Dia Internacional da Mulher
Leila para sempre Diniz, 1976, Mariza Leão e Sérgio Rezende
O cinema brasileiro sempre foi marcado por diferentes ciclos, escolas e movimentos. Foi assim com a fase muda e os Ciclos Regionais, com a Cinédia, com as Chanchadas, com a Vera Cruz, com o Cinema Novo, com o Cinema Marginal, com o Cinema Popular e as Pornochanchadas, com os sucessos da era de ouro da Embrafilme, com o cinema dos Anos 1980, com o Cinema da Retomada e os anos 2000.
E cada um desses momentos pode ser facilmente pontuado por algumas musas que estiveram intimamente ligadas a eles como verdadeiros símbolos. Se na fase muda e nos Ciclos Regionais podemos falar em Carmen Santos, Eva Nil e Nita Ney, na Cinédia e nas Chanchadas é impossível não pensar em Carmen Miranda, Dercy Gonçalves, Eliana Macedo, Adelaide Chiozzo e Fada Santoro.
Ao focalizarmos dois momentos históricos de oposição em estilo, em pensamento e em ritmo de produção, como a Vera Cruz e o Cinema Novo, imediatamente nos vem à cabeça e à retina uma constelação de atrizes.
Na Vera Cruz as presenças de Eliane Lage, Tônia Carrero, Ruth de Souza, Marisa Prado, Ilka Soares e Cacilda Becker; já no Cinema Novo, Odete Lara, Isabel Ribeiro, Anecy Rocha, Ana Maria Magalhães.
Se o Cinema Novo se opôs às chanchadas e ao modelo da Vera Cruz, o Cinema Marginal se rebelou contra ele em fúria e teor libertário. E como pensar em Cinema Marginal sem falar em Helena Ignez e Maria Gladys?
No Cinema Popular e nas Pornochanchadas das décadas de 70 e 80 – e é bom sempre frisar que pornochanchada é cinema popular, mas cinema popular não é só pornochanchada – é que teremos ainda mais musas, para todos os lados. Atrizes como Helena Ramos, Matilde Mastrangi, Aldine Muller, Nicole Puzzi, Patrícia Scalvi, Selma Egrei, Zilda Mayo, Monique Lafond, Zaira Bueno e Neide Ribeiro estarão para sempre no imaginário popular.
Os grandes sucessos da Embrafilme projetaram nomes como Sônia Braga, Betty Faria e Zezé Motta; já o cinema dos anos 80 exportou para o mundo o talento de Fernanda Torres, Marcélia Cartaxo e Ana Beatriz Nogueira, além de reafirmar em solo brasileiro nomes como Lucélia Santos e Malu Mader.
O Cinema da Retomada tem como símbolo um filme dirigido por uma mulher: Carla Camurati e sua Carlota Joaquina – Princesa do Brasil. E foi essa mesma Retomada que revelou e/ou potencializou os talentos de atrizes como Dira Paes e Leona Cavalli.
E digam: é possível falar do cinema brasileiro dos anos 2000 sem Hermila Guedes e Rosane Mulholland?
Ou seja: mesmo que o cinema seja ainda um universo muito masculino, mais que possível, é fundamental contar a história da cinematografia brasileira pela participação e presença da mulher.
É a isso que se propõe o site Mulheres do Cinema Brasileiro.
Viva o Dia Internacional da Mulher