Norma Bengell
*21 de fevereiro de 1935, +9 de outubro de 2013 - Rio de Janeiro - RJ
Cena de Os cafajestes, 1962, Ruy Guerra
Nascida em 21 de fevereiro de 1935 no Rio de Janeiro, Norma Bengell é uma das atrizes fundamentais do cinema brasileiro.
Vedete de sucesso da trupe de Carlos Machado, modelo e cantora, Norma Bengell teve estreia apoteótica no cinema fazendo cover de Brigitte Bardot e seduzindo Oscarito no clássico da chanchada O homem do sputinik, de Carlos Manga, em 1959.
Em 1962, dois marcos em sua carreira e no cinema nacional: o escândalo com o primeiro nu frontal na história do cinema brasileiro na obra-prima de Ruy Guerra, Os cafajestes; e a prostituta Marli no único filme até agora vencedor da Palma de Ouro em Cannes, O pagador de promessas, de Anselmo Duarte.
Do Festival Norma já ficou na Europa, onde trabalhou em filmes na Itália, nos Estados Unidos e na França – onde também atuou no teatro.
Ao voltar para o Brasil protagonizou outra obra-prima que causou polêmica, Noite vazia, de Walter Hugo Khouri, ao lado de Odete Lara.
Depois do auto-exilio na França, Norma Bengell deu seqüência a uma bem-sucedida carreira brasileira e brilhou em filmes de cineastas de diferentes escolas.
Estreia na produção de longas com o filme Abismu, de Rogério Sganzerla, em 1970.
Com diretores do Cinema Marginal, além de Abismu, atua em O anjo nasceu e Tabu, de Júlio Bressane; com diretores do Cinema Novo em A idade da terra, de Glauber Rocha, Os deuses e os mortos, de Ruy Guerra, e A casa assassinada, de Paulo César Saraceni,; com novos cineastas na época em seus primeiros filmes Mar de rosas, de Ana Carolina, e A cor do seu destino, de Jorge Duran.
Norma Bengell chegou também a gravar discos como cantora: Oh norma! e Norma canta mulheres são títulos de dois de seus trabalhos.
Norma Bengell é mais uma das atrizes que se enveredaram para a direção. Sua primeira incursão como diretora se deu ainda na década de 70, com o curta-metragem Maria gladys, uma atriz brasileira, realizado em 1979, em que assina a direção e o roteiro.
No mesmo ano escreve e dirige outro curta, Barco de Iansã, em que focaliza uma festa de candomblé no Rio de Janeiro. Em 1980, ela escreve e dirige seu terceiro curta, Maria da penha, sobre o universo das creches para meninos abandonados.
Em 1987, Norma Bengell estreia no formato longa-metragem levando para as telas a vida de Patrícia Galvão, musa do Modernismo, em Eternamente pagú, protagonizado por Carla Camurati
Em 1996 realiza seu segundo longa, O guarani, que tem no elenco Márcio Garcia, Tatiana Issa, Glória Pires, Herson Capri e Marco Ricca - com esse filme, enfrenta processos com a justiça envolvendo desvio de dinheiro público.
Norma Bengell entra os anos 2000 voltando ao formato documentário com Infinitivamente guiomar Novaes, realizado em 2003.
Na televisão, atuou em produções como a minissérie Parabéns pra você (1983), e o seriadoToma lá da cá (2008/2009).
Filmografia
O homem do sputinik, 1959, Carlos Manga
Conceição, 1960, Hélio SoutoMulheres e milhões, 1961, Jorge Ileli
Sócio do alcova, 1961, George M. CahanOs cafajestes, 1962, Ruy GuerraO pagador de promessas, 1962, Anselmo DuarteNoite vazia, 1964, Walter Hugo KhouriAs cariocas, 1966, episódio de Fernando de BarrosMar corrente, 1967, Luiz Paulino dos SantosA espiã que entrou em fria, 1967, Sanin CherquesEdu, coração de ouro, 1967, Domingos de OliveiraJuventude e ternura, 1968, Aurélio TeixeiraDesesperato, 1968, Sérgio Bernardes FilhoAntes, o verão, 1968, Gerson TavaresO anjo nasceu, 1969, Júlio BressaneOs deuses e os mortos, 1970, Ruy GuerraPalácio dos anjos, 1970, Walter Hugo KhouriAbismu, 1970, Rogério Sganzerla – atriz e produtoraA casa assassinada, 1971, Paulo César SaraceniPaixão na praia, 1971, Alfredo SternheimAs confissões de frei abóbora, 1971, Braz ChediakO capitão bandeira contra o doutor moura Brasil, 1971, Antônio CalmonO demiurgo, 1972, Jorge MautnerAssim era a atlântida, 1975, Carlos Manga
Paranóis, 1976, Antonio CalmonMar de rosas, 1977, Ana CarolinaMulheres de cinema, 1978, média, Ana Maria MagalhãesNa boca do mundo, 1978, Antônio PitangaA idade da terra, 1980, Glauber RochaEros, o deus do amor, 1981, Walter Hugo KhouriAbrigo nuclear, 1981, Roberto PiresRio babilônia, 1982, Neville D´AlmeidaTensão no rio, 1982, Gustavo DahlTabu, 1982, Júlio BressaneO filho adotivo, 1984, Deni CavalcantiFonte da saudade, 1985, Marco AltbergA cor do seu destino, 1986, Jorge DuranA mulher fatal encontra o homem ideal, 1987, curta, Carla CamuratiEternamente pagu, 1987, Norma Bengell - diretora, roteirista e atrizVagas para moças de fino trato, 1993, Paulo ThiagoO guarani, 1996, Norma Bengell - diretora e produtora;
Banquete, 2002, curta, Marcelo LaffitteGlauber, o filme, labirinto do Brasil, 2003, Sílvio TendlerInfinitivamente guiomar novaes, 2003, Norma Bengell - diretora
Cena de Os cafajestes, 1962, Ruy Guerra
Sócio do alcova, 1961, George M. Cahan
Paranóis, 1976, Antonio Calmon
Banquete, 2002, curta, Marcelo Laffitte