Infelizmente, algumas atrizes são completamente desconhecidas pelas novas gerações, apesar de seus inegáveis talentos e de terem desenvolvido carreiras importantes nas artes cênicas brasileiras. Esse é o caso da grande Ruthinéa de Moraes.
Ruthinéa de Moraes torna-se bailarina antes de se enveredar pelo teatro em fins dos anos 1950 – veículo onde terá presença luminosa, em momentos marcantes como a primeira interpretação para a prostituta Norma Suely de Navalha na carne, clássico de Plínio Marcos, e no qual receberá prêmios importantes como o Saci e o Governador do Estado. Estreia no cinema em 1966 no filme Três histórias de amor, de Alberto D´Aversa. Já no ano seguinte, debuta nas novelas, abrindo outro filão importante para o seu trabalho de atriz, e participa de inúmeras produções como Meu pé de laranja lima, Vitoria bonelli e Éramos seis, na Tupi, e Sétimo sentido, na Globo.
Ruthinéa de Moraes tem carreira extensa no cinema, com atuação em cerca de 20 filmes. A atriz foi dirigida por cineastas importantes como Carlos Manga, Roberto Palmari, Jean Garrett, Fauzi Mansur, Eduardo Escorel, João Batista de Andrade, Roberto Santos e Chico Botelho - um ótimo momento é a participação em Pensionato de mulheres, de Clery Cunha. Um capítulo especial em sua carreira é a parceria com Denoy de Oliveira, com quem rodou três filmes, sendo que o cineasta foi o responsável por sua volta às telas em 1997, depois de 10 anos afastada, em A grande noitada, seu último filme. No ano seguinte, Ruthinéa de Moraes faleceu aos 68 anos.
Filmografia
Três histórias de amor, 1966, Alberto D´Aversa
Anuska, manequim e mulher, 1968, Francisco Ramalho Jr.
A marca da ferradura, 1971, Nelson Teixeira Mendes
Lua de mel e amendoim, 1971, Fernando de Barros e Pedro Carlos Róvai
A marcha, 1972, Oswaldo Sampaio
O marginal, 1974, Carlos Manga
Pensionato de mulheres, 1974, Clery Cunha
O predileto, 1975, Roberto Palmari
Tiradentes, o mártir da independência, 1976, Geraldo Vietri
Senhora, 1976, Geraldo Vietri
Possuídas Pelo Pecado, 1976, Jean Garrett
A noite das fêmeas, 1976, Fauzi Mansur
Ato de violência, 1980, Eduardo Escorel
O homem que virou suco, 1981, João Batista de Andrade
O encalhe - sete dias de agonia, 1982, Denoy de Oliveira
Nasce uma mulher, 1983, Roberto Santos
Janete, 1983, Chico Botelho
O dia do gato, 1987, David Cardoso
A grande noitada, 1997, Denoy de Oliveira