Ano 20

Léa Garcia

*11 de março de 1933 - Rio de Janeiro - RJ

Cena de Filhas do vento, 2004, Joel Zito Araújo
Cena de Filhas do vento, 2004, Joel Zito Araújo
Infelizmente, nas artes cênicas prevalece o que se vê em outros segmentos: a discriminação dos negros. Poucas vezes o cinema nacional reservou para os atores negros grandes papéis de destaque, a não ser quando o tema é o próprio negro. Poucas atrizes conseguiram construir uma carreira de grande repercussão no cinema brasileiro: Ruth de Souza, Luíza Maranhão, Chica Xavier e Zezé Motta são alguns exemplos vitoriosos - a última tem um belo projeto, o Cidan, site de registro de atores e atrizes negras. E nessa galeria de atrizes que se destacaram não pode faltar jamais o nome de Léa Garcia.

Léa Garcia começou sua carreira no Teatro Experimental do Negro - TEN,  fundado no Rio de Janeiro em 1949 - momento de vanguarda , em que atores negros protagonizavam grandes e importantes montagens. No cinema, seu primeiro grande sucesso se dá em 1959 ao interpretar Serafina em Orfeu negro, dirigido pelo francês Marcel Camus, filme vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. A seguir tem outro momento luminoso em 1964 em Ganga zumba, de Carlos Diegues, cineasta que mais focaliza a cultura negra e/ou escala atores negros independente dos temas de seus filmes. Na TV, estreia no final da década  de 60, e, anos depois,causa frisson como a malvada Rosa no marco internacional A escrava isaura, de Gilberto Braga.

Léa Garcia marca presença constante nas telas na década de 70, atuando em filmes importantes como Ladrões de cinema, A deusa negra, e A noiva da cidade. Nos anos 80. volta a trabalhar com Carlos Diegues em  Quilombo, parceria renovada em 1991 em Orfeu, e em 2006 em O maior amor do mundo. Filhas do vento, de Joel Zito Araújo, lhe valeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Gramado 2004, dividido com a companheira de elenco, Ruth de Souza.


Filmografia

Orfeu do carnaval, 1959, Marcel Camus
Os bandeirantes, 1960, Marcel Camus
Ganga zumba, 1964, Carlos Diegues
O santo módico, 1964, Robert Mazoyer
O forte, 1974, Olney São Paulo
Em compasso de espera, 1975, Antunes Filho
Feminino plural, 1976, Vera de Figueiredo
Ladrões de cinema, 1977, Fernando Cony Campos
A deusa negra, 1978, Olá Balogun
A noiva da cidade, 1978, Alex Viany
Quilombo, 1984, Carlos Diegues
Orfeu, 1991, Carlos Diegues
Cruz e souza - o poeta do desterro, 1998, Sylvio Back
Viva sapato, 2002, Luiz Carlos Lacerda
Filhas do vento, 2004, Joel Zito Araújo
Mulheres do Brasil, 2006, Malu di Martino
Memórias da chibata, 2006, curta, Marcos Manhães Marins
O maior amor do mundo, 2006, Carlos Diegues
Nzinga, 2007, Octávio Bezerra
Acalanto, 2012, curta, Arturo Sabóia
Billi pig, 2012, José Eduardo Belmonte

Veja também sobre ela
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Sala 
 Isabel Ribeiro
Presença luminosa nas telas, brilhou no cinema, teatro e televisão.