Ano 20

Tizuka Yamasaki

*02 de maio de 1949 - Porto Alegre - RS

Foto: Fonte/ Livro Tizuka Yamasaki - a vida invade o cinema, de Inimá Simões
Foto: Fonte/ Livro Tizuka Yamasaki - a vida invade o cinema, de Inimá Simões
Depois de nomes como Cleo de Verberena, Carmen Santos e Gilda de Abreu, nas décadas de 1930 e 40, - seguidas de Maria Basaglia, Carla Civeli e Zélia Costa -, é nos anos 70 que o cinema nacional vai revelar algumas de nossas mais interessantes cineastas. Se os 60 foram quase que uma década extremamente masculina, nos 70 diretoras interessantíssimas como Ana Carolina, Teresa Trautman e Suzana Amaral vão dar nova cor ao panorama cinematográfico brasileiro. E entre elas está  a premiada Tizuka Yamasaki.  

Nascida no dia 02 de maio de 1949, em Porto Alegre,  Rio Grande do Sul, mas criada em Atibaia, São Paulo, Tizuka Yamasaki é uma importante cineasta. Antes de assumir a direção, ela passa por várias etapas, atuando em diferentes  áreas: continuísta, roteirista, cenógrafa,  assistente de direção, montadora, produtora executiva. 

Suas primeiras experiências são no curta, em 16mm: Mouros e cristãos (1974); Bom dori (1975); Viva 24 de maio (1978 – co-direção de  Edgar Moura). 

No formato longa-metragem, Tizuka Yamasaki faz importantes trabalhos como assistente de direção com dois verdadeiros mestres: Nelson Pereira dos Santos – O amuleto de ogum  e Tenda dos milagres;  Glauber Rocha – Jorjamado no cinema  e  A idade da terra

Em 1980 Tizuka Yamasaki estreia como cineasta em grande estilo: o arrebatador  Gaijin – caminhos da liberdade. A diretora estreante volta sua câmera para o seu quintal e discute sua identidade, focalizando e homenageando os primeiros imigrantes japoneses que chegaram ao Brasil. O resultado é impressionante, lançando Tizuka para primeiro time das nossas realizadoras. 

Em seu segundo filme, realizado em 1983, Tizuka Yamasaki escala Tânia Alves para protagonizar Parahyba mulher macho, baseado na história real da poeta e feminista Anayde Beatriz, amante de João Dantas, homem que assassinou o político João Pessoa. 

E é a política, novamente, que marcará seu terceiro longa, dessa vez ocupando o centro da questão em Patriamada, filmado em 1984, e protagonizado por Débora Bloch, Buza Ferraz e Walmor Chagas. O filme registra, em tempo real e unindo ficção e realidade, os movimentos políticos reivindicatórios das Diretas Já. 

A cineasta entra os anos 90 mudando radicalmente seu foco de atuação, e assina a direção de Lua de cristal (1990), um filme-veículo para a apresentadora infantil Xuxa Meneghel. O filme é sucesso de bilheteria, uma marca dos filmes que Xuxa fará a seguir . 

A experiência com Xuxa e a faixa etária de seu público vai marcar, de certa forma, os próximos filmes da cineasta. Em 1996, Tizuka Yamasaki dirige Fica comigo, tendo como foco o universo dos adolescentes – em depoimentos, a diretora diz que a adoção de seu filho, um  adolescente na época das filmagens, determinou a escolha do projeto. 

Nos anos seguintes, os baixinhos e seus ídolos, Renata Aragão e Xuxa Mengehel, vão protagonizar seus trabalhos: o trapalhão Renato Aragão em O noviço rebelde  (1997); Xuxa em Xuxa requebra (1999)  e Xuxa pop star  (2000) – todos eles sucesso de público. 

Em 2005 Tizuka Yamasaki voltou sua lente para o tema de seu primeiro longa e dirigiu Gaijin 2 - ama-me como sou, um dos filmes mais aguardados pela crítica e pelo público. 

Seu filme seguinte marcou novo encontro com Xuxa em O mistério da Feiurinha (2009).

Em 2010 dirige Aparecida - o milagre; Encantados em 2014.

Em 2017, Tizuka Yamasaki realiza para a televisão, junto com Ricardo Favilla, 1817: A Revolução esquecida.


Veja também sobre ela
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Sala 
 Ana Carolina
Cineasta de assinatura personalíssima e de filmografia inquietante.