Maria Lucia Dahl
*20 de julho de 1941 - Rio de Janeiro - RJ
Cena de Gente fina é outra coisa, 1977, Antonio Calmon
Nos anos 1960 o Cinema Novo sacudiu o cinema brasileiro com a célebre máxima ´uma ideia na cabeça e uma câmara na mão´, agregando nomes fundamentais da nossa história cinematográfica como Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Carlos Diegues, Paulo César Saraceni, entre outros. E choveram musas: Helena Ignez, Leila Diniz, Norma Bengell, Odete Lara, Anecy Rocha, Isabel Ribeiro, e muitas, muitas mais. E entre elas está a bela atriz, e também escritora, Maria Lúcia Dahl, que mais tarde se tornaria presença marcante também no cinema popular.
Maria Lúcia Dahl veio de uma família burguesa, fato que acabou marcando sua persona nas telas do cinema nacional, quase sempre interpretando grã-finas refinadas e cultas. Nos anos 60 conhece Gustavo Dahl, outro nome importante dos cinemanovistas, e com ele se casa. Estreia como atriz nesses fabulosos anos, momento em que o Cinema Novo explode nas telas, levando as questões da realidade brasileira para as telas, inovando no conteúdo e na forma. Nessa década, a atriz atuará sob a direção desses cineastas, em filmes importantes: Menino do engenho, de Walter Lima Jr; A grande cidade, de Carlos Diegues; Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade; O bravo guerreiro, de Gustavo Dahl. Atua também em Cara a cara, de Júlio Bressane, que depois deflagraria, junto a Rogério Saganzerla e outros cineastas, o Cinema Marginal – movimento experimental de oposição ao Cinema Novo.
Nos anos 70, já separada de Gustavo, Maria Lúcia Dahl dá uma guinada na carreira e torna-se uma das musas do cinema popular, atuando em dramas e comédias eróticas dos anos 70 em quase uma dezena de títulos, indo até os anos 80 - um de seus momentos mais ousados se dá emGiselle, de Victor Di Mello, em 1983. Mesmo durante esse período, continua atuando em filmes dos cinemanovistas, como Guerra conjugal, de Joaquim Pedro de Andrade, Gordos e magros, de Mário Carneiro, e Eu te amo, de Arnaldo Jabor. Torna-se também musa do cinema do ótimo cineasta Antonio Calmon: Revolver de brinquedo, Gente fina é outra coisa, O bom marido,Terror e êxtase, e Eu matei lúcio flávio. Ainda na década de 70 estreia em novelas, com cerca de uma dúzia de trabalhos no currículo. Nos Últimos anos, Maria Lúcia Dahl intensificou sua carreira como escritora, inclusive com coluna de jornal, mas, felizmente, não abandonou de todo seu trabalho no cinema.
Filmografia
Menino de engenho, 1965, Walter Lima Jr.
A grande cidade, 1966, Carlos DieguesMar corrente, 1967, Luiz Paulino dos SantosO levante de saias, 1967, Ismar PortoCara a cara, 1967, Júlio BressanePobre príncipe encantado, 1969, Daniel FilhoMacunaíma, 1969, Joaquim Pedro de AndradeO bravo guerreiro, 1969, Gustavo DahlMotel, 1974, Alcino DinizUm homem célebre, 1974, Miguel Faria JrO marido virgem, 1974, Saul LachtermacherIpanema, adeus, 1975, Paulo Roberto MartinsGuerra conjugal, 1975, Joaquim Pedro de AndradeDeixa, amorzinho...deixa, 1975, Saul LachtermacherTem alguém na minha cama, episódio Dois em cima, dois embaixo e dois olhando, 1976, Luiz Antônio PiáGordos e magros, 1976, Mário CarneiroRevólver de brinquedo, 1977, Antonio CalmonNoite em chamas, 1977, Jean GarrettGente fina é outra coisa, 1977, Antonio CalmonA árvore dos sexos, 1977, Sílvio de AbreuOs sensuais – crônica de uma família pequeno-burguesa, 1978, Gilvan PereiraO bom marido, 1978, Antonio CalmonOs noivos, 1979, Afrânio VitalEu matei lúcio flávio, 1979, Antonio CalmonTerror e êxtase, 1979, Antonio CalmonO gosto do pecado, 1980, Claudio CunhaMulher objeto, 1981, Sílvio de AbreuEu te amo, 1981, Arnaldo JaborFruto do amor, 1981, Milton Alencar
Idolatrada, 1983, Paulo Augusto GomesGiselle, 1983, Victor di MelloVeja esta canção, 1994, Carlos DieguesQuem matou pixote?, 1996, José Joffily
A terceira morte de joaquim bolivar, 2000, Flávio CândidoHistórias do olhar, 2002, Isa Albuquerque
Mais uma vez amor, 2005, Rosane Svartman
O gerente, 2010, Paulo César Saraceni
Cena de Gente fina é outra coisa, 1977, Antonio Calmon
Idolatrada, 1983, Paulo Augusto Gomes
A terceira morte de joaquim bolivar, 2000, Flávio Cândido
Mais uma vez amor, 2005, Rosane Svartman
O gerente, 2010, Paulo César Saraceni