Ano 20

Dilma Lóes

*22 de julho de 1950, +31 de julho de 2020 - *Rio de Janeiro - RJ

Cena de O grande gozador, 1972, Victor di Mello
Cena de O grande gozador, 1972, Victor di Mello
Seguindo a trajetória de algumas atrizes do cinema nacional, Dilma Lóes, nascida no Rio de Janeiro, em 22 de julho de 1950, expandiu seu raio de ação, atuando em várias áreas e tornando-se também roteirista e diretora premiada. 

Além de atriz, diretora e roteirista, Dilma Lóes atua no cinema como continuísta, montadora, diretora de arte, produtora, produtora executiva, sonoplasta e figurinista

Dilma Lóes nasceu em ambiente artístico – filha dos atores Lydia Mattos e Urbano Lóes - daí sua vocação natural para as artes cênicas. Porém, mais que atuar, Dilma sempre demonstrou um interesse mais global da sua profissão, tanto que desde os tempos de colégio atuava nas próprias peças que escrevia e dirigia. 

Seu primeiro filme como atriz foi em 1968, uma produção francesa chamada Globe trotter. O segundo foi em 1968, também uma produção da Universal Pictures com Vic Morrow e Edmond Obrain.

Dilma Lóes estreia no cinema brasileiro em 1969, em Parafernália, o dia da caça, de Francis Palmeira. No ano seguinte, atua, entre outros, em Ascensão e queda de um paquera, de Victor Di Mello, cineasta que terá participação ativa em comédias eróticas de sucesso dos anos 70. 

Dilma Lóes casa-se com Di Mello, marca presença em vários de seus filmes, inclusive como roteirista e produtora - destaque absoluto para a deliciosa comédia Essa gostosa brincadeira a dois

Estreia em novelas em O doce mundo de guida (1967), na TV Tupi. Depois, atua em Pigmalião 70 (1970), em Tempo de viver (1972), e no marco O bem-amado (1973), de Dias Gomes.

No teatro, faz sucesso com a peça Se a banana prender, o mamão solta, em 1984, em que assina o texto, a produção, e direção e é atriz do espetáculo. 

A década de 1970 será importante na carreira de Dilma Lóes. Em 1979 é eleita Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Gramado, por sua atuação em A volta do filho pródigo, de Ipojuca Pontes. Pelo mesmo trabalho, recebe o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Cabo Frio (1979). 

Como diretora, é a vez do seu média-metragem Só o amor não basta sair vencedor do Festival de Brasília em 1978 – Melhor Filme em 16mm. Outro filme seu premiado é Nossas vidas (1985), na Jornada Internacional de Cinema da Bahia. Dilma Lóes dirigiu vários curtas. 

O documentário Nossas vidas, sobre a mulher brasileira, foi feito em 1985 e foi premiado no festival de Video de Fortaleza e no festival de Video de Stutgart na Alemanha. 

Em 1988, Dilma Lóes dirige e produz o documentário Quando o crioulo dança, Medalha de Bronze no festival de Cinema e Vídeo de Nova York, em 1989, premiado na jornada de cinema e video de Salvador em 1988. Dez anos depois, em 1998, o Ministério da Educação comprou 3.000 cópias e incluiu o vídeo no treinamento de todos os professores da rede pública, num trabalho de educação contra o racismo na sala de aula. Hoje faz parte do acervo de videotecas de diversas universidades brasileiras, americanas e europeias. 

Dilma Lóes morou nos Estados Unidos de 1993 à 2005 onde teve uma empresa de exportação, escreveu contos semanais para um jornal brasileiro da Florida e trabalhoui para a HBO criando trailers dos filmes que eram programados para o Brasil. 

Dilma Lóes é mãe da atriz Vanessa Lóes.

Outros prêmios recebidos:
- Só o amor não basta - Melhor Filme em 16mm - Festival de Brasília - 1978;
- Prêmio APCA de Melhor Atriz de Cinema;
- Nossas vidas - Melhor Vídeo - II Festival de Vídeo de Fortaleza - 1989; 
- Quando o crioulo dança - Melhor Direção - Jornada de Cinema da Bahia - 1989


Filmografia

Parafernália, o dia da caça, 1968, Francis Palmeira - atriz
Meu nome é lampião, 1969, Mozael Silveira - atriz
Ascensão e queda de um paquera, 1969, Victor Di Mello - atriz
Vida e glória de um canalha, 1969, Alberto Salvá - atriz
Betão ronca ferro, 1970, Geraldo Miranda e Pio Zamuner - atriz
Quando as mulheres paqueram, 1970, Victor Di Mello – atriz e roteirista
Revólveres não cospem flores, 1972, Alberto Salvá - atriz
O grande gozador, 1972, Victor Di Mello - atriz
Como é boa nossa empregada, 1973, Ismar Porto e Victor Di Mello – atriz e produtora executiva
Morrendo a cada instante, 1973, curta, Dilma Lóes - produção, roteiro e direção;
Essa gostosa brincadeira a dois, 1973, Victor di Mello – atriz e roteirista
Os maníacos eróticos, 1975, Alberto Salvá - atriz
Com um grilo na cama, 1975, Gilvan Pereira - atriz
Um soutien para papai, 1975, Carlos Alberto de Souza Barros – continuísta
O pai do povo, 1976, Jô Soares – produção
A volta do filho pródigo, 1978, Ipojuca Pontes - atriz
Leucemia, 1978, Noilton Nunes – direção de arte, figurinista e atriz
Só o amor não basta, 1978, curta, Dilma Lóes - produção, roteiro e direção
Assim era a pornochanchada, 1978, Claudio MacDowell e Victor di Mello – assistente de direção
Sassarico, 1979, curta, Dilma Lóes - roteiro e direção
Aventuras de um paraíba, 1982, Marco Altberg - assistente de cenografia
Nossas vidas, 1985, Dilma Lóes – produtora, roteiro, direção e edição
Quando o crioulo dança, 1988, Dilma Lóes  – direção, produção, roteiro e edição
A paz é dourada,1989, Noílton Nunes - atriz
A regra da noite, Dilma Lóes - roteiro, direção e edição
Saudade, curta, Alberto Salvá - produtora
Sombra de um verão (Amigo Dunor), 1979/2005, José Eduardo Alcazar - atriz
Cafuné, 2005, Bruno Vianna - atriz

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