Ano 20

Tayana Dantas

Tayana Dantas nasceu em Vitória, Espírito Santo, em 1988. Começou a carreira artística no teatro em sua terra natal, e em 2008 muda-se para o Rio de Janeiro: “Eu fui para o Rio porque eu queria estudar mais, eu queria saber, eu queria poder provar outras coisas, outras linguagens. Eu tinha uma sede, eu sentia um pouco uma opressão, sabe, porque Vitória fica no meio, entre Rio, São Paulo e Minas Gerais, e a gente não tem uma representação ainda muito significativa no mercado cultural. Eu não queria abandonar Vitória completamente, eu ainda penso em retornar, mas eu queria me cercar de coisas que eu achava que Vitória ainda não podia oferecer, tanto quanto eu gostaria de receber. Eu fui para fazer a faculdade de teatro, que ainda não tinha em Vitória, hoje a gente tem. Foi por essa necessidade de estudo que eu saí de Vitória”.

A estreia no cinema se dá em Vitória, onde atua em vários curtas: “O primeiro de fato foi um que eu escrevi, se chama O tempo dos sonhos. (2008). Quem dirigiu foi o Leandro Queiroz, um grande diretor de fotografia do Espírito Santo. Eu atuei como protagonista. Depois teve o Pragma (2008), que foi do Rodrigo Bitch, um amigo meu, do Rio de Janeiro. Em seguida fiz Milagre (2009), da Luiza Lubiana, uma diretora capixaba que trabalha com o universo mágico, o realismo fantástico. Eu ganhei um prêmio com esse filme no Festival Omelete Marginal, como Revelação do Cinema. Depois eu fiz Dos amantes breves e dos seus arredores (2010), do Leonardo Belo, no Rio de Janeiro, um curta muito bonito que a gente filmou tem um tempo e que ainda não está pronto. Acho que depois foi o Atrás da bola (2012), e Mais um brasileiro (2012), ambos do Gustavo Moraes, que foram no ano passado”. 

Tayana Dantas tem também atuações na televisão, atuou nos seriados Beijo, me liga, Bicicleta & melancia e A vida alheia. A atriz estreia em longas no belo As horas vulgares (2011), dirigido por Vitor Graize e Rodrigo de Oliveira, filme rodado em Vitória: “E aí veio As horas vulgares e foi um lugar muito potente para mim. Primeiro porque se tratava de um primeiro longa-metragem financiado por um edital do Espírito Santo, o que era inédito. Nunca tinha existido esse edital antes, e o longa foi o primeiro depois de 18 anos sem ter acontecido nenhum no meu Estado. E por poder participar disso e viver uma personagem que tem uma história muito próxima da minha história, de uma sensação de angústia, de um lugar de mundo muito parecido com o meu, e poder colocar isso. Eu já estava fora do Espírito Santo há um tempo e poder voltar para o meu Estado, para a minha cidade, para dar vida a uma sensação”. 

Tayana Dantas esteve na 15ª Mostra de Cinema de Tiradentes, em 2012, para o lançamento de As horas vulgares, de Vitor Graize e Rodrigo de Oliveira. A atriz conversou com o site Mulheres do Cinema Brasileiro e falou sobre o início da carreira no teatro em Vitória, a mudança para o Rio de Janeiro, os curtas em que atuou, a estreia em longas, e outros assuntos.



Mulheres do Cinema Brasileiro: Por favor, sua origem, data de nascimento e formação.

Tayana Dantas: Meu nome é Tayana Dantas, sou de Vitória, Espírito Santo, nasci em 1988. Eu comecei a estudar teatro em Vitória, tinha um grupo, uma companhia com a Maura Moschen, de estudo e de apresentações. Depois me mudei para o Rio de Janeiro, onde comecei a estudar na Faculdade de Teatro da PUC. Estou terminando de me formar. Fiz também um curso nos Estados Unidos, para formação em cinema.

MCB: Você foi para o Rio em que ano?

TD: Tem cinco anos, fui em 2008.

MCB: Desse período do teatro, lá em Vitória, dá para você citar alguns trabalhos?

TD: A gente tinha uma companhia. Eu fiz O Quati, inclusive, apresentei em BH na Fatemig, e a gente fez O professor. Eram trabalhos autorais da Maura, não são conhecidos. E tem O louco. Acho que esses são os três mais importantes da companhia, O louco, O professor e O quati.

MCB: Por que você foi para o Rio? 

TD: Eu fui para o Rio porque eu queria estudar mais, eu queria saber, eu queria poder provar outras coisas, outras linguagens. Eu tinha uma sede, eu sentia um pouco uma opressão, sabe, porque Vitória fica no meio, entre Rio, São Paulo e Minas Gerais, e a gente não tem uma representação ainda muito significativa no mercado cultural. Eu não queria abandonar Vitória completamente, eu ainda penso em retornar, mas eu queria me cercar de coisas que eu achava que Vitória ainda não podia oferecer, tanto quanto eu gostaria de receber. Eu fui para fazer a faculdade de teatro, que ainda não tinha em Vitória, hoje a gente tem. Foi por essa necessidade de estudo que eu saí de Vitória.

MCB: No Rio você deu continuidade à sua carreira no teatro?

TD: Sim. Eu estou hoje com uma peça em cartaz, inclusive, montei uma companhia com dois atores desse filme (As horas vulgares), que também são de Vitória.

MCB: Quais?

TD: O Higor Campagnaro e a Thaís Monassi. No filme, ele é o Fra e ela é a Clara.

MCB: Como se chama o espetáculo?

TD: O espetáculo chama-se A bailarina, o iluminador e a pianista maquiada.

MCB: E esse trabalho no Rio teve alguma diferença para você, do teatro que você fazia em Vitória? Ele te supriu um pouco, nessa angústia anterior que você citou? 

TD: Sim. Porque eu acho que o que a gente fazia, principalmente eu, por ser muito nova e ainda não ter tanto conhecimento, era uma coisa sem um engajamento profissional, sabe, de quem está indo para trabalhar, como um advogado que se forma e vai defender uma pessoa, um médico que vai fazer uma cirurgia. Em Vitória tem a companhia do Grupo Z, que também é uma companhia de pesquisa muito forte. Mas o que eu faço é um trabalho de pesquisa, a gente se aprofunda muito, temos um trabalho extenso antes de apresentar alguma coisa. Então me supriu nesse lugar, nessa carência que eu tinha de aprofundar mesmo no que eu estava fazendo, de apresentar uma coisa profissional.

MCB: E os Estados Unidos, você foi para lá para estudar também?

TD: Sim. Estudei na Lee Strasberg. Ele era um cara que fundou um método em cima do Stanislavisk, mas completamente diferente, com foco grande no cinema, o que me interessa muito. Eu fui para lá para buscar isso, eu consegui uma bolsa e fiquei um tempo lá, estudando essa proposta dele para o cinema, uma coisa que ainda não tem tanto no Brasil, um estudo focado, um método direcionado para o cinema.

MCB: Pelo que você diz, parece-me que o cinema sempre foi um desejo, não é? Mas como ele se efetiva?

TD: Eu fiz muitos curtas.

MCB: Quais?

TD: O primeiro de fato foi um que eu escrevi, se chama O tempo dos sonhos. (2008). Quem dirigiu foi o Leandro Queiroz, um grande diretor de fotografia do Espírito Santo. Eu atuei como protagonista. Depois teve o Pragma (2008), que foi do Rodrigo Bitch, um amigo meu, do Rio de Janeiro. Em seguida fiz Milagre (2009), da Luiza Lubiana, uma diretora capixaba que trabalha com o universo mágico, o realismo fantástico. Eu ganhei um prêmio com esse filme no Festival Omelete Marginal, como Revelação do Cinema. Depois eu fiz Dos amantes breves e dos seus arredores (2010), do Leonardo Belo, no Rio de Janeiro, um curta muito bonito que a gente filmou tem um tempo e que ainda não está pronto. Acho que depois foi o Atrás da bola (2012), e Mais um brasileiro (2012), ambos do Gustavo Morais, que foram no ano passado.

MCB: Você consegue se lembrar da sua primeira impressão de estar em um set de cinema, você, que vinha do teatro?

TD: Foi no O tempo dos sonhos, que eu escrevi, e foi com um grupo de amigos. Então eu tinha uma função, não foi tanto a experiência do cinema em si, como atriz, eu tinha uma função de organizar aquilo, foi uma coisa um pouco caótica. Mas eu acho que a primeira experiência de set que eu tive só como atriz foi no filme da Luiza, no Milagre, e era um maravilhamento com tudo, com a relação com a câmera, com o universo que acontecia sem que eu precisasse fazer com que ele acontecesse. A sensação de que ele acontecia além de mim e de estar misturado naquilo foi muito mágico, porque desde criança eu fui uma pessoa louca pelo cinema. Maravilhada em como aquilo podia acontecer e estar dentro daquilo foi meio como entrar na história do personagem preferido, fazer parte e brincar com ele. Então foi mágico, foi muito mágico.

MCB: E como foi a passagem para o longa As horas vulgares, do Rodrigo de Oliveira e Vitor Graize?

TD: Antes de chegar a fazer o longa, eu fiz dois seriados na televisão. Seriado está em um lugar mais próximo do cinema, até pelo cuidado com a imagem, com o trabalho do ator.

MCB: Quais foram esses seriados?

TD: O Beijo, me liga, produzido pela Endemol e pela Globo para o Multishow, e A vida alheia, do Miguel Falabella, na Globo. E aí veio As horas vulgares, logo em seguida, e foi um lugar muito potente para mim. Primeiro porque se tratava de um primeiro longa-metragem financiado por um edital do Espírito Santo, o que era inédito. Nunca tinha existido esse edital antes, e o longa foi o primeiro depois de 18 anos sem ter acontecido nenhum no meu Estado. E por poder participar disso e viver uma personagem que tem uma história muito próxima da minha história, de uma sensação de angústia, de um lugar de mundo muito parecido com o meu, e poder colocar isso. Eu já estava fora do Espírito Santo há um tempo e poder voltar para o meu Estado, para a minha cidade, para dar vida a uma sensação. A personagem não era eu, mas foi uma sensação que eu vivi por tanto tempo e, hoje, assistir a esse filme e reconhecer em mim, sabe, esse lugar. E voltar a sentir essa sensação assistindo a isso, ver como o filme guarda esse meu lugar. Então eu acho que foi uma transição que aconteceu em passos. O que mais me marcou da experiência do As horas vulgares foi essa potência de dar vida a essas sensações que já me pertenciam, que estavam de alguma forma esquecidas assim, e agora poder vê-las.                                 

MCB: Como você chegou até o filme?

TD: No festival em que eu ganhei o prêmio Omelete Marginal, o Vitor (Graize) concorreu comigo como Revelação de Cinema. A gente conversou, ele tinha ganhado o DOC TV, eu tinha assistido e gostado muito. A gente conversou bastante e se procurou nas redes sociais. Quando eu soube que ele tinha ganhado o edital, eu falei com ele que queria conhecer o trabalho, o roteiro.  A gente marcou um encontro e ele me mandou o roteiro, disse que era para eu dar uma olhada na Ana, olhar todas as personagens femininas, mas com olhar especial pra Ana. Eu li e fiquei apaixonada pela Ana. Daí, fui encontrá-los, ele, o Rodrigo (de Oliveira) e a preparadora, em um bar, e a gente conversou longamente assim. Dali eles me escolheram, eu não fiz teste.

MCB: Como você vê As horas vulgares? Porque é um filme impactante, um retrato da juventude por um outro viés, em preto e branco, e muito focado nos atores, muitos primeiros planos, closes...

TD: Eu acho que nunca teve um filme falando de juventude no Espírito Santo, nunca se falou da juventude capixaba. E por isso achar estranho, uma juventude estranha, no sentido de que está cercada de uma grande coisa, num lugar que não é visto assim. O que eu vejo nisso? Eu vejo As horas vulgares como um grande representante da juventude que se interessa por arte no Espírito Santo, que tem um grande distanciamento da juventude, digamos normal, comum.  Meu pai é dono de uma universidade, então eu vim de uma família conservadora, uma família tradicional do Espírito Santo. Então, meus amigos vindos da escola têm uma vida muito diferente. É quase um retrato fiel ao sentimento daquela juventude específica, a dificuldade de caminhar, o cansaço de uma coisa cíclica. É uma juventude, acho, que se assemelha a um Camus, a um Sartre. Essa vontade de continuar andando, mesmo sabendo que a gente está com uma pedra nas costas, que a gente pode não chegar a lugar nenhum, que a gente provavelmente não vai chegar a lugar nenhum. Eu vejo que As horas vulgares traz esse retrato e, por isso, gera esse estranhamento, uma juventude não comum no Brasil que a gente vê.

MCB: Como você vê as personagens femininas do filme: Ana, Clara, Júlia, Érica? O personagem do Lauro deflagra tudo ali, mas existe uma teia de afeto entre aquelas pessoas, o Téo. Eu vejo essa teia de afeto sustentada muito pelas personagens femininas, para que os homens trafeguem por aquela circularidade. Como você vê essas personagens femininas e como você vê a Ana dentro disso?

TD: Eu acho que as mulheres têm essa força de junção no filme, a Clara principalmente. A gente trabalhou nela nesse sentido, de que ela era o suporte, ela era quem sustentava, quem entendia, ela era quem apontava com clareza as questões, os conflitos, e daí ela se ausenta. A Júlia é aquela mulher que agrega, é a que mantém o elo, a mulher que recebe, essa coisa do cicerone, de quem acolhe o homem, essa coisa meio grega, o homem que vem da batalha, o alento, o colo. E que por isso mesmo esquece das suas questões, em prol do outro. Eu a vejo muito como esse lugar quase maternal, a mãe, a primeira, a dona da família. A Érica é aquela mulher que tem uma relação muito direta com o Lauro, ela não se relaciona com o resto do grupo, então, ela é a mulher que sustenta, que vive com aquele homem, para aquele homem. Ela não participa da outra vida que aquele homem possui, e por isso cria um universo dentro daquele apartamento, dentro da vida dela, só dela, e que ela só compartilha com ele.  Já Ana tinha uma relação muito profunda com o irmão que morre, e a partir disso ela fica buscando vestígios desse irmão nesses amigos, a irmã mais nova que ouve sempre as histórias das bebedeiras, dos amigos, e que quer muito conhecer aquele universo, mas ainda não pode. Quando ela se vê tornando-se mulher, ela quer reconhecer esse mundo todo que o irmão contou para ela e vivenciar esse mundo. Eu acho que quando o Téo deixa aquele colar do Lauro para ela, é como se fosse um novo suporte desse grupo, um novo lugar desse grupo. Ela promove uma busca muito grande em fazer parte desse grupo e de, principalmente, não deixar que esse grupo morra. Acho que a Ana tem uma vontade de ver aquelas histórias continuarem, para que elas não morram como o irmão, que é a única referência que ela tem da vida daquelas pessoas, é um empenho em tornar aquilo vivo. Eu vejo ela como um anjo pairando. Eu busquei uma docilidade nela, uma vontade de que aquelas histórias encontrem um respiro, um fôlego para que não morram afogadas, para que não se percam, para que não sejam só lembranças. Acho que ela é essa jovem, é a juventude tentando buscar a potência da continuidade de uma tradição.

MCB: Eu percebo uma sexualidade muito forte no filme, no sentido da libido mesmo, as pessoas se tocam muito, homens e mulheres e homens e homens. Há uma sexualidade ali muito forte. E no caso da Ana, especificamente, ela tem esses traços que você está dizendo, mas ela também é aquela que se torna uma emissária do que vai acontecer, de uma nova ordem dentro daquele grupo.

TD: A Ana é uma personagem que guarda segredos, ela tem uma caixinha de música da qual ela tira um anel, e ela gosta de se fingir de noiva por não aguentar essa solidão, essa solidão de homem, essa perda. E ela sai pela rua, isso não foi filmado, não está no roteiro, mas é uma ideia que a gente tinha. Ela sair pela rua, e na praça conversar sobre esse homem com quem ela iria se casar. Então, eu acho que ela tem esse lugar de guardar segredos, de cumplicidade. Eu tentei trabalhar isso sim, desde o primeiro olhar, quando o Gil está tocando e eu estou rindo. Eu tentei trabalhar essa coisa de quem está guardando alguma coisa ali e que não quer dizer com a boca, mas que tenta falar com os olhos, com o corpo, alguém que guarda esse lugar, que é guardião de alguma coisa.

MCB: É curioso você falar isso, porque um dos seus traços mais fortes no filme são os olhos, a forma de olhar, muito impressionante isso.

TD: Que bom, que bom.

MCB: Você está agora cuidando do lançamento do filme? Tem a ideia de ir para festivais, de acompanhar, ou você já está envolvida em outros projetos?

TD: Sim. Eu estou.

MCB: Além da sua peça, em cartaz.

TD: Eu estou em cartaz com essa peça, da nossa companhia, mas também quero muito estar nos lugares aos quais o filme for, porque é muito bacana reconhecer um novo filme, a cada pessoa que te diz o que você nem tinha pensado. É sempre um novo olhar e acaba sendo um novo filme que você enxerga. Eu quero muito poder estar nos lugares aos quais o filme for, é uma tentativa minha.

MCB: Para encerrar, as únicas duas perguntas fixas do site. Primeiro, qual foi o último filme brasileiro a que você assistiu?  E qual mulher do cinema brasileiro, de qualquer época e de qualquer área, que você quer deixar registrada na sua entrevista como uma homenagem? 

TD: Eu deixo registrada a Leila Diniz. Eu sou muito amiga do bigode (Luiz Carlos Lacerda), então eu escuto muitas histórias dela. Eu acho ela uma grande mulher, uma grande inspiração para mim como lugar no mundo.  O último filme brasileiro que eu vi foi o Girimunho (Helvécio Marins e Clarissa Campolina).

MCB: Muito obrigado pela entrevista. 


Atualização 2013

MCB: Quais são seus projetos atuais?

TD: Depois do As horas vulgares (2011) eu fiz mais dois longas, Punhal (2013), de Luiza Lubiana, e Entreturnos (2013), de Edson Ferreira. Ganhei, como autora, o edital de desenvolvimento de dramaturgia da Secult ES com o texto Memórias de tecidos para amores de sofá, peça que estreio com minha companhia de teatro, a Galharufa Cia Teatral, com a direção do renomado diretor carioca Fábio Ferreira. Estou agora escrevendo o roteiro de um longa-metragem chamado A garota sem bordas e o menino palavras.



Entrevista realizada durante a 15a Mostra de Cinema de Tiradentes, em janeiro de 2012. E atualizada em março de 2013.

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Sala 
 Sala Dina Sfat
Atriz intensa nas telas e de personalidade forte, com falas polêmicas.