Ano 20

Erika Bauer

Com importante e pulsante carreira em vídeos e curtas, entre eles, “Bela Estranha” e “Bom Dia Senhoras”, Érika Bauer, nascida em Belo Horizonte - MG, chegou ao longa com um personagem fascinante: Dom Hélder Câmara. O resultado foi o premiado “Dom Hélder Câmara – O Santo Rebelde”, belo documentário apresentado em festivais e projetos especiais. 

Para o próximo longa, Érika Bauer está se debruçando sobre outro personagem singular, o religioso Dom Pedro Casaldaglia: “Eu quero até o final do ano, a minha idéia é essa. Eu quero fazer esse filme o mais rápido possível porque Casaldaglia está num momento muito frágil, a voz já está começando a ficar mais fraca. É uma conquista minha e dele, porque ele é muito difícil, muito teimoso. É um catalão dificílimo, tem dois anos que a gente está no embate. Eu e ele”. 

Érika Bauer esteve na 9a Mostra de Tiradentes e concedeu entrevista exclusiva ao Mulheres. A cineasta e professora de cinema fala sobre a sua trajetória, conta sobre o processo de trabalho de seu longa de estréia, e comenta sobre o seu próximo filme.



Mulheres do Cinema Brasileiro: No ano passado você esteve aqui na Mostra de Tiradentes exibindo o seu filme “Dom Élder Câmara - O Santo Rebelde”. 

Érika Bauer: E com chuva. 

MCB: É, eu estava aqui. O filme ganhou muitos prêmios, muitos festivais, e eu já quero começar a nossa conversa falando dele, que foi a sua estréia em longa. Como foi estrear em longas, depois de uma carreira extensa em vídeos, e como é lidar com essa repercussão que o “Dom Elder Câmara” teve nos festivais internacionais junto à crítica e também junto ao público? 

EB: O Dom Elder foi um personagem que, quando eu li a biografia, eu vi de cara que ali tinha um filme, tinha um tema muito importante não só para Brasil, mas para a igreja e para o mundo. Foi um grande desafio. Eu comecei com um personagem muito grande e fui tentando desconstruí-lo e chegar no simples. Eu acho que esse foi o grande processo do filme, e do trabalho de pesquisa. Tirar o mito, ganhando um pouco do ser humano. 

Eu já imaginava que a cobrança ia ser muito grande. Aliás, aonde eu passava e falava do Dom Elder, havia uma certa expectativa muito grande, e cobrança. E fui percebendo que no Brasil o tema não se esgotava, que havia muito pouca informação. Havia uma certa idolatria e não se tocava em pontos delicados como o fascismo, o integralismo, como também essa relação dele com o poder, um pouco complexa. E imagens dos anos setenta também não havia. Daí, eu só podia continuar com o filme se eu pudesse completar essa trajetória. Foi ai que eu tive a idéia, importantíssima, de ir para fora. 

Eu fiz todo o percurso que o Dom Elder fez, fui à França, Alemanha, e, graças à internet e aos contatos e amigos, fui descobrindo essa rede que me levou a vários lugares. Eu fui descobrindo o potencial do filme ai. Esse potencial foi se concretizando quando eu comecei a ver imagens dele numa cinemateca na Alemanha falando sobre o Integralismo, sobre a morte, e que estão no filme. Fala da relação dele com o país, com os militares. Cenas dele lá na rádio Olinda, fato que todo mundo falava, mas ninguém podia mostrar imagens nem fotos. 

Quando eu fui à cinemateca Vaticana, eu vi imagens do Dom Elder, de 1967, quando ele acreditava, quando ele era o próprio messiânico falando da mudança de mundo. Porque o Dom Elder não pensava na mudança em Recife, nem no Rio, nem em Brasília. Ele falava de mundo. Então ele dá uma entrevista maravilhosa quando ele estava no auge da esperança e acreditava mesmo que ele estava mudando o mundo. De fato isso aconteceu com essas idéias que ele implantou até hoje, mas, enfim... Fui também à cinemateca de Paris e lá também encontrei imagens. 

Quando eu voltei ao Brasil foi que eu descobri que o buraco era mais embaixo, porque cada imagem dessa era um preço exorbitante. E a cinemateca Vaticana foi tirada totalmente do mapa porque eles não me cederam de maneira alguma. Mas eu descobri o potencial, sabia que esse filme ia ter repercussão, porque eu sofri certa pressão da igreja. Não queriam que eu colocasse certas imagens, certos depoimentos. Principalmente com relação ao Papa. Mas como eles não me financiavam e eu não tinha uma relação institucional com a igreja, eu fui em frente. 

Tem uma carta dele também sobre a política vaticana, de tomada de poder novamente para não deixar que essas idéias latino-americanas tivessem esse fôlego. Pedi permissão para algumas pessoas que me cederam. Então eu sabia que ia ter uma certa repercussão política. Um ponto importantíssimo do filme é que Dom Elder está muito presente. Então quando eu percebi isso, que 70% do filme era Dom Elder, aí eu sabia que ele ia ter mesmo uma força. Ele não é um personagem qualquer. 

MCB: Essa pressão que você disse que sofreu, inclusive da igreja. Além de financiamento, da cessão de documentos, houve também uma pressão formal? Por exemplo: “eu não queria que você fizesse esse filme”? 

EB: Eu acho que não, isso não. Mas as dificuldades foram sendo colocadas, porque a igreja tem uma política muito inteligente. E essa política é a de que você vai até um certo ponto, e a partir dele você começa encontrar certas dificuldades. Avança-se esse ponto as dificuldades vão ficando mais complexas, mais difíceis. Por exemplo, a imagem da cinemateca era fundamental. Até para mostrar o quê que era esse ímpeto, essa força do Concílio Vaticano II, e o quê que virou depois, como essas idéias foram sendo reduzidas. Isso ficava mais claro, mas a Igreja não pode ir tão longe assim porque existem outras forças ali. E Dom Elder não falou só para a Igreja. 

É claro que o filme não passa em certos lugares. O prêmio Margarida de Prata (concedido pela CNBB), foi dividido. Não passou o filme, as imagens que eles mostraram no dia da premiação foram as imagens mais boazinhas de Dom Élder. 

MCB: Eu já ia te perguntar: Mas e o Margarida de Prata? 

EB:  É. Então! É muito interessante observar esses meandros da Igreja, que hoje eu compreendo melhor. E, se havia antes uma igreja progressista e outra mais conservadora, hoje ela é conservadora num todo. Existe um ou outro representante, mas que não tem força. É como o Casadáglia, lá no Araguaia, ele fala ainda, mas fala como um Dom Quixote. Ele fala como um Dom Quixote querendo mudar o mundo, mas como um louco, com aquela espada em riste e com um cavalo, ninguém o leva a sério. É o meu próximo projeto. É assim que a Igreja faz: ela vai cortando seus elos de ligação com o poder. 

MCB: O filme foi muito bem nos festivais. Ele foi premiado também em Brasília e no Ceará, não é isso? 

EB: Foi. Eu gostei muito desse festival. Ele foi também para o Festival de Bogotá, teve uma mostra lá, e o filme foi super bem recebido até por pessoas ligadas à Igreja Latino-americana. Tinha um historiador lá que gostou muito, aliás, eu tenho até que mandar esse filme para lá. O filme foi muito bem, e o que é mais interessante é que o público jovem veio conversar comigo. Há um pedaço da história que eles desconhecem, e cada vez desconhecem mais, pois hoje você tem muita informação, mas não tem a profundidade. Você não sabe de onde veio aquela informação, e porque ela se dá assim. 

MCB: Tem informação, mas não tem conhecimento. 

EB: É, e não tem conhecimento pra entender, pra fazer a ligação dos fatos. E eu acho que o filme percorre um pouco essa história. E não tinha outra forma de apresentar Dom Elder. 

Eu não podia quebrar, fazer a descontração do personagem, da sua história. Então foi a forma que encontrei. E depois cada um faz o lado que quiser da loucura de Dom Elder, porque ele também tinha loucura. Ainda bem. Era um poeta. 

MCB: O filme está sendo apresentado? 

EB: Sim. Teve aquele circuito dos cineclubes simultâneos. Que passou no dia 27 de agosto (se não me engano) em todos os lugares e pequenos lugares do Brasil. Isso foi muito interessante. Com retorno. Houve cartas. 

MCB: Você lembra mais ou menos do número de quantas cidades? 

EB: Olha, a ideia era 27 apresentações, vinte e sete estados brasileiros. E nesses estados, quatro cidades. Então você multiplica ai e você tem o resultado. No Sul, por exemplo, Dom apresentou. No Rio de Janeiro teve o Dom Valdir Calheiros, que é parente do Renan. Depois em Belo Horizonte teve a presença também pessoas interessantes. O filme é apresentado e seguido de debates, isso que é maravilhoso, eu tenho participado de debates ótimos. E continua sendo apresentado, não parou, tem pessoas pedindo para apresentar em certos lugares, nas comunidades de base. 

MCB: E DVD? 

EB: O DVD a gente ta preparando para esse ano, tem muito depoimento que não entrou. 

MCB: E é um documento, porque tem, inclusive, imagens inéditas.. 

EB: É verdade! É verdade! Então é um filme que eu acho muito importante, porque a pesquisa no documentário é fundamental. Não adianta você querer fazer um documentário que trate de um tema desse com ansiedade. Você não pode desistir, você só pode apresentar um filme assim quando você tem todos os instrumentos, todo o seu material à disposição pra fazer uma montagem decente. E foi muito bom, o processo de montagem foi maravilhoso. Eu acho que o grande mérito também é da montagem, porque a gente pode experimentar muito na montagem, na ordem dos fatos, tentar dar um encaminhamento. 

MCB: A gente sabe que a montagem é a alma do cinema, mas no documentário ela ocupa um papel fundamental porque senão muda-se tudo. Muda-se até a história. 

EB: E o documentário é a construção mesmo, do seu objeto. É onde você se surpreende com o casamento de uma cena com a outra. E quando você inova, você reconstrói. E foi maravilhoso. A gente passou quatro meses assim, constantes, muitos intensos na montagem. Eu parei com tudo que eu estava fazendo para me dedicar. E eu tive um montador maravilhoso lá de Brasília, inquieto, que me questionava o tempo todo. Porque que tá assim?.... ta faltando? ... Dom Elder era assim? ... Isso foi muito bom porque você não só conduz as cenas, mas também se questiona. 

MCB: Qual é o nome do montador? 

EB: Sérgio Raposo. O processo de montagem foi muito feliz, foi muito bom. E teve horas, claro, que eu ficava insegura, eu achava que não estava se completando, mas aí a gente refazia. Eu recebi um material maravilhoso, há dois anos eu tentava conquistar a pessoa que tinha esse material. Porque ele acompanhou Dom Elder com super oito, tem as cenas do super oito, “Give me love”, por exemplo. Ele era um fã incondicional, exageradamente fã. Ele botou o nome da filha de Elder Câmara – Gabriele Elder Câmara. Teve uma pessoa muito forte dentro desse processo que o convenceu de nos ceder, então quando eu estava entrando para a sala de montagem, ele enviou essas fitas. Isso foi assim, o grande momento do filme, inclusive com essa inspiração do “Give me love”. Essa cena veio à minha cabeça quando eu vi e depois escutei, por acaso, George Harrison. 

MCB: Para chegar a esse resultado com Dom Elder você teve uma trajetória muito forte, com os vídeos, curtas e vídeos experimentais. Eu queria que você resgatasse um pouco essa trajetória anterior para deixarmos registrado no site. 

EB: Tá bom. Na minha trajetória é importante destacar meu contato com Carlos Alberto Prates Correia, com quem eu trabalhei. Foi o meu primeiro contato com cinema, “Noites do Sertão”. Foi quando eu descobri que cinema era uma coisa muito séria, muito séria e que tinha de vir de dentro. O Prates era uma pessoa que trabalhava com o tema do norte de Minas, com Guimarães Rosa. Eu ficava muito impressionada como ele passava as noites dele olhando pro céu, estudando, trazendo o silêncio. Eu fiz a continuidade do filme e fiquei muito próxima dele. 

Logo em seguida eu tive a sorte de conseguir uma bolsa e depois consegui entrar para a escola, lá de Munique. Eu tenho uma mãe alemã, e eu acho que a Alemanha foi também algo muito forte na minha vida porque me fez refletir dentro da solidão. Eu fiz um filme lá, fiz alguns curtas. Isso foi em 87. Na Alemanha eu realizei três trabalhos. Um foi um documentário sobre um garoto que estava preso num sistema diferente do penitenciário, um sistema livre. Ele tinha matado o pai. Isso me chocou um pouco, esse contato com esse garoto. E fiz dois filmes um é o “Bela Estranha”, que passou aqui nos festivais. O “Bela Estranha” até ganhou prêmio de contribuição à montagem, á linguagem cinematográfica. Eu pude experimentar porque eu estava numa escola, eu tinha dinheiro, tinha tudo, e não tinha compromisso com nada. Esse filme era sobre três brasileiras e três elementos: água, fogo e terra. É de 94. 

Depois eu fiz vários documentários em Belo Horizonte com a Intervalo, fiz outros trabalhos e todos eles foram de muita entrega. Com eles eu aprendi muito a lidar com documentário, e me apaixonei. Aí fiz um curta que é o “Bom Dia Senhoras”, em 1998. É a história de uma tia-avó minha. Eu tinha que botar essa história em algum momento, eu tinha que botar minha mineirice pra fora, que era essas três senhoras dentro do casarão. Bom, eu acho que pra mim o mais importante disso tudo foi o “Bom Dia Senhoras”, porque me fez ver que o buraco é mais embaixo. Não adianta você fazer um filme amamentando, cuidando de família e achar que vai dar tudo certo. Pra mim foi um fiasco, porque eu não estava inteira, eu não me entreguei. E fiz um filme feliz. E não dá pra você fazer tudo ao mesmo tempo, você não é perfeito. A partir daí eu resolvi me entregar à minha família, às minhas filhas. Primeiro ser mãe, criar essas filhas. E passei uma crise enorme, tipo o quê eu quero. Se é cinema, se eu tenho alguma aptidão. Isso foi o momento mais importante para mim. E foi a partir daí, desse isolamento, que veio o “Dom Elder”. 

MCB: No “Bom Dia Senhoras” você trabalhou com a Vanda Lacerda, Neuza Rocha e Lígia Lira. Ótimas atrizes. 

EB: Foi maravilhoso o trabalho com elas. E também com o Ezequias Marques. Foi lindo ver os quatro no camarim, relembrando momentos. Eu gosto muito de trabalhar com velhos, com pessoas mais idosas e o tema da mulher sempre foi muito presente. E agora o tema “batina”. O universo feminino e o da batina me interessam muito, que é essa experiência dessas almas assim, que tem uma certa busca, essa experiência de vida. Enfim, o trabalho com eles em “Bom dia Senhoras” foi muito bom, muito gratificante, mas eu confesso que eu tive muito pouco tempo pra me dedicar. Principalmente na montagem. Eu montei amamentando, viajando com minha filha, e esqueci um pouco, eu deixei de lado a montagem. 

MCB: O curta é de 98, já o longa veio quase dez anos depois .... 

EB: Eu comecei a trabalhar no “Dom Elder” em 199. O curta é de 98, mas ele saiu bem depois. Eu fui pra terapia, tava muito mal, muito mal. Porque eu achava que esse filme ia ser um filme maravilhoso, e não é por ai, não é tão simples, não é só fazer e achar que vai ganhar o mundo tão fácil assim. Mas eu acho importantíssimo uma experiência dessa, para mim foi fundamental porque meu ego caiu assim, quebrou em vários pedaços. E eu acho que quando isso acontece é a melhor coisa do mundo, que ai você começa simples, você vira uma pessoa mais inteira. 

MCB: E é interessante e bacana porque você tem esse momento de questionamento de identidade no cinema e faz o “Dom Elder”. 

EB: É verdade. Eu me lembro que eu me encontrei com Coutinho, ele estava apresentando o filme “Santo Forte”. Eu precisava conversar com alguém, eu estava ainda com dificuldade do que fazer com esse personagem tão grande. Ele falou: “Seja simples. Veja ele do seu tamanho. Seja do tamanho dele ou bote ele do seu tamanho”. Isso foi fundamental para mim, porque ai eu comecei a dialogar com Dom Elder, a olhá-lo como uma pessoa comum, que tinha sonhos como todo mundo. E ai eu acho que andou melhor. 

MCB: Você dá aula lá na faculdade de Brasília, não é isso? De cinema? Quanto tempo? 

EB: Sim, é de cinema. Dou aula desde que me casei, agora me separei. Já tem dez anos. 

MCB: E é bacana? 

EB: Muito, muito, muito. Adoro. Porque me renova. O contato com esses meninos é uma das coisas mais prazerosas que eu tenho. Eu tenho alunos talentosíssimos, mas que precisam, por exemplo, trabalhar tanta coisa dentro deles, precisam cair no chão primeiro. E é uma relação muito bonita que eu tenho com eles, eu gosto muito de escutá-los e isso me inspira. A gente tem um diálogo interessante dentro da sala, eu falo de argumento, de roteiro, eu acompanho muito o processo de criação deles. Ás vezes é doloroso, mas depois vale a pena. E tem a história do cinema que eu revisito, todas as escolas, e a cada semestre é uma descoberta nova com eles. 

MCB: E esse projeto novo? Em que pé que está? 

EB: Nossa! Esse projeto novo está no roteiro. Eu já estou terminando o projeto, e daí eu devo colocar no Minc. Eu não botei na Petrobrás porque eu achei que o roteiro ainda estava verde, eu estou fechando ele agora. É sobre o Casaldaglia, mas muito mais que sobre o Casaldaglia, é a minha busca, é um diálogo que eu tenho com minhas filhas, sobre os sonhos de ontem e o mundo de hoje. É um momento em que elas me perguntam quando é que eu vou fazer um filme normal, um filme que elas vão ver no shopping com as amigas. O filme começa ai, tentando dialogar com elas. 

MCB: Você imagina esse projeto para quando? 

EB: Eu quero até o final do ano, a minha idéia é essa. Eu quero fazer esse filme o mais rápido possível porque Casaldaglia está num momento muito frágil, a voz já está começando a ficar mais fraca. É uma conquista minha e dele, porque ele é muito difícil, muito teimoso. É um catalão dificílimo, tem dois anos que a gente está no embate. Eu e ele. 

Então também é a nossa história. Ele falava sempre no início: “Primeiro a amizade, depois o trabalho”. Então eu fui conquistando a amizade, e fui ganhando paciência. Antes de querer fazer filme a gente tem que realmente conhecer e se abrir pra pessoa, para o nosso objeto. Então é um pouco essa relação do cineasta com seu objeto e com o mundo. E os filhos. 

MCB: Qual a importância que você vê na mostra de Tiradentes, agora chegando à 9º edição? Você que já apresentou trabalhos aqui. 

EB: Eu já estive aqui até como curadora, em 99 ou 2000. A Mostra cresceu muito em importância, eu estou muito surpresa com o tamanho dela, com a relação da mostra com a cidade e com o público. Eu achei que o público cresceu e ela se integrou à cidade. A cada ano que passa eu me surpreendo ainda mais. 

MCB: Agora um momento tradicional. Eu sempre peço para as minhas entrevistadas, se elas quiserem, claro, que façam uma homenagem à uma mulher da história do cinema. Pode ser do cinema mudo até o atual, qualquer uma e em qualquer área do cinema brasileiro. Tem uma mulher que você gostaria .... 

EB: Ana Carolina. 

MCB: E porquê? 

EB: Porque eu acho ela louca, sensível, inteligente e visceral. 

MCB: Alguma coisa que eu não te perguntei e que você gostaria de acrescentar? 

EB: Não, não. Eu acho que eu falei demais. 

MCB: Muito obrigado pela entrevista. 

EB: Obrigada. 



Entrevista realizada em janeiro de 2006 na
9ª Mostra de Cinema de Tiradentes.
O Mulheres viajou a Tiradentes a convite da Mostra. 

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Sala 
 Sala Dina Sfat
Atriz intensa nas telas e de personalidade forte, com falas polêmicas.