Eucir de Souza (Rosanne Mulholland)
Eu vou falar da Rosanne Mulholland.
Eu conheci a Rosanne antes do “Meu Mundo em Perigo”, eu fiz um curta-metragem, que chama-se “14 Bis”, que ela fazia também. E a gente se encontrou rapidamente, eu fazia uma participação nesse curta, ela também.
Quando eu vi a Rosanne pela primeira vez eu achei ela linda demais, uma das mulheres mais bonitas que eu já vi. Mas era isso que eu sabia, né? Enfim, conheci, achei ela linda e admirei muito por isso e também pela energia, pela força, tão jovem e tão focada, tão centrada, era bacana de ver.
Mas aí, quando eu fui conhecendo ela melhor, no “Meu Mundo em Perigo”, eu tinha certeza que isso que tá acontecendo agora, dela já tão jovem receber uma homenagem como atriz de cinema, era certeza que isso aconteceria logo.
Porque é incrível, o ator tem uma coisa muito estranha, o ator tem uma coisa muito engraçada, que é você ter um produto que é você mesmo. Então é uma loucura, porque você faz um filme, por exemplo, e no dia seguinte as pessoas estão comentando o filme e elas falam daquilo como se fosse uma coisa, um produto como qualquer outro, e é você mesmo né? É como se você fosse uma margarina, uma toalha, uma obra de arte que a pessoa compra, consome, e aí ela tem o direito de falar sobre aquilo, se ela gosta, se ela não gosta. Então é uma coisa muito louca, é muito forte.
E ela, a Rosanne, tem isso de tranqüilo assim, ela tem uma humildade, uma tranqüilidade, ela não tem nenhum medo de aprender, ela não tem vergonha de dizer que não sabe e não tem medo de aprender. Então não tem muito erro, não tem como errar, porque eu acho que o erro, às vezes, vem muito da presunção, ele vem muito de você querer se pavonear, de fazer uma coisa que você não tem capacidade pra aquilo, não aprendeu. E ela não, ela chega tranquilinha assim. É louco ver a Rosanne chegando em um set, inclusive, ela chega de óculos, uma calça jeans, tênis, uma camisetinha, assim bem na dela, bem tranqüila. Não parece que dali saem cenas iguais essas que eu vi no “Falsa Loura”, no final do “Falsa Loura”, que é uma loucura de beleza e intensidade.
E é isso, eu acho ela um caso raro de atriz, é conciliar tanto a beleza física quanto... porque ela também vai para os lugares, ela não tem medo de se jogar, ela não tem medo de ir pra densidade, de ir, se isso fosse possível, pro feio, pro desmontado, pro desconstruído. Ela também não tem medo disso. Isso tudo falando de um ponto de vista mais técnico, de um ponto de vista de quem tá vendo de fora.
Agora, pro companheiro de cena é um presente porque é só doçura, só amor, é só educação, companheirismo. Ela é uma pessoa muito fácil de lidar, ela é uma pessoa muito simples nos hábitos e no comportamento, nas conversas. É fácil chegar nela, é fácil conversar com ela sobre assuntos variados.
Enfim, eu fiquei completamente apaixonado, isso acontece também sempre assim, ela chega no set e o set inteiro se apaixona porque é isso. Tem uma piada da Mafalda, aquele quadrinho argentino, que o cara diz que existem as pessoas bonitas por fora e as pessoas bonitas por dentro, e aí tem o Miguelito, que fala: e existimos nós, os bonitos da boldface (risos).
Eu acho que, pra fechar, eu diria que ela é isso assim, é uma beleza da boldface, uma pessoa incrível, uma pessoa que vale a pena conhecer.
Eucir de Souza é ator.
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