Ano 20

Sessão Bruta, 2022, Coletivo As Talavistas e ela.ltda

Provocações múltiplas e indomáveis

A produção mineira Sessão bruta é mais um grande filme. Em cena, um casarão, onde um grupo de artistas embaralha, embaça e ressignifica os limites entre a vivência e a performatividade. A identidade de gênero aqui, entre universo queer, travestis, trans, não binários, nunca é só escaninho de identificação e sim carta de intenções materializada que rasga o verbo, imprime corpos, e instaura geografias.

Dirigido pelo Coletivo As Talavistas e ela.ltda, a estética de Sessão Bruta, colada em proposição ética demarcada em brasa, é sedutora de ponta a ponta, em que pessoas/personagens não só compõem o quadro e os planos, e sim faz deles quadros e planos, a expressão para fora do construído por dentro. E como resultado de lutas por representatividade e, sobretudo, pela exigência do existir em sua plenitude. 

A partir de cenários, figurinos, artes visuais, cores, fechação, alegria, deboche, colocações diretas e provocativas, monólogos e diálogos contundentes. Assim como a recusa da normatividade inclusive no ator de filmar, do deslocamento do que se escuta para a boca de quem fala, e em sua montagem inventiva fazem de Sessão Bruta um filme de provocações e de experiências múltiplas e indomáveis.

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Sala 
 Léa Garcia
Dona de um talento ímpar e altivo, Léa Garcia brilha no teatro, na TV e no cinema.