Ano 20

Guida Viana

Guida Viana nasceu no Rio de Janeiro - RJ, no dia 22 de novembro de 1954. É atriz com carreira longa e premiada no teatro, onde iniciou sua trajetória artística, e acumula espetáculos importantes, como “Mulher Dividida” e “Dona Otília e Outras Histórias” . “O teatro é a minha casa. Eu posso atuar nos outros veículos, acho, inclusive, que como exercício de atriz a gente deve fazer os outros veículos, cinema, televisão, rádio até, e agora com todas essas novas mídias da internet. Mas o teatro é a minha casa, eu não tenho dúvida disso, não tenho mesmo. Eu comecei no teatro, e o que me encanta é o exercício do palco, que é um exercício ao vivo, do contracenar, do fazer com o outro, para o outro, sem intermediário”. 

A estreia no cinema se deu no filme O Cavalinho Azul (1984), dirigido por Eduardo Escorel e adaptado de peça de Maria Clara Machado, fundadora do Tablado, onde Guida estudou e dá aula.  “Eu me lembro desse filme, esse filme era uma graça, é um filme que o Eduardo Escorel dirigiu, há muitos anos,. Era uma peça da Maria Clara Machado com adaptação da Sura (Berditchevsky) para o cinema, roteirizado por ela.. É a história do Cavalinho Azul,é um filme poético de uma peça premiadíssima da Maria Clara”.

Com trajetória também na televisão, seu papel se destacou na novela “Duas Caras”, de Aguinaldo Silva, Guida Viana intensificou sua presença no cinema, atuando em filmes de Ana Carolina, Carla Camurati, Bruno Barreto, Carlos Diegues. “Ela (Ana Carolina) tem muita dificuldade de descolar patrocínio por isso, por ela ser uma cineasta bastante autoral, ela não abre mão da linguagem dela. O Gregório de Mattos é um filme completamente alternativo, estrelado pelo Wally Salomão, ela coloca um poeta para interpretar outro poeta,  para quem é versado em Gregório de Matos é uma paixão, tem toda poesia dele, a história, a experiência dele em Salvador, na Bahia. A gente ficou 14 dias trancado lá no Forte de Niterói, foi filmado em Niterói, naquele Forte de Santa Cruz, nós ficamos morando ali. E filmou tudo em 14 dias. Eu acho muito bonito, é em preto e branco, é uma linguagem, é um filme da arte”.

Guida Viana esteve em Belo Horizonte para se apresentar na peça “Dona Otília e Outras Histórias”, que protagoniza e com direção, de Gilberto Gawronski, e conversou com o Mulheres do Cinema. Ela repassou sua trajetória: a formação e os trabalhos no teatro, na televisão, e, claro, no cinema, e muito mais.



Mulheres do Cinema Brasileiro: Eu li em uma entrevista você dizendo que os seus pais liberaram para você fazer teatro, mas desde que você fizesse uma faculdade e aí você fez jornalismo. Foi escalada para a editoria de polícia e acabou não querendo ficar Você começou estudando lá no Tablado e também depois ficou como professora, é isso?

Guida Viana: Isso.

MCB: O teatro é realmente a sua casa ou você é uma atriz que não se importa em qual veículo vai atuar?

GV: O teatro é a minha casa. Eu posso atuar nos outros veículos, acho, inclusive, que como exercício de atriz a gente deve fazer os outros veículos, cinema, televisão, rádio até, e agora com todas essas novas mídias da internet. Mas o teatro é a minha casa, eu não tenho dúvida disso, não tenho mesmo. Eu comecei no teatro, e o que me encanta é o exercício do palco, que é um exercício ao vivo, do contracenar, do fazer com o outro, para o outro, sem intermediário. Na verdade, o teatro deveria ser a casa de qualquer ator, eu acho que no teatro é onde a gente aprende realmente o que é esse universo do ator, eu acho que o palco é isso. 

Agora, assim,  você resolve ser ator hoje em dia porque também quer ser famoso, quer fama, quer o dinheiro, muitas vezes virou também uma transição social, você muda de classe,. O mundo caminhou para outro lugar, mas eu acho que o ator é um veículo, ele é intérprete entre alguma ideia, algumas palavras, um texto, um argumento, um pensamento, essa passagem da ideia para passar para o público Esse exercício, na verdade, é muito duro, porque você tem que passar realmente essa ideia, esse sentimento, essa narrativa. O teatro trata de narrativas, histórias que você conta para alguém, essa é a origem do teatro, passar uma história para alguém. E para fazer isso bem feito, obviamente, você precisa de exercício, você precisa depurar,  se conhecer, você precisa trabalhar o seu corpo, a sua voz, a sua imaginação. Como já foi dito, que a ginástica do ator é a imaginação, uma pessoa sem imaginação é uma pessoa pequena, uma pessoa que viaja, que tem uma imaginação forte, trabalhada, etc e tal, é uma pessoa que pode entrar em qualquer universo, em qualquer ambiente, em qualquer ideia. E pode se superar e superar a narrativa,  passar para o outro até, às vezes, o que está além do texto. E  onde é que você pode fazer  isso? É só no teatro, porque o teatro é artesanal, todas as outras mídias são mais rápidas, elas são industriais, elas não te dão tempo de maturar, de amadurecer e de preparar esse amadurecimento que o ator precisa. No teatro você fala de outras coisas, você fala de estilo também, de gênero, se é uma comédia, tragédia, melodrama, se é uma farsa,  etc e tal. Então eu não tenho dúvida que é a minha casa, mas deveria ser também a casa de todos os atores.

MCB: Sua carreira no teatro é longa e premiada. Recentemente você fez um monólogo, “A Mulher Desiludida”. Você poderia citar  alguns destaques?

GV: Eu estreei no Tablado, comecei a estudar teatro com 16 anos e com 21 eu me profissionalizei. A gente saiu de lá com um grupo, que era uma geração que ficou lá cinco, seis anos. Meu primeiro grupo era o “Dependências”, fizemos lá dois espetáculos, o “Dependências de Empregada” e “Beco do Brecht", eram 5 textos curtos. Isso na década de 70, o diretor era João Carlos Mota. A minha geração era o Luiz Cardoso,  José Lavigne, Xuxa Lopes, a gente saiu de lá e fizemos essas peças. Fomos censurados na primeira peça, então já foi assim um choque. Daí eu fui para um grupo, Engenho de Teatro,  no qual eu fiz uma peça venezuelana chamada “Ato Cultural”, em que eu tive minha primeira indicação para revelação de atriz, era uma peça dirigida pelo Marcos Fayard, que hoje em dia é um diretor de teatro em Goiânia. Depois a gente formou o Pessoal do Cabaré,  e aí fizemos vários espetáculos, “Cabaré Valentin”, “Poleiro dos Anjos”, “Serafim Ponte Grande”,  “Beijo no Asfalto”, todos com a direção do Buza Ferraz, ficamos ficou 6 anos juntos.  Lá no Rio era a época dos grupos, então havia um intercâmbio entre o pessoal do Cabaré, do Despertar de Teatro,  do Grupo Dia a Dia, alguns com uma participação política maior do que os outros. Chegando no meio da década de 80 os grupos acabaram, isso porque o capitalismo entrou de uma maneira muito forte e aí ficou impossível produzir teatro do modo  como a gente produzia, que era sem dinheiro nenhum. O Instituto Nacional de Teatro que ajudava os grupos e marcava as viagens para eles, ajudavam os teatros que pertenciam ao que hoje é a Funarte. Em 1985, um pedaço do Pessoal do Cabaré se juntou com o Pessoal do Despertar, que era Maria Padilha, Fabio Junqueira, Angela Rebello, a gente se juntou, eu, Xuxa Lopes, Maria Angela.  A gente montou “As You Like It - Uma peça como você gosta”, com direção do Aderbal Freire-Filho, fizemos uma temporada longa, nos apresentamos, inclusive, aqui em BH, no Grande Teatro do Palácio das Artes. A gente tentou sobreviver como grupo na década de 80, depois eu comecei a ensaiar com a Bia Lessa e acabei fazendo “Os Possessos”, fiz o “El Grande de Coca-Cola”, com o Naum Alves de Souza, um espetáculo muito legal, com Diogo Vilela, Zezé Polessa, Pedro Paulo Rangel, Raul Gazolla. Depois os grupos acabaram definitivamente e eu passei a ser uma atriz freelancer no mercado, eu ia aonde me convidavam. Até então eu produzia, porque quando você trabalha em grupo você faz tudo, você faz produção, divulgação, você atua, você conhece tudo, se você tiver que montar o cenário você monta, se você tiver que operar a luz você opera, você dá aula, a gente vivia muito de dar aula também. Eu comecei a dar aula cedo no Tablado,  em 1980, esse ano estou fazendo 30 anos que eu dou aula no Tablado, eu saí de lá em 1976, e em 80 a Maria Clara me chamou para dar aula lá.

Eu fiz várias peças como convidada por outras atrizes produtoras, eu fiz  “Torre de Babel” com a Marieta Severo, fiz “Gata em Teto de Zinco Quente”, com a Vera Fischer, fiz “Roberto Zucco” , uma produção do Moacir Chaves. Fiz ainda “la Ronde”no comecinho da década de 90,  que ainda era eu e Maria Padilha produzindo, acho que esse foi o último que a gente produziu em forma de cooperativa, em que todo mundo ganha igual, foi em 1991. Depois, quando chegou na década de 2000, eu vi que eu estava começando a virar uma atriz substituta das atrizes da TV Globo. Eu não tenho uma carreira longa na televisão, a minha carreira na televisão é eventual, e aí eu virei uma atriz substituta, eu substituí a Eliane Giardini, a Louise Cardoso, e outras. Daí voltei a produzir, agora individualmente, o que foi uma virada, pois comecei a me produzir.  Produzi “A Mulher Desiludida”, que  estreou em 2005, ficamos três anos em cartaz e  ganhei um prêmio da Qualidade Brasil como atriz. Fiz o “Fim de Jogo”, com direção do Pedro Brício, depois fui trabalhar com a Marília Pêra em “Gloriosa”,  a gente ficou o ano inteiro, e tudo isso viajando muito,  e agora com “Dona Otília e Outras Histórias”, de novo com o Gilberto (gawronski), que foi o  mesmo diretor da “Mulher Desiludida”. 

No ano que vem eu pretendo produzir uma peça que eu já comprei os direitos autorais, do Edward Albee, “A Peça do Casamento”, eu vou fazer com a direção do Pedro Brício,  se tudo der certo comigo e o Paulo Betti no elenco. A gente tem que fazer isso, não ficar esperando os produtores, porque eles querem trabalhar com os atores que estão nas novelas, na Globo, porque eles acham que isso dá mídia,  o que não é verdade. Por exemplo, eu fiquei três anos com a “Mulher Desiludida”, eu não parei de trabalhar um mês, eu viajei pelo Brasil inteiro. Existe um mercado alternativo para o teatro que é este dos festivais, do Palco Giratório, do Circuito  SESC e etc, é um mercado que tem produções maravilhosas, espetáculos lindos, brilhantes, e são esses espetáculos que fazem a linguagem teatral caminhar para a frente. Ao contrário dos espetáculos comerciais, que, obviamente, é bom também a gente ganhar dinheiro, fazendo grande sucesso comercial, mas a gente não precisa  prescindir da qualidade. Então não é porque a atriz estourou na novela das 6, das 7 ou das 8 que isso vai dar qualidade ao trabalho, não é verdade. Eu tenho muito orgulho de ter conseguido me manter vivendo de teatro nesses 35 anos, eu estreei profissionalmente em 1976 e vou fazer agora 35 anos. Obviamente, eu faço de tudo, eu produzo, eu atuo, eu dirijo e eu dou aula.

MCB: Sua estreia no cinema foi  no filme O Cavalinho Azul (1984), dirigido pelo Eduardo Escorel e adaptado da peça  da Maria Clara Machado, não é isso? Você consegue recordar essa primeira experiência do set?

GV: Eu me lembro desse filme, esse filme era uma graça, é um filme que o Eduardo Escorel dirigiu, há muitos anos,. Era uma peça da Maria Clara Machado com adaptação da Sura (Berditchevsky) para o cinema, roteirizado por ela.. É a história do Cavalinho Azul,é um filme poético de uma peça premiadíssima da Maria Clara.

Engraçado,  sempre que me chamam para fazer cinema é alguém que me viu no teatro, então eu fui chamada para fazer  o Romance da Empregada, do Bruno Barreto . Eu fazia a “El Grand Coca-cola” no teatro, a mãe do Bruno viu, a Lucy Barreto,  uma grande produtora, e falou assim “Eu vou falar com meu filho que ele tem que te botar no filme”. E aí eu fui fazer o Romance da Empregada, que era um elenco grande de teatro. Eu, Duse Nacarati, Vic Militello, nós éramos a amigas (da protagonista Fausta, interpretada por Betty Faria). Era um grande elenco, tinha Zezé Polessa, Stela Freitas, Claudia Jimenez, Mário Borges, todo mundo fazendo papel pequeno.

MCB: Cristina Pereira.

GV: Cristina Pereira, todo mundo fazendo papal pequeno e a Betty Faria estrelando, foi um filme que eu acho muito bom, tanto é que ele passa muito no Canal Brasil. É um filme que tem uma linguagem própria, bacana, conta uma história, o roteiro é do Naum (Alves de Souza). Depois eu fico muito tempo sem fazer, mas também teve a morte do cinema, e aí, quando o cinema ressuscitou, com o Carlota Joaquina: Pryncesa do Brasil (1995, Carla Camurati), eu fiz   O Maior Amor do Mundo (2006), do Cacá Diegues.

MCB:  Tem o Gregório de Mattos, da Ana Carolina, antes, não?

GV: Eu acho que sim, teve o Gregório, o Irma Vap: O retorno (2006), eu sei que esses três foram seguidos. O da Ana Carolina tinha também um elenco de teatro, Ruth Escobar, eu.

MCB: A Ana Carolina é uma das nossas cineastas mais autorais. Como foi atuar com ela?

GV: A Ana é maravilhosa, e acho uma pena que ela filme tão pouco, Ela está há cinco anos batalhando um patrocínio para o “Primeira Missa”, que é o novo roteiro dela, ela quer fazer um filme baseado naquele quadro “A Primeira Missa no Brasil” , é um roteiro maravilhoso. Ela tem muita dificuldade de descolar patrocínio por isso, por ela ser uma cineasta bastante autoral, ela não abre mão da linguagem dela. O Gregório de Mattos é um filme completamente alternativo, estrelado pelo Wally Salomão, ela coloca um poeta para interpretar outro poeta,  para quem é versado em Gregório de Matos é uma paixão, tem toda poesia dele, a história, a experiência dele em Salvador, na Bahia. A gente ficou 14 dias trancado lá no Forte de Niterói, foi filmado em Niterói, naquele Forte de Santa Cruz, nós ficamos morando ali. E filmou tudo em 14 dias. Eu acho muito bonito, é em preto e branco, é uma linguagem, é um filme da arte. Em seguida o Irma Vap: O retorno, o O Maior Amor do Mundo, e o Polaróides Urbanas (2008),  que é um filme do Miguel Falabella. Eu senti  muito, mas no ano que passou eu fui chamada pra fazer um filme do Duran (Jorge) e não pude fazer porque eu estava com o “Gloriosa”, viajando pelo Brasil. Eu senti porque o Duran também tem uma linguagem bastante autoral.

MCB:  O maior amor do mundo é um Cacá em grande momento

GV: Eu adorei fazer. Em cinema você tem que gostar do diretor, da turma, porque como tudo é muito decupado, às vezes você não encontra quase ninguém que faz o filme, só os que estão na sua cena, então precisa acreditar no diretor e nos outros atores. O  Cacá é um diretor genial, que faz parte da história do cinema brasileiro, para mim foi uma grande honra filmar com ele. Ele me colocou para fazer a avó do José Wilker, e eu falei “Que engraçado”, e isso foi o que eu mais gostei, vó do José Wilker rsrs. E tem o Marcos Rica, a Deborah Evelyn, foi tudo bacana.

MCB: Novela você não fez muitas, não é isso?

GV: Na Globo eu fiz três. “Livre Pra Voar” foi em 84, e aí demorei 20 anos para fazer outra, que foi “Senhora do Destino” em 2004, olha só, 20 anos. Entre essas novelas, eu participei um pouco do “Primo Basílio”, minissérie dirigida pelo Daniel Filho, “Meu Marido”, outra minissérie. dirigida pelo Valter Lima Júnior, e  fiz especiais. Na TV Manchete eu nunca fiz a novela inteira, mas fiz três participações. Fiz “Kananga do Japão”, eu  fazia a Dr. Nilze da Silveira, que foi para mim um presente, uma coisa muito especial, e eu acabei ficando amiga da Nilze por causa da novela. Fiz “Corpo Santo” e uma outra  que chamava “ Olho por Olho”. E fiz uma última na Globo, que foi “Duas Caras”, do Aguinaldo Silva também (como “Senhora do Destino”).

MCB: Você fez  sucesso em “Duas Caras”.

GV: O Aguinaldo foi muito legal comigo. Em“Senhora do Destino”, quando entrei, a novela já estava no ar. Eu fui chamada pela produtora de elenco, ela falou “Vem, você vai gravar seis meses, não te atrapalha no teatro, eu prometo, e você vai contracenar com a Renata Sorrah”. A Renata é uma grande amiga de teatro que eu admiro, que eu adoro, já trabalhamos juntas, eu já fiz assistência de direção para ela na peça “Mais perto”, que foi dirigida pelo Babenco (Hector).  Na novela eu só contracenava com a Renata, foi muito legal. Aí o Aguinaldo deu uma entrevista em que foi de uma generosidade ímpar. Perguntado sobre quem tinha surpreendido ele na novela, ele disse: “Guida Vianna no papel da empregada que contracenou com a Renata”. Daí, quando fez “Duas Caras”,  ele escreveu um papel e falou lá na TV Globo para me chamarem, que o papel era para mim. Adorei ter feito “Duas Caras” , contracenei com a Marília Péra, com o Stênio Garcia, com a Débora Falabella que eu adoro, Lázaro Ramos, o núcleo era maravilhoso, a gente se deu super bem. Eu acho que até por isso o núcleo aconteceu muito também, com uma vivência bacana,  a gente batia uma bola,  deu tudo certo, direção do Wolf Maya. As minhas três novelas da TV Globo foram com direção do Wolf Maya, acho que só o Wolf Maya me contrata na TV Globo.

MCB: Para terminar, as únicas duas perguntas fixas do site. Primeira: Qual foi o último filme brasileiro a que você assistiu?

GV: Eu não tenho ido muito no cinema, mas eu vejo filme brasileiro, vi o É proibido fumar (Anna Muylaert).

MCB: Eu sempre convido as minhas entrevistadas para homenagearem uma mulher do cinema brasileiro de qualquer época e de qualquer área. Quem você deixa registrada na sua entrevista?

GV: Olha, eu adoro as atrizes brasileiras, elas são únicas,  a gente tem atrizes maravilhosas, brilhantes, especialíssimas. Como não falar de Fernanda Montenegro no Central do Brasil? Como não falar da Laura Cardoso no Terra Estrangeira?. Como não falar das Chanchadas e ai lembrar da Eliana (Macedo), Adelaide (Chiozzo), Dercy Gonçalves? Nós temos atrizes tão brilhantes! Glória Pires em É proibido fumar é uma coisa, é uma aula de interpretação maravilhosa. Fernandinha Torres dá um banho, eu adoro Casa de Areia, adoro aquela dupla, ela e a mãe, acho o filme maravilhoso. A Débora Falabella no 2 Perdidos numa noite suja.

Então eu eu vou homenagear Fernanda Montenegro, que tem uma trajetória brilhante no cinema brasileiro, não só no teatro e na TV, mas no cinema também. Eu adorei a Marília Pêra no filme do Miguel (Falabella, Polaróides urbanas). Vi ela também fazendo um filme que passou muito rápido e que ela faz divinamente, Embarque Imediato, José Wilker e ela, não sei se todo mundo viu, ficou muito pouco tempo em cartaz, mas é um filme brilhante também. Ela tem uma comicidade única, ela vai ali do drama para a comédia em questão de segundos de cena, ela transita muito bem em todas as áreas.

MCB: Obrigado Guida.


Entrevista realizada em Belo Horizonte em agosto de 2010.

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Sala 
 Sala Dina Sfat
Atriz intensa nas telas e de personalidade forte, com falas polêmicas.