Ano 20

Eunice Baía

“Tainá – Uma Aventura na Amazônia” não foi apenas um dos maiores sucessos brasileiros do cinema infantil. O filme marcou a estréia de uma garota apaixonante nas telas e nos bastidores uniu para sempre a vida de duas mulheres: Eunice Baía e Noêmia Duarte. 

Eunice Baía foi selecionada entre 3 mil candidatas para viver Tainá, a defensora da fauna e da flora da exuberante Amazônia. Noêmia Duarte foi a diretora de elenco que ajudou a encontrar, em uma epopéia que foi do Oiapoque ao Chuí, aquela que daria vida à cativante guerreira. Responsável pelo “casting” e assistente de direção de “Tainá, Uma Aventura na Amazônia”, de Tânia Lamarca, Noêmia Duarte é também atriz e produtora. Com o filme tornou-se também mãe, já que a pequena Eunice, então com apenas sete anos, a escolheu como tal durante as filmagens. 

Agora, sete anos após o primeiro filme, chegou às telas a seqüência do sucesso infantil, “Tainá 2 – A Aventura Continua”. Eunice Baía e Noêmia Duarte estão viajando pelas principais capitais para o lançamento do filme e estiveram em Belo Horizonte. Em entrevista coletiva e também em entrevistas individuais para o Mulheres, elas falam sobre as filmagens dos dois longas, do encontro entre as duas, como Noêmia, por escolha da garotinha Eunice, tornou-se sua tutora e como Eunice trocou o Belém do Pará por São Paulo. Podemos também conhecer melhor o universo do “casting” e os desafios dessa categoria. 



Mulheres do Cinema Brasileiro: Eunice, apesar de ser uma garotinha na época, você tem alguma lembrança de como se sentiu ao ir para o teste em que foi selecionada entre 3 mil candidatas para protagonizar “Tainá, Uma Aventura na Amazônia”? 

Eunice Baía: Não, eu não me lembro, eu era muito criança. 

MCB: Você se lembra das filmagens? 

EB: Me lembro que eu gostei muito das pessoas que estavam lá, dos atores, e principalmente da Mamu (apelido pelo qual chama Noêmia Duarte, sua tutora). 

MCB: A Noêmia se tornou a sua mãe a partir de então não é? Conte para nós como foi que isso aconteceu. 

EB: Durante as filmagens eu ficava agarrada com a Mamu, acho que foi amor a primeira vista. Quando o filme acabou e nós tivemos que nos separar eu fiquei muito triste, chorei muito e ficava em casa atazanando os meus pais por causa dela. Aí fui passar umas férias em São Paulo, na casa dela. Quando voltei, eu de novo só fazia chorar e dizia em casa que eu queria ir embora para ficar com a Mamu. Até que aconteceu, meus pais permitiram, ela me adotou e eu me mudei para a casa dela. 

MCB: Como foi essa mudança, sair da Vila do Conde, no Belém do Pará, para morar em São Paulo, uma das maiores cidades do mundo? Foi fácil a adaptação? 

EB: Foi muito fácil. Eu me acostumo fácil com qualquer lugar. 

MCB: Agora, que já uma adolescente, você tem a dimensão da importância de um filme como “Tainá”, já que a produção infantil não é muito comum no Cinema Nacional, principalmente com uma temática como a do filme? 

EB: Sim, hoje sim. Na época do primeiro filme eu estava lá mais por curiosidade. Hoje tenho mais experiência, mais consciência de atriz, sei que é muito importante porque o filme ensina que devemos preservar a natureza e sermos amigos dos animais. No “Tainá 2 – A Aventura Continua”, a minha responsabilidade é maior, estou sozinha na floresta e cuido de uma tribo de indiozinhos, o Igarapé do Arco-íris. A Tainá ensina as pessoas a cuidarem da floresta. 

MCB: Nessa seqüência você tem uma discípula, a Arilene Rodrigues. Como foi sua relação com ela? 

EB: Foi muito legal, eu gosto muito dela. A Arilene é agitada, é bacana. Eu ensinava para ela, brincava de boneca com ela, uma gosta da outra. 

MCB: Você agora está viajando pelas capitais para divulgar o novo filme. Você também viajou com o primeiro? 

EB: No Tainá 1 eu fui para Nova York e para Chicago. Agora, no Tainá 2 a divulgação está muito maior. Eu fui para a Espanha e estou indo nas cidades aqui no Brasil. 

MCB: Sua família é grande? Você sente falta dela? 

EB: Sim, tenho oito irmãos e oito sobrinhos. Eu vou sempre lá nas férias e no final do ano. 

MCB: E na escola, você sofre muito assédio dos colegas? 

EB: É normal, eles perguntam sobre o filme, querem saber as coisas, mas nada de mais, normal. Eu sempre quis estudar e agora estou realizando um sonho. 

MCB: Qual é sua matéria preferida? 

EB: Matemática. 

MCB: Como está a carreira de atriz? Você participou de uma ópera no Teatro Municipal de São Paulo e fez uma participação no “Sítio do Pica-Pau Amarelo”. Você gostou da televisão? 

EB: Não gostei muito não, as coisas são muito rápidas na tv, prefiro o cinema. Fiz também o “Videogame”, da Angélica. 

MCB: Depois dos filmes da Tainá você pretende continuar com a carreira de atriz? 

EB: Não, quero trabalhar com moda, eu adoro desenhar, estou sempre desenhando. 

MCB: Tem alguma atriz brasileira que você goste, que você admira? 

EB: A Marília Pêra. Fui assistir à peça “Mademoiselle Channel” e gostei muito. Ela entra na personagem. 

MCB: Muito obrigado pela entrevista. 

EB: De nada. 



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