Ano 20

Carnaval Atlântida, 1952, José Carlos Burle

Clássico absoluto

Carnaval Atlântida é um clássico absoluto do cinema nacional. E o acerto já vemos logo de cara na placa que identifica o poderoso produtor de cinema que manda no pedaço: Cecílio B. de Milho. E é ele que quer fazer um filme sobre Helena de Tróia, mas tendo à sua volta Oscarito, Eliana, Grande Otelo, Colé, José Lewgoy, Cyll Farney, Wilson Grey e a cubana Maria Antonieta Pons já antevemos que tudo vai mesmo é acabar em chanchada. 

O roteiro do filme é ótimo, e se ele não funciona em todos os momentos - há muitos números musicais fracos e situações sem muita graça - quando acerta é para deixar centenas de filmes no chinelo. Quando? como na hilária cena entre Páris e Helena na pele de Lewgoy e Oscarito; ou no mambo esfuziante e esquizofrênico de Pons e outra vez Oscarito; ou ainda nos saracoteios de Otelo se virando com uma túnica grega. Carnaval Atlântida reúne mestres da chanchada - Burle, Carlos Manga (direção de números musicais), Victor Lima (co-argumento e co-roteiro), e ainda tem ótimos números como os de Blecaute, Maria Antonieta Pons e Nora Ney. Lição de antropofagia para regalo oswaldiano.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
longas brasileiros em 2010 (30)


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Sala 
 Léa Garcia
Dona de um talento ímpar e altivo, Léa Garcia brilha no teatro, na TV e no cinema.