Ano 20

Assunção Hernandez

Foto: com Alain Fresnot, Heron Rodrigues e Vinicius e Fernando Andrade nas filmagens de Doramundo
Foto: com Alain Fresnot, Heron Rodrigues e Vinicius e Fernando Andrade nas filmagens de Doramundo
Durante toda a trajetória do cinema brasileiro várias mulheres se destacaram como produtoras, posição fundamental para a concretização dos projetos de cineastas das mais diferentes vertentes. O elenco é gigantesco, em que figuram veteranas como Lucy Barreto, Gláucia Camargos,  Mariza Leão e Sara Silveira. E nessa galeria está Assunção Hernandez.  

Assunção Hernandez tem um currículo extenso, expressivo e premiado a serviço do cinema nacional. Seu nome está intimamente ligado ao cineasta João Batista de Andrade, com quem fundou em 1975 a Raiz Produções Cinematográficas.  

Esse encontro colocou nas telas pelo menos dois filmes essenciais na história do cinema, trabalhos fortes e com alto teor político: Doramundo, em 1978 – Melhor Filme no Festival de Gramado; eO homem que virou suco (1981) – Medalha de Ouro no Festival de Moscou.  Outro grande momento é em A próxima vítima, em 1983.  

Aliás, política é um assunto de primeira ordem para Assunção Hernandez, o que a levou também para a presidência da CBC – Congresso Brasileiro de Cinema  

Assunção Hernandez assina a produção dos demais filmes de João Batista de Andrade: Céu aberto (1985),  O país dos tenentes (1987), O cego que gritava luz (1997) e O tronco (1999),Rua sei, sem número (2003) - neste último faz a produção executiva.  

Além de João Batista de Andrade, Assunção Hernandez vem marcando presença também em filmes de dois cineastas autorais: Guilherme de Almeida Prado e Suzana Amaral. 

Para Guilherme de Almeida Prado, Hernandez trabalhou na produção do premiado A dama do cine shangai, em 1987, grande sucesso no Festival de Gramado. Em 1992, 1998 e 2008 volta a fazer parceria como Almeida Prado, respectivamente, em Perfume de gardêniaA hora mágica, e Onde andará dulce veiga?

Em 1985, Suzana Amaral sacode o país com sua delicada e maravilhosa adaptação de A hora da estrela, de Clarice Lispector, em filme homônimo protagonizado por Marcélia Cartaxo, José Dumont e Tâmara Taxman. E é Assunção Hernandez quem assina essa produção que obteve repercussão internacional pela qualidade do filme e pelo prêmio de Melhor Atriz no Festival de Berlim para Marcélia Cartaxo.  

Em 2001, Assunção Hernandez volta a produzir o novo longa de Suzana Amaral, Uma vida em segredo, dessa vez uma adaptação do livro de Autran Dourado.  

Depois de fazer a produção executiva para o primeiro longa-metragem dirigido pela atriz internacional Florinda Bolkan, Eu não conhecia tururu, Assunção Hernandez produz, em 2003,De passagem, filme premiado no Festival de Gramado e que marca a estréia de Ricardo Elias em longas. 

Brasa adormecida (1987), de Djalma Limongi Batista, Presença de marisa (1988), de John Doo, Lua cheia (1989), de Alain Fresnot, Real desejo (1990), de Augusto Sevá, A Ilha do terrível rapaterra (2006), de Ariane Porto, À margem do lixo (2008), de Evaldo Mocarzel; e os curtas O nariz (1988), de Eliane Caffé, e Chateaubriand - cabeça de paraíba (2000), de Marcos Manhães Marins são outros trabalhos em que Assunção Hernandez trabalhou na produção.

Assina a coprodução de Patas arriba (2011), de Alejandro Garcia Wiedemann - Colombia/Venezuela/Brasil; e O grande kilapy (2012), de Zeze Gamboa - Angola/Portugal/Brasil.

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Sala 
 Carmen Santos
Pioneira no cinema: atriz, cineasta, produtora, roteirista e dona de estúdio.