Ano 20

Bacanais na Ilha das Ninfetas, 1982, Osvaldo Oliveira

Zilda Mayo se diverte

Bacanais na Ilha das Ninfetas é filme da última fase de Osvaldo Oliveira, grande fotógrafo e câmera, e um importante cineasta da Boca com vinte filmes no currículo – dentre eles, os cultuados Histórias que nossas Babás não contavam (1979) e A Prisão (1981). Carcaça, como era chamado, morreria pouco tempo depois, em 1990, dirigindo ainda A Fêmea da Praia (1983). Neste Bacanais na Ilha das Ninfetas o que se vê é uma daquelas farsas eróticas produzidas em série pela Boca, com muito peitinho e periquitas de fora e humor pastelão. A precariedade de recursos nas produções era revertida com criatividade, mas aqui não há muita salvação. O roteiro é uma grande presepada, importando mais as cenas com as moças despidas e suas transas em bando com o mocinho alucinado com suas genitálias em formato de coração colorido - os tais bacanais do título. Ele é o cantor romântico Dick Boy - Márcio Prado, e elas são Zilda Mayo, a parceira Marisa, e as ninfetas Maristela Moreno, Jussara Calmon, Mara Carmen e Cristina D´Avila. Dick e suas meninas encontram um tesouro numa ilha, mas logo ele e Marisa botam a mão na bufunfa e pegam rota de fuga. No encalço deles vão as meninas e também três marginais que querem a grana - a perseguição envolve carros, bicicletas, barcos, caminhadas e correrias.


Bacanais na Ilha das Ninfetas tem cenas inacreditáveis, como as meninas fazendo escovinha na genitália e a aparição de um homem das cavernas, extenuado sexualmente pelas ninfetas - há ainda o dublador Pablo, trepando no mato com sua famosa cara pintada. O grande achado do filme é mesmo a presença de Zilda Mayo, muito boa em comédia com sua voz inconfundível, fazendo aqui uma mulher alucinada por banana. Se em A Mulher de Todos (1969), de Rogério Sganzerla, temos o inesquecível apelo em forma de bordão “paga uma cuba, bem”, aqui o que há é “tô com vontade de comer banana”, dito safadamente por Zilda, e o melhor é que o desejo insaciável é pela fruta mesmo. Maristela Moreno tem seus momentos e Jussara Calmon também diverte com sua Tânia Tiroteio, mas é Zilda que rouba a cena. Mesmo porque parece estar ali mesmo é para se divertir, não levando a sério sua personagem um minuto sequer. Ao contrário do que promete o cartaz, não há cenas de sexo explícito no filme, não pelo menos nesta cópia assistida.


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

longas brasileiros em 2012 - 004



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Sala 
 Léa Garcia
Dona de um talento ímpar e altivo, Léa Garcia brilha no teatro, na TV e no cinema.