Maria Ribeiro
Cena de Vidas secas, 1963, Nelson Pereira dos Santos
O Cinema Novo, que contribuiu para colocar o cinema brasileiro definitivamente no panorama mundial nos anos 1960, surgiu com a proposta de mostrar a realidade brasileira e seu povo na tela, e de promover uma revolução estética. Nelson Pereira dos Santos, um dos maiores cineastas brasileiros de todos os tempos e também desse movimento, escalou dois não-atores para sua obra-prima Vidas secas, descobrindo duas jóias: ele, o saudoso Jofre Soares (com experiência no teatro amador); e ela, a majestosa Maria Ribeiro, que eternizou a fiel companheira e grande matriarca Sinhá Vitória.
Maria Ribeiro espantou a todas as plateias, inclusive as internacionais, com sua presença arrebatadora em Vidas secas, em 1963. Era seu primeiro filme, em que fazia uma dobradinha perfeita com o ator Átila Iório. Maria Ribeiro foi descoberta por Nelson Pereira dos Santos no Laboratório Líder, um dos KGs dos cinemanovistas, onde trabalhava como técnica. Dá-se início então a sua carreira de atriz em filmes importantes como no inesquecível A hora e a vez de augusto matrága, de Roberto Santos; no tropicalista e alegórico Os herdeiros, de Carlos Diegues; e no sensível Perdida, do grande Carlos Alberto Prates Corrêa.
Maria Ribeiro voltaria a trabalhar com Nelson Pereira dos Santos mais duas vezes: em O amuleto de ogum e em A terceira margem do rio. Depois de morar durante um tempo na Suíça, ela retorna ao Brasil e é convidada por Nelson para participar do último filme dele citado, um mergulho do cineasta na obra de Guimarães Rosa.
Filmografia
Vidas secas, 1963, Nelson Pereira dos Santos
A hora e a vez de augusto matrága, 1965, Roberto SantosOs herdeiros, 1970, Carlos DieguesO amuleto de ogum, 1974, Nelson Pereira dos SantosSoledade, 1976, Paulo ThiagoPerdida, 1976, Carlos Alberto Prates CorrêaA terceira margem do rio, 1994, Nelson Pereira dos SantosAs tranças de maria, 2003, Pedro Carlos Rovai
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Cena de Vidas secas, 1963, Nelson Pereira dos Santos