Ano 20

Paula Gaitán

Nascida em Paris, França, em 18 de novembro de 1954, a cineasta Paula Gaitán alia cinema às artes plásticas em seus filmes em uma estética poética e personalissíma. Quando morava na Colômbia - o pai é colombiano - casou-se com o cineasta Glauber Rocha e veio para o Brasil: "Eu estava estudando artes plásticas, fazia fotografia, comecei a fazer vídeo. Mas aí eu comecei a trabalhar como diretora de arte em algumas produções. Eu morava na Colômbia, me casei com o Glauber (Rocha) e vim para o Brasil. Eu fiz toda a parte de direção de arte de A idade da terra, fiz toda a parte da cenografia, que, na realidade, eram mais objetos cenográficos do que uma cenografia mesmo construída, eram objetos, e os figurinos também".

A parceria artística com Glauber é intensa: "E também fiz outros trabalhos com o Glauber, fiz capas de livros, ele era muito generoso, ele me convidava. A gente tinha uma relação de trabalho muito forte, além de uma relação amorosa. A gente tinha uma relação de respeito, e ele admirava muito o que eu fazia, fotografia, e gostava muito do meu trabalho de desenho, tudo. Tanto que eu ilustrei também um dos livros do Glauber que são inéditos no Brasil, que é o Nascimento dos Deuses, um roteiro publicado pela Hive em 81 e inédito no Brasil, que nunca foi traduzido no Brasil. Então os desenhos são metade do Glauber e a outra metade minha. Eu fiz alguns trabalhos gráficos, fiz o cartaz de A idade da terra, fiz o cartaz de Cabeças cortadas (1970). O filme é anterior ao casamento, porque este filme eu acho que é de 70, 71, e eu casei com o Glauber em 77".

Paula Gaitán estreou em longa com Uaka, filme de 1989 exibido em festivais, mas jamais lançado comercialmente: "fiz um longa, que é o único longa que eu fiz em película, que é um filme que até foi produzido pelo Grupo Novo, do Tarcísio (Vidigal), que se chama Uaka. É um longa metragem no Xingu, isso foi em 1989, 88. Em 88 ficou pronto o filme, e esse filme é um documentário sobre o Quarup. Na realidade, esse filme teve uma projeção muito boa, foi para o Festival de São Francisco, ganhou vários prêmios. Ele começou a passar pelo período do Collor (ex-presidente Fernando Collor), então ele nunca foi lançado, é um filme inédito. Ganhou cinco prêmios no festival de Brasília, é um filme muito legal, é um filme que é atemporal, se ele passar hoje ele pode passar".

A cineasta fala sobre o projeto do filme Diário de Sintra, em que vai revisitar, com seu olhar muito particular, seu último ano com Glauber - e o último de vida dele - na cidade portuguesa em que moravam:  "É um longa documentário, e sempre nesta questão da memória, a partir da minha reflexão sobre minha experiência em relação ao ano que a gente viveu em Portugal, o último ano. Por que eu estou fazendo isso? Porque nesse tempo que a gente morou em Portugal, eu tinha uma Super 8, a gente morou em Sintra, eu fazia os registros do lugar, e às vezes o Glauber aparecia, às vezes não. As crianças estavam pequenas, então eu tenho um material imenso, no qual o Glauber, é claro, está muito presente. Mas é um material que me pertence, ai o Eryk e Ava insistiram muito que eu fizesse alguma coisa com isso".  

Paula  Gaitán esteve na 1a Cineop - Mostra de Ouro Preto, em junho de 2006, acompanhando Eryk Rocha no lançamento de Intervalo clandestino, documentário dirigido por ele. Ela conversou com o Site Mulheres do Cinema Brasileiro e falou sobre sua trajetória, os trabalhos com Glauber Rocha, a experiência no videoarte, os filmes que dirigiu, e muito mais.



Mulheres do Cinema Brasileiro: Você tem uma trajetória importante como cineasta e também como montadora. Como e qual o momento em que o cinema aconteceu na sua vida? 

Paula Gaitán: Eu faço montagem dos meus filmes. Eu comecei como diretora de arte, porque eu estudei artes plásticas. Hoje em dia são artes visuais, mas naquela época eram artes plásticas.

MCB: E isso foi quando?

PG: Em 1974. Eu estava estudando artes plásticas, e fazia fotografia, comecei a fazer vídeo. Mas aí eu comecei a trabalhar como diretora de arte em algumas produções. Eu morava na Colômbia, me casei com o Glauber (Rocha) e vim para o Brasil. Eu fiz toda a parte de direção de arte de A idade da terra, fiz toda a parte da cenografia, que, na realidade, eram mais objetos cenográficos do que uma cenografia mesmo construída, eram objetos, e os figurinos também. E também fiz outros trabalhos com o Glauber, fiz capas de livros, ele era muito generoso, ele me convidava. A gente tinha uma relação de trabalho muito forte, além de uma relação amorosa. A gente tinha uma relação de respeito, e ele admirava muito o que eu fazia, fotografia, e gostava muito do meu trabalho de desenho, tudo. Tanto que eu ilustrei também um dos livros do Glauber que são inéditos no Brasil que é o Nascimento dos Deuses, um roteiro publicado pela Hive em 81 e inédito no Brasil, que nunca foi traduzido no Brasil. Então os desenhos são metade do Glauber e a outra metade minha. Eu fiz alguns trabalhos gráficos, fiz o cartaz de A idade da terra, fiz o cartaz de Cabeças cortadas (1970). O filme é anterior ao casamento, porque este filme eu acho que é de 70, 71, e eu casei com o Glauber em 77. 

Bom, isso é para explicar qual foi o começo no cinema. Daí eu comecei a fazer minhas experiências, como em vídeoarte, fazendo meus projetos mais experimentais, de imagem e movimento. Poque na realidade eu falo muito mais de imagem e movimento, do que cinema ou vídeo, essas diferenças, eu coloco a questão muito mais aí. Eu acho que sou uma das pioneiras aqui no Brasil na parte da vídeoarte. Comecei a fazer uma série de trabalho de projetos visuais, de imagem e movimento, enfim. Aí fiz um longa, que é o único longa que eu fiz em película, que é um filme que até foi produzido pelo Grupo Novo, do Tarcísio (Vidigal), que se chama Uaka. É um longa metragem no Xingu, isso foi em 1989, 88. Em 88 ficou pronto o filme, e esse filme é um documentário sobre o Quarup. Na realidade, esse filme teve uma projeção muito boa, foi para o Festival de São Francisco, ganhou vários prêmios. Ele começou a passar pelo período do Collor (ex-presidente Fernando Collor), então ele nunca foi lançado, é um filme inédito. Ganhou cinco prêmios no festival de Brasília, é um filme muito legal, é um filme que é atemporal, se ele passar hoje ele pode passar. Ele é um filme que é todo falado em kamauirá, no dialeto kamauirá, os personagens são os próprios índios, eles que criam o filme, não tem nenhuma interferência de nenhum ator branco. Ele é meio documentário e meio ficção, então eles são meio que atores naturais. Bom, e tem o lado do documentário, das filmagens da aldeia e tudo. 

Depois eu fiz um vídeo sobre a artista plástica Lygia Pape, que é um vídeo da série da Rio Arte. A Rio Arte, no Rio de Janeiro, tem uma série que é muito boa e que mapeia todos os artistas plásticos mais importantes do Brasil. Até agora eu acho que só tem 18 títulos, por exemplo, o Arthur Omar fez o do Tunga, o Mário Carneiro fez o da Lígia Clark. E ai eles me convidaram pra fazer o da Lygia Pape, que é um trabalho incrível, não eu fazendo um vídeo sobre a obra da Lygia, mas interpretando a obra dela.

MCB: Qual é o nome? 

PG: Lygiapape, tudo junto, é um vídeo de 43 minutos, e que teve muito boa recepção, teve criticas muito boas. 

Bom eu fiz vários vídeos antes, o Olho d’água, enfim muitos, muitos. Depois eu viajei de novo para a Colômbia, por circunstâncias pessoais.

MCB: Você nasceu onde?

PG: Eu nasci em Paris, mas hoje em dia eu sou brasileira, até porque eu estou há 30 anos no Brasil. Aí eu voltei para a Colômbia, meu pai é colombiano. Eu falo espanhol comitantemente, eu trabalhei na televisão colombiana, onde e realizei 40 documentários Então esses meninos cresceram praticamente numa ilha de edição, que era tipo TV Cultura de São Paulo, era a TV Cultura de lá, e por incrível que pareça muito boa. Eu realizei esses 40 documentários sobre diversos temas, fiz uma série sobre fotógrafos latinos americanos, uma série sobre design, arquitetura, objetos; Eu tinha que colocar dois documentários por mês. Tinha também sobre personagens, um pouco como é feito hoje em dia no Canal Brasil, eram vários personagens, poetas, enfim, um volume grande. Eu trabalhava com muito pouco dinheiro e acho que fiz coisas incríveis.

Eu voltei para o Brasil faz cinco anos, voltamos, de novo, toda a família. Porque a gente, eu e a Ava, Ava Maíra, minha filha caçula, estávamos em Bogotá, já o Eryk (Rocha) estava em Cuba.  Atualmente, eu sou professora da Escola de Artes Visuais, no Parque Lage, sou professora de vídeoarte e de cinema, na realidade eu faço um link entre o cinema, os primórdios do cinema, com as linguagens, o cinema das vanguardas da década de 20. Eu falo muito do cinema experimental e americano, faço todo um percurso, um cruzamento com a vídeoarte, então é uma aula fantástica, muita gente do cinema vai para escutar. Acho que a única pessoa que está fazendo isso no Rio sou eu, esse cruzamento. Porque no Brasil a área de artes plásticas e a área de cinema são completamente separadas. 

MCB; A sua filha, a Ava, estava me dizendo isso, que uma das admirações dela por você é que nos seus documentários não têm a questão do registro do fingimento da realidade, mas exatamente esse encontro entre o cinema com as artes plásticas, com a fotografia.

PG: Eu agora estou preparando dois projetos. Eu estou há quatro anos preparando um longa metragem, eu dei uma parada durante uns meses no ano passado por questões pessoais, mas agora retomou com muita força, que é um longa metragem sobre a história, os primórdios da história da fotografia no Brasil.

O outro é O diário de Sintra, que é uma volta para o tema do Glauber. É um longa documentário, e sempre nesta questão da memória, a partir da minha reflexão sobre minha experiência em relação ao ano que a gente viveu em Portugal, o último ano. Por que eu estou fazendo isso? Porque nesse tempo que a gente morou em Portugal, eu tinha uma Super 8, a gente morou em Sintra, eu fazia os registros do lugar, e às vezes o Glauber aparecia, às vezes não. As crianças estavam pequenas, então eu tenho um material imenso, no qual o Glauber, é claro, está muito presente. Mas é um material que me pertence, ai o Eryk e a Ava insistiram muito que eu fizesse alguma coisa com isso. 

Quando o Glauber morreu eu achei que era uma coisa muito colada, e eu nunca quis me aproveitar desse material para fazer uma coisa oportunista. Já se passaram 25 anos, já estou com muitos cabelos brancos, ai eu decidi trabalhar este material, porque é muito lindo, ele tem uma carga poética muito grande. E também fazer uma reflexão, poética de novo, acho que a palavra é essa, sobre esse período, refletir um pouco sobre essa relação desses últimos meses de vida do Glauber.  Um pouco uma outra visão, porque se tem uma visão um pouco caricata do que aconteceu naquela época Eu tenho outra visão, tenho outra versão dos fatos. Agora, não é um filme histórico, não é um documentário jornalístico, é um documentário dentro dessa linha, linha mais metafórica, mais poética. Então esses são os dois projetos

MCB: E quanto à direção de arte, você pensa em fazer outros filmes? Porque quanto ao Idade da terra, além dele ser o grande testamento do Glauber, a direção de arte é esplendorosa.

PG: Obrigada. Olha, na realidade eu faço a direção de arte dos meus próprios projetos. A verdade é que está tudo misturado, eu também exponho, entendeu? Então o que acontece, se você entra numa carreira, num trabalho direcionando para uma coisa, você tem que fazer de uma maneira profissional, muito arduamente. No cinema brasileiro, que é um cinema em que você é isso, você é diretor de arte, você é aquilo, é difícil... Tem muita briga, tem muitos atores que são diretores, tem diretores de artes e tal. Então ou eu me dedicava ao meu trabalho autoral ou eu me dedicava a ser diretora de arte de outros filmes. Aí eu realmente preferi virar diretora de arte da minha própria vida, entendeu? E dos meus próprios projetos, porque se um dia você conhecer meu trabalho, você vai ver que é tudo muito misturado, entendeu? Eu faço todo o processo. Por exemplo, nesse filme, eu que escrevi o roteiro, eu que fiz toda a pesquisa de imagem, pesquisa fonográfica, parte do material fotográfico, eu sou uma artesã, entendeu? Eu vou desde a coisa miúda até...  É uma coisa assim muito interessante, porque muitas vezes, hoje em dia, os diretores não participam de todas essas etapas, eles vão lá, dirigem, é uma coisa muito burocrática.

MCB: E como você vê essa questão dessa família toda essencialmente cinematográfica? 

PG: Olha, eu acho que aconteceu, não era uma coisa que a gente planejou muito não. Porque o Eryk, eu acho que o Eryk nem gostava tanto, ele gostava de cinema, mas ele queria ser jogador de futebol, quando ele tinha 16, 17 anos. Já a Ava era mais ligada e tal. Eu também, eu nunca digo sou diretora, sou cineasta, porque eu acho isso pretensioso. Eu trabalho mais nessa passagem das artes plásticas para o cinema, entendeu? Eu também não me coloco assim como uma militante, uma profissional, daquelas que “meu trabalho está nesse campo de passagem”. É um pouco o caso do Arthur Omar também. Muito de meus trabalhos eu nem ainda mostrei, eu produzo muita coisa que ainda está aí. É claro que eu quero mostrar eu estou batalhando para isso. 

Esse ano, por exemplo, eu tenho uma exposição, e essa questão dos suportes também eu acho importante. Hoje em dia eu acho que é muito importante pensar na possibilidade de vários suportes. Esse filme do Eryk, que ele passou ontem na praça, ele também pode passar numa capela, ele pode passar em um cinema, ele pode passar até em um espaço mais institucional, ele tem várias maneiras de circulação. Essas passagens de um estado para o outro me interessa muito, na circulação da obra de arte, eu acho isso muito importante. Eu acho que é isso que da vitalidade, só que no Brasil é um pouco separado, por uma questão da indústria, uma questão de dinheiro, envolve muito dinheiro, é mais ou menos isso.

MCB: Eu peço sempre para as minhas entrevistadas para homenagearem uma mulher do cinema brasileiro de qualquer época e de qualquer área.  Quem você gostaria de homenagear na sua entrevista?

PG: Cara, é complicado, porque eu vou homenagear a minha própria filha. É uma loucura, porque eu acho a Ava a melhor montadora que tem nesse país. Eu aprendi muito com ela, eu sou muito inocente do lado dela, no sentido de como ela é veloz trabalhando na montagem, como ela é precisa, como ela é coerente, e, ao mesmo tempo, como ela é criativa. Porque eu sou muito mais intuitiva, isso que eu estou te falando, essa coisa de dominar tecnicamente uma ilha. Eu acho que ela tem as duas coisas, ela tem uma coisa mais intuitiva minha, todo esse lado mais poético, mais intuitivo com a imagem, eu acho que ela tirou isso de mim, esse tratamento, ela tem muito bom gosto com a imagem. A Ava fez um filme lindo, que você não viu, que é Dramático. É lindíssimo, lindíssimo, lindíssimo. A primeira parte é mais ligada a mim, a segunda parte mais ao Glauber. Mas o Eryk também tem isso, ele tem uma coisa com a imagem muito especial que nem todo documentarista tem. Eu acho que a Ava é uma mulher incrível, já é uma diretora, ela é uma menina que consegue muito bem os meios, a ilha, todos os instrumentos, e, ao mesmo tempo, tem toda essa criatividade, então isso falta na minha geração um pouquinho.

MCB: Fora o Intervalo clandestino, qual foi o último filme brasileiro que você assistiu?

PG: O ultimo? Foi Cinema, aspirinas e urubus (Marcelo Gomes), foi o que eu mais gostei. Eu acho esse filme belíssimo. Eu tenho sido júri de vários festivais, ultimamente fui júri do Festival Universitário do Rio de Janeiro, fui júri da Mostra Livre, fui júri de Festival em Bahia, e vou te falar uma coisa: os diretores mineiros arrasam. Porque eles têm essa veia poética fortemente marcada, eles fazem narrativas a partir da imagem Existem duas maneiras de você construir um discurso cinematográfico: um é aquela narrativa clássica, estruturada, que é mais ligada à literatura, contar uma história com começo meio e fim; e tem uma estrutura que narra a partir de imagens. Eu acho que os diretores mineiros, toda essa nova geração que está por ai, e tem duas pessoas extraordinárias aqui em Minas Gerais, que eu admiro muito, que é a Marília Rocha e o Cao Guimarães. Na realidade, o último filme que eu vi, que eu projetei lá em casa, porque eu tenho uma sessão lá em casa em que a gente projeta em tela grande, foi um filme da Marília Rocha.  Eu achei extraordinário. Era aquele filme que eu pensei: “cara, esse tipo de filme que eu gostaria de ter feito”. Entendeu? Porque é de uma beleza, de uma força, de uma poesia. Ela trabalha uma coisa muito daqui da região e tudo, e, ao mesmo tempo, ela tem o silêncio, de repente ela tem lá na paisagem, em detalhes, a chuva. Eu achei ela um gênio, não conhecia, eu nem conheço ela. Se encontra-la diga que eu fiquei impressionadíssima, para mim ela virou uma deusa, genial. 

E também gosto muito do Cao Guimarães. Por ai anda o meu caminhar. Não é que eu não goste de outro tipo, de outra modalidade de documentário, mas a minha linda de documentário é um documentário mais reflexivo, mais autoral, onde o autor está muito mais presente. Acho que essa linha de documentário para mim é mais instigante, mais interessante, uma modalidade onde o autor está ali, ele se coloca. Claro que eu respeito as outras, o (Eduardo) Coutinho tem uma linha mais interativa, tem um cinema de observação, que eu acho super respeitável. Tem um documentário mais expositivo, que é uma linha de documentário mais histórico, tudo é respeitado. Mas o meu caminho é mais para o lado de um cinema mais autoral, mais reflexivo. 

MCB: Muito obrigado pela entrevista.


Entrevista realizada na 1a Cineop - Mostra de Cinema de Ouro Preto, em junho de 2006.

Obs.: a foto que ilustra a entrevista foi atualizada, ela foi tirada em 2011 na 14a Mostra de Cinema de Tiradentes.

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Sala 
 Sala Dina Sfat
Atriz intensa nas telas e de personalidade forte, com falas polêmicas.