Ano 20

10ª CineOP - Encerramento

Crédito: Leo Lara - Universo Produção
Segundo a Universo Produção, a 10ª CineOP teve um público de cerca de 15 mil pessoas.

De 18 a 22 de junho, a Mostra, que tem a preservação e a educação como focos centrais, discutiu na temática histórica "O negro em movimento". Na programação, filmes e seminários com convidados como o cineasta Joel Zito Araújo e os atores Antonio Pitanga e Milton Gonçalves - esse último, um dos homenageados dessa edição.

A 10ª CineOP ofereceu momentos marcantes, como o resgate da obra do cineasta carioca Gerson Tavares, com a exibição de seu longa raríssimo Antes, o verão, e mais sete curtas; a exibição do clássico de vanguarda brasileiro e mundial Limite, de Mário Peixoto, em cópia restaurada; e os seminários com mesas de discussão sobre a representação do negro no cinema brasileiro.

Ôri

Ontem, no Cine Vila Rica, foi exibido Ôri, produção paulista de 1989 dirigida por Raquel Gerber, fechando com chave de ouro a programação de reflexão e exibição da mostra temática sobre o negro.

Filme complexo, Ôri está centrado na visão sobre a cultura negra de uma de seus maiores militantes, a historiadora Beatriz Nascimento, assassinada em 1995.

Ôri se sustenta na visão de Beatriz, que narrou e redigiu toda a apresentação do filme. Sua reflexão busca uma representação positiva da história dos negros, em contraposição à visão comumente explorada e unilateral da escravidão.

Daí, a historiadora e militante parte da resistência dos quilombos, sobretudo de Zumbi de Palmares, para traçar um caminho que nos leva até a origem na África aos movimentos de resistência e de representatividade no Brasil, como as religiões e os cultos afros, o carnaval, a música e os movimentos negros.

Ôri tem narrativa poética e reflexiva de Beatriz Nascimento e encontra, na direção de Raquel Gerber, uma força cinematográfica formada por um caleidoscópio de cores vibrantes e elementos pulsantes. Em cena, tanto cerimônias festivas do candomblé como discussões inflamadas em encontros do movimento negro formam um caldeirão caudaloso a ser explorado como pista para entendimento dessa cultura identitária da formação do Brasil.

Encerramento

A cerimônia de encerramento da 10ª CineOP no Cine Vila Rica, apresentada com elegância pela jornalista e atriz Christiane Antuña, apresentou ao público uma edição retrospectiva da TV Mostra - veículo institucional da mostra - registrando acontecimentos e personalidades, exibição de filme produzido pelos alunos do programa Eu Faço a Mostra, no qual convidados relembram momentos marcantes desses 10 anos.

Por fim, exibiu também filme realizado pelos alunos da oficina "Realização em Documentário", momento de homenagem da mostra ao cineasta Luiz Carlos Lacerda, ministrante da oficina e parceiro da Universo Produção durante a trajetória de suas mostras, tanto de Ouro Preto quanto de Tiradentes.

Em seus discurso, Luiz Carlos Lacerda - o Bigode - fez breve olhar crítico sobre a trajetória do cinema brasileiro em seus diferentes momentos e ciclos e dedicou seu prêmio ao pai, João Tinoco de Freitas, produtor de filmes como Rio, 40 graus, de Nelson Pereira dos Santos, e aos cineastas Nelson Pereira, Ruy Santos e Roberto Pires.

A cerimônia encerrou-se com a apresentação inédita do Cine-concerto Sons & Imagens - Homenagens Históricas, do grupo francês DoubleCadence.

O DoubleCadence tem sido convidado nos últimos quatro anos para apresentar sempre um programa inédito no encerramento da CineOP. Formado por piano, guitarra e violino, o grupo faz a trilha sonora ao vivo para filmes antigos que são exibidos na tela.

Nessa edição, eles homenageram os primeiros filmes dos irmãos Lumiére, filmes amadores cariocas, o curta Douro, faina fluvial (1931), do cineasta português Manoel de Oliveira, e um diálogo entre os filmes de Lumiére e momentos construídos durante  a realização da 10ª CineOP.


Confira mais informações e fotos da 10ª CineOP - Mostra de Cinema de Ouro Preto.

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Sala 
 Betty Faria
Com amor profundo pelo cinema, premiada em vários festivais no Brasil e no exterior