Ano 20

Malu Mader

Malu Mader esteve na "12ª Mostra de Cinema de Tiradentes" para lançar "Contratempo" (veja matéria). O filme, que tem como tema o projeto social "Villa-Lobinhos", no Rio de Janeiro, marca sua estréia como diretora de longa-metragem e foi co-dirigido com Mini Kert, da Conspiração Filmes. Malu Mader impressionou a imprensa com o seu profissionalismo e gentileza - enfrentou uma maratona pesada de entrevistas, de 11h30 até às 15h, sem parar. Segundo a atriz, o cinema a fascinou desde a infância: "eu já gostava muito de cinema, de tudo que envolvia atores, histórias inventadas assim eu já gostava". 

Malu Mader surgiu para o grande público em "Eu Prometo", em 1983, última novela de Janete Clair, na Rede Globo - da qual Malu nunca saiu e se tornou estrela. Fernanda Torres e Julia Lemmertz também estavam despontando: "quando eu fui fazer essa novela, eu estava assim nas nuvens porque eu sabia quem era muito a Fernanda Montenegro, sabia quem era Francisco Cuoco, e a Fernanda Torres era portanto filha da Fernanda Montenegro, a Julia Lemmertz filha da Lilian Lemmertz, que também para mim era alguém muito especial. E eu era irmã delas na novela, estava me sentindo assim a tal, de poder conviver com todos eles".

Foi também na década de 80, que Malu Mader estreou no cinema e teve trajetória importante nas telas nesse período: "Quando me chamaram para fazer cinema também, “Rock Estrela” (1986, Lael Rodrigues) era legal, engraçado e tal, mas com “Dedé Mamata” (Dodô Brandão, 1988) e “Feliz Ano Velho” (Roberto Gervitz, 1987) foram diretores que eu gostei muito de trabalhar, eram histórias bacanas. Uma do Marcelo Rubens Paiva, que era um livro que eu já tinha lido e que eu amava, que era um cara que eu me identificava muito, da minha geração, que tinha aquele pano de fundo político também. Com o “Dedé Mamata” também, então era uma coisa bacana, da qual eu me orgulhava".

Depois de anos afastada das telas, Malu Mader intensificou a carreira no cinema a partir dos anos 2000 e foi dirigida por cineastas importantes, como Beto Brant e Nelson Pereira dos Santos: "O Nelson né? Quando ele me chamou, eu fiquei “puta, Nelson Pereira dos Santos”. Fiquei louca e tal, aceitei imediato, nem olhei. Depois fui dar uma espiada para ver o que era o roteiro, mas fiquei bem tiete mesmo dele me chamar. Só que aconteceu uma coisa muito chata, eu tive um cisto no cérebro, convulsões, eu operei a cabeça, né? Aí, obviamente, eu falei, bom, desisti do filme na hora. Só que deu uma coisa no Nelson e ele ficou insistindo, eu não sei se foi uma coisa assim generosa da parte dele de querer dizer ”não, volte”, porque o trabalho tem esse poder, às vezes, de fazer um pessoa voltar à vida, né?”.

Malu Mader conversou com o Mulheres. Nessa entrevista exclusiva, ela repassa a carreira, fala sobre trabalhos na televisão e no cinema - como em "Bellini e a Esfinge", adaptado do livro de seu marido, o músico Tony Bellotto, fala sobre colegas que admira e sobre o seu sonho antigo de dirigir filmes: "já estava achando que eu estava deixando o tempo passar". 

 
Mulheres: Quando você surgiu para o grande público em “Eu Prometo”, última novela da Janete Clair, em 1983, chamou muita atenção o seu núcleo, que apresentava três jovens atrizes de muito talento, você, a Fernanda Torres e a Julia Lemmertz. Você já intuía ali a importância que o cinema teria em sua vida?

Malu Mader: Eu já queria, não sei se eu intuía, né? Porque eu sempre, desde pequena, na condição de filha temporânea, eu ficava muito sozinha em casa. Quando todo mundo saía eu ficava vendo televisão até muito tarde, até ficar aquele chiado. E aí partia para livro, e depois para música, eu ficava lá em casa brincando com o que tinha, porque não tinha internet, não tinha essas coisas. Então eu ficava vendo, passavam grandes clássicos na TV naquela época, de madrugada. E tudo tinha o mesmo peso para mim, uma peça da Maria Clara Machado, “A Menina e o Vento”, a novela das oito e “Umberto D” (risos). Eu assistia tudo que pintava na frente para me distrair, para não ficar só, né? Então eu já gostava muito de cinema, de tudo que envolvia atores, histórias inventadas assim eu já gostava. 

Então quando eu fui fazer essa novela, eu estava assim nas nuvens porque eu sabia quem era muito a Fernanda Montenegro, sabia quem era Francisco Cuoco, e a Fernanda Torres era portanto filha da Fernanda Montenegro, a Julia Lemmertz filha da Lilian Lemmertz, que também para mim era alguém muito especial. E eu era irmã delas na novela, estava me sentindo assim a tal, de poder conviver com todos eles. E tinha também o Ney Latorraca na novela, tinha a Dina Sfat, que para mim era tudo na vida. Então só a convivência com eles para mim já era um presente assim total. Então eu tinha vontade de fazer cinema além de fazer aquela novela ali. 

A experiência de estar com eles era muito boa, mas a novela em si para mim não foi muito prazerosa, não me realizou como atriz, entende? Quando acabou eu não sabia se realmente eu era atriz ou não. Fiquei um tempo, fiz vestibular para Letras e para Sociologia, e passei em Letras na PUC. E aí depois nem fui lá ver se tinha passado em Sociologia porque achei que ia fazer Letras mesmo, que era o que eu queria. E era mais perto de casa e tal, e achei mais prático.
Aí me chamaram para fazer um teste para uma novela do Gilberto Braga. Eu peguei e desisti da escola, fiz ali a faculdade de Letras um pouquinho, mas me consumia muito a novela, e daí não voltei mais para a faculdade.

Mulheres: O cineasta Francisco César Filho fez uma homenagem a você no site ressaltando sua importância para a geração do cinema dos anos 80, com “Rock Estrela”, “Dedé Mamata” e “Feliz Ano Velho”. Como foi vivenciar aquele momento?

Malu Mader: Ah, eu fiquei tão feliz, realmente começou a parecer para mim que ia rolar muito filme. Então eu pensei, porque assim, eu acho que você escolhe as coisas, mas as coisas é que também te escolhem, te acolhem. E, ao mesmo tempo, na televisão estava tudo indo muito bem, pintando muitas coisas maravilhosas, porque eu fiz uma novela do Cassiano Gabus Mendes, que eu amava desde pequena as novelas dele. E ele tinha uma parceria muito boa com o Luis Gustavo, que era um ator fetiche para mim, para a minha família toda, porque o meu pai a vida inteira falou muito do “Beto Rockfeller” e tal. E aí eu fui fazer uma novela com o Tatá, com o Luiz Gustavo, e eu adorei também o Cássio (Gabus Mendes), que depois virou o meu partner mais querido, E aí tudo começou a rolar muito bem na televisão. 

Quando me chamaram para fazer cinema também, “Rock Estrela” (1986, Lael Rodrigues) era legal, engraçado e tal, mas com “Dedé Mamata” (Dodô Brandão, 1988) e “Feliz Ano Velho” (Roberto Gervitz, 1987) foram diretores que eu gostei muito de trabalhar, eram histórias bacanas. Uma do Marcelo Rubens Paiva, que era um livro que eu já tinha lido e que eu amava, que era um cara que eu me identificava muito, da minha geração, que tinha aquele pano de fundo político também. Com o “Dedé Mamata” também, então era uma coisa bacana, da qual eu me orgulhava. 

De repente, quando veio aquela coisa do Collor, aquilo cortou a onda geral né? Eu comecei a fazer muito menos cinema porque eu tinha que trabalhar na televisão, eu não podia me dar o luxo de ficar só fazendo cinema porque era muito pouco filme que rolava. E a gente sempre teve maravilhosas atrizes, uma geração de atrizes assim que acho sensacional, você tem para todo o gosto. Então eu não podia ficar assim só sem contrato, sabe, eu tinha que fazer televisão. Aí, realmente, foquei muito na televisão que era onde eu estava sendo bastante acolhida. 

E tinham dois filmes por ano, três, lembra?. Então, quer dizer, não há nenhum rancor nisso, nem nenhum recalque, mas era uma constatação, tinha muito pouco filme e realmente ali rareou e eu fiquei muito tempo sem fazer cinema, fazia mais novela. Quando pintava um às vezes, eu estava fazendo novela, e depois tive os meus filhos, só fui voltar a fazer filme depois em “Mauá” (“Mauá – O Imperador e o Rei”, 1999 – Sérgio Rezende).

Mulheres: Como a partir daí você fez vários, gostaria que você comentasse sobre alguns. Por exemplo, o “Bellini e a Esfinge” (2001, Roberto Santucci), adaptado do livro do Tony Bellotto.

Malu Mader: Eu acho que é o que eu mais me diverti fazendo, porque eu participei do roteiro, porque era um papel assim, apesar de eu filmar pouco, foi gostoso de fazer. Era um papel que eu gostava no livro, sabe? Era uma época em que eu fiz uma garota de programa, fiz uma cortesã, eu estava muito nesse universo das prostitutas (risos). Mas não era por isso exatamente, eu gostava do papel. Não sei se eu estava vindo de uma fase também na televisão fazendo umas coisas mais sombrias, e aí de repente veio aquele papel, que apesar de estar na noite, num universo, essa coisa noir e tal, mas ela era solar dentro da noite, entendeu? Ela era meio um anjo da guarda dele. Ela tinha que dar uma impressão de, como toda mulher num filme de suspense tem esse caráter, poder estar levando ele para as trevas, mas eu sabia, dentro de mim, que ela era um anjo na vida dele, ela só queria ajudar. 

E adorava a Fátima no livro e adorava a Fátima no filme, então fiz com muito carinho, com muito amor. Adorava. Fora que toda mulher gosta de ficar bonita no cinema, então eu fiquei que nem as piranhas mesmo, me cuidava o dia inteiro, fazia bronzeamento, botava cabelo comprido, unha comprida, fui buscar todos os fetiches possíveis. Aí ficava bem bonita, entrei numa forma que nem aos 17 eu estava (risos). Eu tinha acabado de ter filho, tinha ficado gorda pra caramba, fiz aquele regime meio coisa de Robert de Niro, só que em vez de engordar eu vou emagrecer, e aí tenho mais dois quilos para perder, e aí malhei. Coisa de piranha, né? (risos).

Mulheres: Outro grande encontro seu foi com o Nelson Pereira dos Santos no belo “Brasília, 18%” (2006).

Malu Mader: O Nelson né? Quando ele me chamou, eu fiquei “puta, Nelson Pereira dos Santos”. Fiquei louca e tal, aceitei imediato, nem olhei. Depois fui dar uma espiada para ver o que era o roteiro, mas fiquei bem tiete mesmo dele me chamar. Só que aconteceu uma coisa muito chata, eu tive um cisto no cérebro, convulsões, eu operei a cabeça, né? Aí, obviamente, eu falei, bom, desisti do filme na hora. Só que deu uma coisa no Nelson e ele ficou insistindo, eu não sei se foi uma coisa assim generosa da parte dele de querer dizer ”não, volte”, porque o trabalho tem esse poder, às vezes, de fazer um pessoa voltar à vida, né?”. E ele ficou “não, você tem que fazer”. A filha dele, um amor, a Márcia “não, a gente te espera, te espera”.

Eu fiquei sem saber se eu acatava esse oferecimento do destino e da generosidade dele de querer que eu fizesse. Porque realmente aconteceu uma coisa louca quando eu operei, eu já operei algumas vezes, eu sou meio gato de sete vidas, uma vez eu operei a barriga e fiquei muito tempo me recuperando. A cabeça, o médico falou “você vai ver, não vai doer nada”, e realmente quando eu voltei e não tive nenhuma seqüela, para mim era como seu tivesse igual. Só ficou um roxinho que logo saiu, eu então acreditei que eu pudesse encarar essa empreitada. Eu falei “então ta bom, eu vou fazer”. Mais aí eu saí do hospital, já estava um pouquinho melhor, então, as filmagens começaram daí a uma semana. Caiu um pouquinho o cabelo aqui na cicatriz, em algum lugar.

Só que eu tive uma alergia medicamentosa tão violenta, mas tão violenta. E eu já tinha feito uma cena, uma única cena, que é aquelas coisas no cinema que você sabe que é prejuízo para eles, de ter que refilmar e tal. E aí fiquei entre a cruz e a caldeirinha, “meu Deus, o que eu faço agora, falo para eles desistirem?”. E aí ficava falando para a Márcia, “Márcia, desiste de mim, vai ser difícil, eu estou com uma alergia”. E ela não acreditava pelo telefone, “não, vai dar, não sei o quê”. 

Eu não fui uma atriz que ajudou nas filmagens, entende? Eu estava aquela atriz difícil, ninguém pode filmar, um ator não pode filmar não estando em plena forma física. Então eu estava com uma alergia, a minha cara ficava vermelha, a minha boca, eu não podia comer, a boca toda, nas mucosas. Eu tinha que tomar as coisas no canudo, eu estava péssima, péssima, péssima, péssima. Então ele já é um senhor de idade, o filme é sempre uma empreitada dura para um diretor, é uma coisa que você tem que vencer aquela etapa. E em vez de eu estar ali a postos para ajudá-lo “e aí Nelson, o que você quer que eu faça”, eu ficava assim, de madrugada filmando, e querendo deitar. Eu não estava legal, então é uma coisa que até hoje eu falo, puxa, eu não acredito, ele foi tão generoso, quis que eu filmasse, e eu estava tão péssima, péssima, péssima, péssima. 

Então dá vontade de falar “vamos fazer o filme de novo para eu agora eu me mostrar no meu normal para você e tal”. Uma pena, mas eles foram muito legais, muito generosos, e eu, obviamente, adorei ter filmado com o Nelson, porque foram pouco dias de filmagem, na verdade, por isso é que eles ficaram insistindo tanto para eu filmar. Foi o máximo ter filmado com ele, eu achava interessantíssimo o roteiro. Inclusive, havia ali uma coincidência, a inspiração dele para a história veio de um caso que foi a primeira vez que eu fiquei pensando em dirigir alguma coisa. Porque era daquele caso, lembra? Daquele cara que era da política e matou a própria mulher, à machadadas, e colocou no porta-mala. Já era separado dela, convidou ela para sair para jantar e matou a mulher, porque ela sabia de coisas, aquelas coisas de corrupção política e tal, e matou a mulher à machadadas. E eu me lembro de ter visto uma entrevista desse cara para a Marília Gabriela, ele falando, e eu pensei “já pensou se esse cara realmente matou a mulher e está aqui dando essa entrevista para a Marília com essa desfaçatez?”. E depois descobriram que sim, que ele tinha matado. Eu falei “ gente, isso dá uma história incrível”. 

Mas a história do Nelson não ficou só nisso, foi mais além, aquelas coisas, as viagens dele, e tal. Mas quando ele me falou que tinha se inspirado nessa história, eu falei “cara, mas no dia eu estava vendo essa entrevista e tive também a vontade de fazer um filme disso”. Ou seja, eu gostei muitíssimo, eu adoro a família, acho ele um cineasta assim, um ícone do cinema nacional, fiquei orgulhadíssima de ter filmado com ele, mas não estava em um momento apropriado para filmar.

Mulheres: Agora dirigir filme era um sonho antigo?

Malu Mader: Sim, já estava achando que eu estava deixando o tempo passar.

Mulheres: Há quanto tempo você está nesse projeto, o Villa-Lobinhos?

Malu Mader: Esse projeto é de 2000 ou 2001, eu não tenho certeza porque eu sou ruim de datas, mas já é um projeto de uns oito anos. Agora é que ele se transformou em outra coisa.

Mulheres: Dirigir em parceria tem suas vantagens, como por exemplo, a divisão de problemas.

Malu Mader: Exatamente.

Mulheres: Mas tem também a questão das escolhas, que podem ser divergentes. Como foi esse processo de dirigir o primeiro longa e em parceria?

Malu Mader: Na hora do set foi tudo perfeito, perfeito, perfeito. E na hora da montagem um pouco mais difícil, a gente entrou em alguns atritos ali, dava uma raiva (risos), eu falava “ai Meu Deus, eu queria estar dirigindo sozinha”. Mas depois, eu não consigo me lembrar quais eras essas escolhas, sinto o filme totalmente como meu e dela e assino embaixo de tudo, não consigo mais me lembrar quais eram os pontos.

Mulheres: Qual foi o último filme brasileiro que assistiu que não tenha sido em mostra, que tenha sido no cinema ou em DVD?

Malu Mader: Sem ser em mostra? No cinema ou no DVD? Olha, mais foi em mostra, não nessa, mas foi numa, eu acho.

Mulheres: E qual foi o filme?

Malu Mader; Acho que foi “A Festa da Menina Morta”, do Matheus (Naschetergaele), eu gostei muitíssimo. Gostei mesmo, não estou falando aqui porque “ah, é filme de amigo”. Fiquei muito impressionada com o filme, com a pegada, assim como se chama em rock´n roll de trace. Eu achei o filme incrível. Tem uma coisa que eu gosto assim, que parece ser de verdade, sabe? que está acontecendo. Para você ver como eu gostei mesmo, eu me lembro de muitas cenas, e lembro em particular da maneira como o Daniel (Oliveira) incorpora praticamente a personalidade que eu imagino que seja o Matheus fazendo aquilo. Porque eu sei que era o Matheus que ia fazer o personagem e depois ele topou deixar o Daniel fazendo, o que eu acho que foi uma atitude bastante acertada porque eu acho o Daniel um grande ator e aí ele foi se dar ao luxo de poder só dirigir. 

Acho o Daniel um grande ator, e pelo jeito o Daniel é um grande ator de incorporações né? porque ele incorporou realmente o Cazuza e agora incorporou o Matheus. E todas as escalações eu acho incríveis, os atores que são atores mesmo e outros atores de lá, que como a gente não conhece tanto fica parecendo gente de verdade, gente que não está atuando, este tipo de atuação que desaparece, que eu adoro. E tem uma cena que eu amo muito, que é uma cena em que a Cássia (Kiss) aparece. Eu acho a Cássia uma atriz incrível, eu trabalhei com ela agora há pouco tempo na “Eterna Magia” e como eu sou uma atriz muito de naturalismo, eu tenho grande admiração quando um ator consegue ser tão intenso, tão pouco naturalista, e ao mesmo tempo consegue dar credibilidade a isso, entende? Não fica com aquele traço que você vê, ele consegue ser intenso e ser verdadeiro, que é o que a Cássia consegue ali. Eu dei risada naquela cena quando ela fala que o marido era muito calminho e que isso irritava ela (risos), que era muito bonzinho. 

Eu achei ela genial naquele filme e acho lindo quando ela volta e tumultua a vida dele. Achei o filme incrível. Engraçado porque a princípio não é um tipo de filme que é da minha praia, e ao mesmo tempo me transportou totalmente para aquele universo, eu achei demais. Adorei também o do Selton (Selton Melo – “Feliz Natal”). Qual outro filme brasileiro sem ser esses da mostra... Não está me ocorrendo agora.

Mulheres: Sempre convido minhas entrevistadas para homenagearem uma mulher do cinema brasileiro de qualquer época e de qualquer área. Quem você homenageia aqui na sua entrevista?

Malu Mader: Eu vou homenagear a Darlene Glória mesmo, que talvez tenha o momento do cinema brasileiro que me marca muito que é no “Toda Nudez” (“Toda Nudez Será Castigada” (1973, Arnaldo Jabor), é muito, muito impressionante. E eu sempre achei que aquilo tinha sido assim o momento. E no filme do Selton acontece de novo. Ou seja, não foi sorte não, ela tem a macaca dentro dela mesmo (risos). Achei que era do Nelson Rodrigues, que é uma paixão da minha vida, mas pelo jeito é dela, a força está nela mesmo.

Mulheres: Obrigado pela entrevista.

Malu Mader: De nada. 

  
Entrevista realizada em janeiro de 2009,
durante a "12ª Mostra de Cinema de Tiradentes".

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Sala 
 Sala Dina Sfat
Atriz intensa nas telas e de personalidade forte, com falas polêmicas.