Ano 20

Maria Zilda Bethlem

*20 de outubro de 1951 - Rio de Janeiro - RJ

Cena de Minha vida em suas mãos, 2001, José Antonio Garcia
Cena de Minha vida em suas mãos, 2001, José Antonio Garcia
Nascida no Rio de Janeiro, em 20 de outubro de 1951, Maria Zilda Bethlem é uma bela e constante presença nas artes cênicas desde os anos 1970. Depois de uma longa trajetória como atriz, ela inaugurou uma nova vertente em sua carreira: a de produtora de cinema.  

Nessas três décadas de carreira, Maria Zilda desenvolveu uma carreira extensa no teatro e no cinema, com atuações também no teatro.  

Em novelas, estreia em 1977 em Nina, do mestre Walter George Durst, com direção do grande Walter Avancini. A atriz inicia aí uma carreira extensa, com trabalhos em novelas, minisséries, casos especiais e também programas humorísticos. Em 1983 tem um de seus melhores papéis em novelas como Vânia, em Guerra dos sexos, de Sílvio de Abreu, novela que revolucionou o horários das sete da Rede Globo. Como o mesmo autor, agora em parceria com Carlos Lombardi, tem bom momento também em Vereda tropical, em 1985.   

Dois anos depois, em 1987, a maga das novelas Ivani Ribeiro – a outra foi Janete Clair – faz o remake de seu antigo sucesso na TV Tupi, Nossa filha gabriela, rebatiza de Hipertensão, e Maria Zilda faz a protagonista, em papel vivido por Eva Wilma na primeira versão.  

Em 1990, Maria Zilda Bethlem integra a segunda fase do TV pirata, um dos mais importantes, hilários e cáusticos programas humorísticos realizado pela Rede Globo, e que reunia uma nova geração de talentos cômicos, entre eles, Débora Bloch, Regina Case, Cláudia Raia, Cristina Pereira,  Louise Cardoso, Ney Latorraca, Diogo Vilellia, Luiz Fernando Guimarães e Pedro Paulo Rangel.  

Como atriz, volta a ter bom momento como Márcia na novela Por amor, de Manoel Carlos, em 1997. Desde os anos 70, desenvolve carreira também no teatro, sendo a primeira peça O genro que era nora, dirigida por Aurimar Rocha, entre 1972/1973. Adolfo Celi, Antônio Pedro, Marcos Paulo, Ítalo Rossi serão alguns diretores de suas peças. 

Maria Zilda Bethlem estreia no cinema em O grande palhaço, filme dirigido por William Cobbett realizado em 1976, mas lançado em 1980. 

Em 1979 tem seu primeiro grande momento nas telas do cinema em A intrusa, belo filme dirigido por Carlos Hugo Christensen, com trilha sonora de Astor Piazolla, em que ela vive um perigoso triângulo amoroso e sexual com dois rudes irmãos, interpretados por José de Abreu e Arlindo Barreto. Por sua composição como a servil Juliana, Maria Zilda recebe o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Montreal, Canadá, filme também premiado no Festival de Gramado de 1980 – Melhor Diretor e Melhor Ator para José de Abreu.  

A atriz atua em Eu matei lúcio flávio, de Antônio Calmon, em 1979, e em  Parceiros da aventura, de José Medeiros, em 1980.

Depois de participar de O segredo da múmia, de Ivan Cardoso, o mestre do `Terrir´, Terror + Rir, Maria Zilda Bethlen integra o elenco de Bete balanço, grande sucesso do cinema dos anos 80, dirigido por Lael Rodrigues em 1984, com quem volta a atuar em Rádio pirata, em 1988.  

Em 1985 a atriz compõe a galeria de personagens que, envolvidos por um espelho enfeitiçador, ficam obcecados por jogos sexuais em Espelho da carne, interessante filme de Antonio Carlos da Fontoura.  

Em 1991 atua em Vagas para moças de fino trato, adaptação cinematográfica da peça de sucesso de Alcione Araújo, dirigida por Paulo Thiago. No elenco feminino, premiado no Festival de Brasília, as presenças de Norma Bengell e Lucélia Santos. 

Depois de participar de O homem nu, segunda adaptação do texto de Fernando Sabino, dirigida por Hugo Carvana – a primeira foi dirigida por Roberto Santos, Maria Zilda Bethlem ingressa na produção cinematográfica.  

Sua estreia como produtora se dá em Eu não conhecia tururu (2000), filme dirigido por Florinda Bolkan, atriz brasileira que se tornou estrela internacional atuando no cinema italiano, em filmes de cineastas famosos como Lucchino Visconti.  

Eu não conhecia tururu é o primeiro, e único até agora, filme de Florinda Bolkan como diretora. Além de ser uma das produtoras do filme, Maria Zilda Bethlem é uma das protagonistas. 

É em Minha vida em suas mãos, dirigido por José Antonio Garcia, em 2001, que Maria Zilda Bethlem toma as rédeas completas da produção, acompanhando todas as etapas de filmagem, como captação de recursos,  escolha de elenco, escolha do diretor, montagem, finalização e divulgação.  

O filme, que tem roteiro de Yoya Wursch, focaliza o encontro e a paixão avassaladora entre uma professora e seu seqüestrador, interpretados por Maria Zilda e Caco Ciocler. No elenco, as presenças de Cristina Ache e Suely Franco, Imara Reis, entre outros


Filmografia

O grande palhaço, 1976/80, William Cobbett
A intrusa, 1979, Carlos Hugo Christensen
Eu matei lúcio flávio, 1979, Antonio Calmon
Parceiros da aventura, 1980, José Medeiros
O segredo da múmia, 1983, Ivan Cardoso
Espelho de carne, 1984, Antonio Carlos da Fontoura
Bete balanço, 1984, Lael Rodrigues
Rádio Pirata, 1987, Lael Rodrigues
Vagas para moças de fino trato, 1993, Paulo Thiago
O homem nu, 1997, Hugo Carvana
Eu não conhecia tururu, 2000, Florinda Bolkan - atriz e produtora
Minhas vida em suas mãos, 2001, José Antonio Garcia - atriz e produtora
Untouched, 2013, Raphael Vieira

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Sala 
 Isabel Ribeiro
Presença luminosa nas telas, brilhou no cinema, teatro e televisão.