Ano 20

Tata Amaral

*19 de setembro de 1960 - São Paulo - SP

Crédito: Daniel Iglesias/Universo Produção
Crédito: Daniel Iglesias/Universo Produção

Nascida em São Paulo, em 19 de setembro de 1960, Tata Amaral é uma das mais bem-sucedidas cineastas brasileiras surgidas na década de 1980. Dona de um estilo autoral e personalíssimo, essa paulista já tem no currículo um dos filmes fundamentais da década de 90 do cinema nacional: o inesquecível Um céu de estrelas.


Nas décadas de 80 e 90, deu-se no cinema brasileiro um boom de curtas-metragens de qualidade esplendorosa. Coube a esse formato a resistência do nosso cinema, frontalmente atacado pelo governo Fernando Collor, que de uma vez só depenou os órgãos de financiamento e regulamentação. Vários nomes se destacaram e Tata Amaral foi um deles, com um talento que veio a se confirmar nos anos seguintes. 


Tata Amaral estreou no cinema em 1983, período em que atuou como assistente de produção, diretora de produção e produtora executiva. Seu primeiro curta-metragem, Poema: cidade (1986) foi o resultado de uma dobradinha na direção com Francisco César Filho.  


Na mesma época, dá-se início também à produção, direção e roteirização de vários vídeos: Mude seu dial (1986); SP PAN 360 (1987); Orgulho (1992); Vão tomar o santo nome de Deus em vão (1993); Curta (1994); O cinturão de Hipólita (1994). 


Tata Amaral tem atuação contínua também na área da publicidade, como assistente de direção, com cerca de 100 filmes publicitários no currículo. 


O segundo curta-metragem é Queremos as ondas do ar!, também de 1986, seguido de História familiar (1988). É em 1991 que ela vai conquistar o público nacional com Viver a vida, premiadíssimo curta-metragem sobre o dia a dia de um office-boy pelas ruas de São Paulo. 


Em 1996, Tata Amaral confirma o talento revelado no curta, realizando um dos mais importantes longas-metragens da década, o impactante Um céu de estrelas. O filme aborda um momento tenso e trágico do rompimento de uma relação amorosa entre uma cabeleireira e um metalúrgico, confinados em uma casa de periferia. Um céu de estrelas demonstrou a mão precisa da diretora e um roteiro vigoroso assinado por Jean-Claude Bernadet e Roberto Moreira, baseado em livro de Fernando Bonassi. 


O filme recebeu vários prêmios nacionais e internacionais, entre eles o de Melhor Filme de Estreia em Havana, e o de Melhor Direção no Festival de Brasília. Revelou também uma das mais gratas surpresas do cinema nacional: a excelente atriz que já brilhava no teatro paulista, Leona Cavalli. Paulo Vespúcio Garcia é o amante abandonado. 


Em 2000, Tata Amaral se associa novamente a Jean-Claude Bernadet e Fernando Bonassi e realiza o belo Através da janela, sobre uma relação “próxima demais” entre uma mãe e seu filho. O filme foi escrito especialmente para a grande atriz Laura Cardoso, que contracena com Fransérgio Araújo. O longa foi premiado na Índia e selecionado para outros festivais internacionais, confirmando o nome de Tata Amaral como uma das mais importantes cineastas brasileiras.


No longa seguinte, Antônia - o filme, ela volta sua lente mais uma vez para a periferia, dessa vez focalizando um grupo de cantoras de hip hop formado por Negra Li, Cindy Mendes e Leilah Moreno - a produção também foi vista na TV com o mesmo elenco, só que no formato de seriado e com outras histórias.


Em 2009, Tata Amaral realiza o documentário O rei do carimã, seguido da série de TV Trago comigo.


Depois de dirigir o curta Carnaval dos deuses, em 2011, ela dirige o belo longa de ficção Hoje (2011), que rendeu à protagonista Denise Fraga o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Brasília.

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Sala 
 Ana Carolina
Cineasta de assinatura personalíssima e de filmografia inquietante.