Ano 20

Helena Solberg

*1942 - São Paulo - SP


Os anos 1960 foram uma época de explosão do Cinema Novo, com filmes importantes como Os cafajestes, de Ruy Guerra, e Deus e o diabo na terra do sol, de Glauber Rocha, sucessos impactantes nos festivais internacionais. Nessa época, foram poucas as cineastas que surgiram, e entre elas está Helena Solberg.  

Helena Solberg começou sua carreira a partir do contato com grandes nomes do Cinema Novo, como Carlos Diegues e Arnaldo Jabor, época em que conviveu com eles durante os estudos na PUC, e, posteriormente, com Joaquim Pedro de Andrade, Paulo César Saraceni e Mário Carneiro.  

Além de diretora, Helena Solberg teve experiência atrás das câmeras também como continuísta em Capitu (1968), dirigido por Paulo César Saraceni.   

Sua estreia como cineasta se deu em 1966 com o curta-metragem A entrevista, em 1966. Nesse filme,  Helena Solberg já inaugurava uma das marcas de seu cinema que é a conjugação entre documentário e ficção, ao focar mulheres falando sobre o casamento e uma noiva se preparando para a cerimônia.  

Em 1969 dirige Meio-dia, dessa vez uma ficção sobre a revolta de alunos em sala de aula, tendo como contexto o período da ditadura e a música de Caetano Veloso, É proibido proibir.  

Helena Solberg muda-se para os Estados Unidos nos anos 70, onde fica durante quase trinta anos e dirige várias produções.   

A América Latina é um dos temas prediletos da diretora, e em 1995 escolhe um tema-símbolo, o mito internacional Carmen Miranda e realiza o documentário Carmen miranda: banana is my business. Nesse filme, está presente sua grande característica que é o documentário com cenas de ficção.  

Seu longa seguinte é o belo Vida de menina, uma adaptação do diário de Helena Morley, os registros de uma garota na Diamantina logo após a abolição da escravatura  e da proclamação da República. O livro se tornou um grande sucesso entre intelectuais, entre eles Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade, Darcy Ribeiro e Elisabeth Bishop.

Protagonizado por Ludmila Dayer, Vida de menina recebeu 6 Kikitos no Festival de Gramado: Melhor Filme, Melhor Roteiro (Elena Soares e Helena Solberg), Melhor Fotografia (Pedro Farkas), Melhor Trilha Sonora (Wagner Tiso), Melhor Direção de Arte (Beto Mainieri) e Prêmio do Júri Popular. Ganhou também o prêmio de Melhor Filme - Júri Popular, no Festival do Rio.

Em 2008, Helena Solberg dirige o documentário Palavra (en)cantada, aplaudido filme sobre o diálogo entre poesia, literatura e a música popular brasileira.

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Sala 
 Ana Carolina
Cineasta de assinatura personalíssima e de filmografia inquietante.