Carmen Santos, a mulher mais importante da história do cinema brasileiro
Os cariocas ganham mais um festival de cinema, dessa vez no Rio de Janeiro e em Niterói. E o melhor, um festival que se debruça sobre a memória. Começa hoje na capital carioca e vai até o dia 13 de novembro o Arquivo em Cartaz – Festival Internacional de Cinema de Arquivo.
Realizado pelo Arquivo Nacional em parceria com a Universo Produção, o Festival Arquivo em Cartaz já chega mostrando a que veio – a Universo é a realizadora também das Mostras de Tiradentes, Ouro Preto e Belo Horizonte.
Pois me digam: haveria personalidades do cinema brasileiro mais apropriadas para serem homenageadas já na primeira edição do que Carmen Santos e Jurandyr Passos Noronha?
Ao demonstrarem reverência respeito, carinho e admiração por essas duas pessoas fundamentais da história do cinema brasileiro, o Arquivo em Cartaz já sinaliza a seriedade do Festival.
Como se sabe, Carmen Santos é, ainda hoje, a mulher mais importante da nossa história – pelo menos na opinião do site Mulheres do Cinema Brasileiro: atriz, produtora, roteirista, diretora, dona de estúdio. Já Jurandyr Noronha é pesquisador de ponta do cinema nacional, além de documentarista notável.
A abertura do Festival Arquivo em Cartaz será com essas duas homenagens. Daí exibe Inconfidência Mineira: sua produção, assinado por Jurandyr Noronha; e Mulheres no Cinema – Episódio Carmen Santos, dirigido por Lúcia Murat e integrante da série produzida com o objetivo de apresentar curtas dirigidos por mulheres no cinema brasileiro.
Ainda na abertura será exibido o curta Família Movie, dirigido por Ana Moreira, que “pode ser considerado o mais raro em exibição, uma vez que se trata de filme de família produzido na década de 1930 e hoje pertence ao acervo da Fundação Centro Brasileira de TV Educativa”.
As exibições dos três curtas acontecem hoje, 9, às 19h30, no Cine-Pátio - Arquivo Nacional – Praça da República, 173, Centro, Rio de Janeiro.
A programação do Arquivo em Cartaz – Festival Internacional de Cinema de Arquivo é extensa. Segundo os organizadores, serão 50 filmes nacionais e internacionais, em pré-estreias e retrospectivas – longas, médias e curtas – distribuídos em 27 sessões de cinema, mostras itinerantes e temáticas, homenagens, oficinas, debates, exposições que acontecem no Arquivo Nacional e no Espaço BNDES, na cidade do Rio de Janeiro e no Cine Arte UFF, em Niterói.
Os filmes estão agrupados em seis recortes temáticos: Mostra Rio em Movimento, Mostra Competitiva Cinema de Arquivo, Mostra Acervos, Mostra Homenagem, Mostra Arquivo Faz Escola e Mostra Arquivos do Amanhã.
Ainda na programação, haverá três debates Memórias audiovisuais – o fato, o tempo e o lugar da história; Os pioneiros do cinema na cidade do Rio de Janeiro, abordando a importância das salas de cinema de rua e sua extinção nas últimas décadas e a trajetória de Carmen Santos; Visões e revisões – materiais de arquivo nas produções documental, ficcional e jornalística e Por dentro dos arquivos cinematográficos – desafios para a gestão, preservação, conservação e acesso aos acervos de cinema.
Haverá ainda Oficinas e o lançamento da revista-catálogo Arquivo em Cartaz e duas exposições temáticas alusivas à história da cidade do Rio de Janeiro para celebrar os 450 anos da cidade. Rio em Movimento: cidade natural, cidade construção e Rio 1908: a cidade de portos abertos.
Destaques de cada recorte
Mostra Competitiva Cinema de Arquivo
Mário Lago (Marco Abujamra e Markão Oliveira), Verão da Lata (Tocha Alves e HanáVaisman), Geraldinos (Pedro Asberg e Renato Martins), Joel e Gianni (Maria Rita Nepomuceno), Anita (Luca Magi), A Casa do Mário (Luiz Bargmann Netto), Vacanze al Mare (ErmannoCavazzoni), Elena (Petra Costa), O ano do saque (Rodrigo Dutra e Victor Ferreira), Eu vi (Fábio Eitelberg, Patrick Torres e Pedro Biava), A História Oculta (Orlando Bomfim Netto), Formato Ridotto. Libere Riscritturedel Cinema Amatoriale (AntonioBigini, Paolo Simoni e Claudio Giapponesi), Tudo vai ficar da cor que você quiser (Letícia Simões), Boogie-Woogie na Favela (Daniel Salomão Roque), Miragem (Virgínia Pinho), Boa Morte (Débora de Oliveira), Valentina (Eduardo Souza Lima), Nessa cidade todo mundo já bebeu na bica (Keila Serruya), Nitrate Flames (MirkoStopar) e Tropicália (Marcelo Machado).
Os vencedores receberão o Prêmio Batoque na cerimônia de encerramento do evento, agendada para o dia 13 de novembro, às 19h30, no Cine-Pátio, no Arquivo Nacional.
Mostra Acervos
Jornal Carioca, Largo do Boticário (Humberto Mauro), Cidade do Rio de Janeiro (Adalberto Botelho), Família Movie(Ana Moreira), FondationMarcelMerieux – Brésil 1974-1975(CompagnieLyonnaise de Cinéma em colaboração com Jean Manzon) e Rio – Anos 20 – Carnaval (Título atribuído).
Mostra Homenagem
Sangue Mineiro (1929), Limite (1930) e Argila (1942), e para completar a celebração, o aclamado curta-metragem Mar de Fogo (2014), de Joel Pizzini.
Mostra Rio em Movimento
Eu sou Carlos Imperial (Renato Terra e Ricardo Calil), São Sebastião do Rio de Janeiro, a formação de uma cidade (Juliana de Carvalho), Paisagem Carioca – Vista do Morro (Marco Antonio Pereira) e Arpoador – Praia e Democracia (Hamsa Wood e Helio Pitanga).
Mostra Arquivo Faz Escola
Últimas conversas (Eduardo Coutinho), Carioca era um Rio (Simplício Neto), Cartola: Música para os olhos (Hilton Lacerca e Lírio Ferreira) e Maré, Nossa História de Amor (Lúcia Murat).
Mais informações e programação completa
www.arquivoemcartaz.com.br e www.arquivonacional.gov.br
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Serviço
Arquivo em Cartaz | Festival Internacional de Cinema de Arquivo
9 a 13 de novembro de 2015
Lei Federal de Incentivo à Cultura
Patrocínio: BNDES
Realização: Arquivo Nacional | Instituto Universo Cultural |Universo Produção
Locais de realização do evento
Arquivo Nacional – Praça da República, 173 – Centro | Rio de Janeiro
*CinePátio (400 lugares) e Cine-Teatro (150 lugares)
Espaço BNDES– Av. República do Chile, 100 – Centro |Rio de Janeiro
*Cine BNDES (384 lugares)
Cine Arte UFF – Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí | Niterói
* 290 lugares