Nair Bello
*28 de abril de 1931, +17 de abril de 2007 - *São Paulo - SP
Cena de Simão, o caolho, 1952, Alberto Cavalcanti
Símbolos do teatro universal, as máscaras da tragédia e da comédia são desdobramento uma da outra. No entanto, muitas vezes ocupam espaços antagônicos, como por exemplo, nas avaliações de boa parte da crítica e também de uma parcela do público, que vêem os comediantes de uma forma menor, como se muitos deles não fossem também ótimos atores. Injustiça! Se no cinema nacional temos, entre os atores, os talentos inquestionáveis de Grande Otelo e Chico Anysio tanto para o drama como para a comédia, no contraponto feminino um desses nomes é com certeza o da adorável Nair Bello.
Nair Bello começou sua carreira no final da década de 1/940 no rádio, como atriz e locutora. Em 1951 faz sua estreia no cinema no filme Liana, a pecadora, de Antonio Tibiriçá e já no ano seguinte atua ao lado de Mesquitinha no grande sucesso Simão, o caolho, dirigido pelo mestre Alberto Cavalcanti para a Vera Cruz. A atriz, que inicia seus trabalhos na TV como garota-propaganda, torna-se uma das mais queridas comediantes em programas humorísticos, atuação que mantém até o fim da vida. Nas novelas, só inicia carreira na década de 70, com trabalhos expressivos na Tupi e na Globo – é uma das eleitas do novelista Carlos Lombardi, participando de seis de seus trabalhos: Perigosas peruas, Vira lata, Uga uga, O quinto dos infernos, Kubanacan, e Bang bang.
Nair Bello tem uma filmografia pequena, mas é uma presença memorável no cinema brasileiro da década de 80 ao ser escalada por Ana Carolina para o anárquico e inteligente Das tripas coração. A cineasta reserva para a atriz um papel dramático e exasperante, em que ela tem a oportunidade de mostrar todo o seu talento dramático. Em 1988, Nair Bello participa do debochado e moderninho Fogo e paixão, de Marcio Kogan e Isay Weinfeld, uma das coqueluches do cineclubismo dos anos 80.
Filmografia
Liana, a pecadora, 1951, Antonio Tibiriça
Simão, o caolho, 1952, Alberto CavalcantiOs apavorados, 1962, Ismar PortoTô na tua, ô bicho, 1971, Raul AraújoDas tripas coração, 1982, Ana CarolinaFogo e paixão, 1988, Marcio Kogan e Isay Weinfeld
Cena de Simão, o caolho, 1952, Alberto Cavalcanti