de maio, seja do velório da Rainha Isabel , mãe da atual Rainha Isabel Casimira, seja para a viagem à Angola, filmada especialmente para o filme.
Em A Rainha Nzinga chegou entramos em contato com toda a potência de um reinado negro. E por ser reinado, suas raízes remetem à ancestralidade, daí o que se encena na tela são ritos de toda uma gente, de toda uma cultura, de toda uma devoção.
E por a cultura negra estar amalgamada em todos nós, não só nós pretas e pretos, mas em todo o brasileiro, o que se vê ali em cena é muito mais que religião ou atos de fé, o que já é imenso, mas uma afirmação e uma reafirmação do que fomos feitos.
Ainda que Junia Torres, uma das diretoras, diz que o filme não dá conta de expressar "aquilo tudo", o que se vê em A Rainha Nzinga chegou é tão extasiante, que é capaz de juntar beleza e identificação.
São notáveis passagens como a ida de Isabel Casimira Gasparino, Rainha Conga do Reinado Treze de Maio e seu marido à Angola, como a dela pisando nas pegadas da ancestral gravada na pedra, e a benção da coroa nas águas do mar.
Como cinema, impressiona os cânticos do coral de homens na igreja durante os fetejos do reinado, assim como também o velório da Rainha mãe. E impressiona os cânticos das mulheres angolanas, como também os planos abertos na praia.
No Seminário, Isabel Casimira disse que sua viagem à Angola e todo o filme foi preparado pela ancestralidade. Vendo a força do filme e a força que ele provoca nas pessoas, incluindo o próprio debate, fica difícil discordar da Rainha.
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22a Mostra de Cinema de Tiradentes - De 18 a 26 de janeiro de 2019
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