Ano 20

Helena Ignez

O Projeto 10 – Seminário  Cinema Marginal: um cinema de invenção está apresentando em Belo Horizonte uma mostra com alguns dos mais importantes filmes do movimento de cinema experimental que sacudiu o Cinema Nacional no final dos anos 60 e início dos anos 70. E está recebendo também convidados de primeira linha para conversar com o público. 

 E foi para uma dessas conversas que o Seminário trouxe a musa absoluta do Cinema Marginal, a inesquecível Helena Ignez. A atriz, que começou no cinema com Glauber Rocha - com quem foi casada e teve a filha Paloma, brilhou no Cinema Novo, em filmes como “Assalto ao Trem Pagador” (1962), de Roberto Faria,  e  “O Padre e a Moça”, (1965), de Joaquim Pedro de Andrade. Depois, tornou-se musa do Cinema Marginal, com atuações inesquecíveis em filmes de Júlio Bressane, com quem namorou, e com Rogério Sganzerla, com quem foi a casada até a morte dele nesse ano. A Janete Jane, de “O Bandido da Luz Vermelha” (1968) e a Ângela Carne e Osso de “A Mulher de Todos” (1969), ambos de Sganzerla,  são alguns de seus clássicos. 

 É sobre essa trajetória, desde o começo na Faculdade de Teatro na Bahia até “O Signo do Caos”, derradeiro filme de Rogério Sganzerla, e passando pelos encontros com Glauber, Joaquim Pedro, Bressane e Sganzerla, que Helena Ignez conversou em entrevista exclusiva ao Mulheres. A atriz fala também sobre o roteiro “Luz nas Trevas”, de autoria de Sganzerla,  que ela vai dirigir.

  
Mulheres:  Helena, você começou sua carreira no teatro, na Faculdade de Teatro, na Bahia, onde você encenava peças de vanguarda. Desde o início, esse olhar mais experimental da arte te fascinou? 

Helena Ignez: Não, não, na Escola de Teatro eu não diria que eram peças de vanguarda. Eram grandes clássicos que foram montados nessa época, como “A Ópera dos Três Vinténs”, de Brecht, com cenário de Lina Bo Bardi; “Calígula”, do Camus, com Sérgio Cardoso; “ Senhorita Júlia”, de Strindberg; quer dizer, não era um teatro experimental, era um teatro tradicional feito com todos os recursos que se podia ter. 

Mulheres: Mas a própria presença da Lina já era um diferencial, era um olhar mais contemporâneo, não? 

Helena Ignez: É, a presença da Lina era uma presença que se mesclava entre outras presenças lá, essas pessoas que sempre cito, Gianni Ratto, Martin Gonçalves, que era o diretor da escola, Eda Adler, uma grande atriz que trabalhava fora do Brasil na época. Então, o que diferenciava era a inteligência, a qualidade criativa intelectual, mas não a experimentação em si, ali a palavra não cabe, acho que não cabe, nesse início, que era muito mainstrean mesmo, era o tradicional de alto nível. 

Mulheres: Mas que já começa com o curta, não é? Quando você foi fazer “O Pátio” (1958) com o Glauber Rocha, que você conheceu na Faculdade, nos corredores. 

Helena Ignez: É, conheci, exatamente. Pois é, aí entrou o Glauber. Mas o Glauber e a Escola de Teatro, apesar de se darem  muito bem, eram duas entidades diferentes. Glauber se dava maravilhosamente bem com essas pessoas, tornou-se  um grande amigo de Lina Bo Bardi, uma interlocutora absoluta mesmo do Glauber. Mas aí entrou ele, né? Com uma idéia na cabeça de fazer um novo cinema no Brasil, porque ele não gostava do que estava sendo feito, a Vera Cruz, e, principalmente, Glauber não gostava de chanchada. 

Mulheres: Quando você fez “ O Pátio” com ele, você tinha noção da importância que esse curta viria ter na história do cinema brasileiro, do tamanho que o Glauber Rocha ia ter no cinema brasileiro, e do seu próprio tamanho nesse cinema? 

Helena Ignez: É, de uma forma natural, sim, natural sim, não é? Porque Glauber, ele tinha uma inteligência estonteante. Não era comum. Apesar de eu ser muito jovem já diferenciava uma coisa da outra. E quanto a mim eu sempre fui muito solta. Eu acho que eu tenho, de uma certa maneira, uma trajetória particular, não é? Porque, se o trabalho também tem qualidade,  originalidade, e ficou, porque já ficou, eu não preciso mais defendê-lo, por outro lado eu nunca fui apegada demais a isso. Talvez por isso tenha qualidades também maiores. É, muito CDF, no sentido de fazer bem o que tava sendo feito, mas depois desligava, desligava. E gostava da vida, de diversas faces da vida, não só essa como atriz, gostava de muitas e muitas coisas. Isso, talvez, até deu uma particularidade também à minha vida, não me arrependo nem um pouco dela ser assim, mas me tirou também algum poder de produção que eu gostaria de ter mais forte. 

Mulheres: O seu primeiro longa, “ A Grande Feira” (1961), é considerado um clássico do ciclo do cinema baiano, ao lado de “Bahia de Todos os Santos” (1960 – Trigueirinho Neto)  e de “ Barravento” (1962 - Glauber Rocha). Como foi esse momento de efervescência cinematográfica na Bahia? 

Helena Ignez: Pois é, aí eu estava entrando numa turma, né? O Roberto já existia, Roberto mais velho que a gente, 10 ou 12 anos mais velho, já tinha feito “ Redenção”. E eu conheci Roberto através do Glauber, foi Glauber que produziu “A Grande Feira”, e eu entrei por causa do Glauber. Porque nessa época, como não tinha cinema, eu não me interessava por cinema. Eu perdi, inclusive, coisas boas para fazer, mas porque não tinha mesmo muito interesse. Por exemplo, o Anselmo Duarte me chamou para fazer “ O Pagador de Promessas”, o que seria o papel da Norma, ou o da outra, eu nem me lembro mais, o da Glória Menezes, não sei. É, era o da Glória Menezes, exatamente, porque Anamaria Dias, que ia fazer originalmente, tinha tido um problema, de pneumonia, e ele estava procurando essa atriz. E foi lá em casa, nos Barris, e tal, e conversou comigo; é assim engraçado, como eu me lembro como se fosse agora, na entrada da casa, sentado num batentizinho, muito intimamente. Mas eu não dei muita bola, preferi não fazer “ não, não vou não, porque estou fazendo uma peça aqui, vou ficar”. Não fiz, Glauber também não incentivou a fazer. 

Mas nesse período apareceu “A Grande Feira”, e como ele era produtor, eu disse “ vou fazer”, e fiz. E gostei muito do Roberto, apesar de ver que o Roberto e o Glauber eram diferentes, todos dois eram muito de cinema, mas cada um na sua. E Roberto mais tradicional, e ali também o Glauber ainda não tinha se manifestado. Porque “Barravento”, que eu poderia também ter feito, fiquei grávida, estava grávida da Paloma, não fiz. E aí foi indo. Nessa época o teatro tinha um peso muito maior na minha vida do que o cinema.

Mulheres: Seu filme seguinte, já é outro clássico. Como foi o convite para você vir ao Rio para fazer “Assalto ao Trem Pagador” (1962 – Roberto Faria)? 

Helena Ignez:  É, o “Assalto”. Ficou muito bom “A Grande Feira”, tinha acontecido no meio cinematográfico, o Luiz Carlos (Barreto) gostou, e me convidou para fazer. Também já tinha me visto no teatro. Foi na época da separação do Glauber, foi uma fase de rompimento. Minha vida é muito assim, de rompimentos, é uma coisa muito feminina, inclusive, sabe, e sofrida, né? Porque as mulheres, para elas conseguirem essa liberação que elas vêm conseguindo pouco a pouco, seu lugar, seu espaço, foi duro, não foi entregue a gente isso. E, naquele momento, você tá separado, você é uma mulher desquitada, com uma filha, romper com uma sociedade... porque eu viva em Salvador, para ir para o Rio, fazer cinema, é um processo de rompimento, e meio doloroso mesmo. 

Mulheres: Depois você tem um encontro fundamental com o Joaquim Pedro de Andrade, que resulta em “ O Padre e a Moça” (1965), um dos filmes mais belos do cinema brasileiro. Como foi esse encontro com Joaquim Pedro? 

Helena Ignez: O Joaquim me conheceu muito cedo, me conheceu no  “Pátio”, nessa época do “ Pátio”, 58, 59. Nós tínhamos casado, estávamos no Rio e Glauber fez uma exibição na casa de Ligia Pape e lá estava o Joaquim. Nisso o Joaquim disse que eu tinha uma nuca que era um objeto cênico muito bom, fotografa muito bem, aquelas coisas. Ele disse que já estava pensando em mim desde aquela época, mas só aconteceu em 63. 

Mulheres: E que te projetou internacionalmente, um filme belíssimo. 

Helena Ignez: Foi, teve uma projeção internacional, o filme estreou e foi para Berlim. 

Mulheres: Pouco depois você faz o “Cara a Cara” (1967), do Júlio Bressane, que é outro momento importante, a hora em que Júlio Bressane está começando a sua carreira, primeiro filme. 

Helena Ignez: Foram dois anos, um ano e meio depois, 67, né? E também Júlio foi assistir uma peça de teatro que eu estava fazendo em Ipanema, teatro de bolso, com direção de um espanhol que estava na moda. Ele foi assistir a peça e me conheceu lá, foi com o pai e depois voltou mais uma vez sozinho, e me convidou para fazer “Cara a Cara”. E o Júlio já se conhecia, sabia que ele era um menino inteligente, ele estava ligado ao Glauber, né? Acompanhava “Terra em Transe”, tanto é que “Cara a Cara” é bem influenciado por “Terra em Transe”. E por aí nasceu uma parceria, um entendimento intelectual, e também um namoro. Mas o que caracterizou mesmo foi essa identidade intelectual. 

Mulheres: Na metade dos anos 50, final dos anos 60, a crítica e o público levaram pelo menos três sustos: primeiro “Rio, 40 Graus” (1955), do Nelson Pereira dos Santos; depois “ Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1963), de Glauber Rocha; e depois “O Bandido da Luz Vermelha” (1968), do Rogério Sganzerla. Esse encontro fabuloso com o Rogério, como foi que aconteceu? 

Helena Ignez: Esse encontro fabuloso foi fabuloso mesmo. Porque ele veio com uma crítica. A primeira vez que eu falei com o Rogério ele era muito jovem, tinha 22 anos, 21 para 22 anos, e era crítico muito bem situado, do “Estado de São Paulo”, né? Escrevia muitíssimo bem, e no Rio já estava se ouvindo falar muito dele, aquele menino paulista, e vez em quando, ele também vinha ao Rio para encontrar alguns amigos; Júlio (Bressane) já estava se aproximando, o Cacá  (Carlos Diegues) também foi um dos primeiros que ele conheceu. Cacá, inclusive, deu as latas para ele fazer o documentário, e é uma coisa que o Rogério sempre foi grato ao Cacá nesse sentido. Então, aí ele me mostrou essa crítica de “O Padre e a Moça”, e disse “olha, tem um filme que eu quero fazer com você, e vou lhe trazer o roteiro”. Foi em casa, me deu o roteiro, alguns meses depois começou o filme, não foi logo depois, uns 6 ou 7 meses antes. Aí eu me comprometi pra fazer o filme, e continuei o meu trabalho normal da época, fazia televisão também, teatro, e viajei, sai do Brasil, fui a festivais, fui à Cuba, e voltei para fazer “ O Bandido”. 

Mulheres: Televisão você fez menos. Você sempre privilegiou o teatro e o cinema. 

Helena Ignez: No começo eu fiz muito televisão, antes da Globo, muito menina. Fiz no Rio, a TV Rio, a Excelsior em São Paulo, Record. Fiz os programas mais famosos da época, tá entendendo? Tinha um programa no domingo, na TV Rio, que era um “Fantástico”, onde eu apresentava um quadro que era com um diretor muito interessante, Carlos Alberto, uma figura que morreu jovem.  Quer dizer, tinha esse lado popular mesmo da televisão. 

Mulheres: Nos anos 70 vocês montam a produtor Bel-Air e tem um recorde, faz seis filmes em poucos meses, e que são clássicos, filmes de referência. Você é citada como a musa absoluta desse período, e outra musa também é a Maria Gladys. Você tem esse reconhecimento inquestionável, quanto a Maria Gladys eu acho que ela ainda não teve a dimensão que ela merece, do papel dela nesse período. Como foi a convivência com a Maria Gladys? . Você tem esse reconhecimento inquestionável, quanto a Maria Gladys eu acho que ela ainda não teve a dimensão que ela merece, do papel dela nesse período. Como foi a convivência com a Maria Gladys? 

Helena Ignez: A Maria Gladys já era minha amiga, foi a primeira pessoa que conheci no Rio quando cheguei, garota, numa festa. Sempre tem umas histórias estranhas, porque depois não teve significado nenhum, mas no momento foi muito forte. Ela namorava o Cecil Thiré, e fez “Os Fuzis” (1963), do Ruy Guerra e viajou com ele para Berlim. Nós éramos superamigas, e aconteceu de eu namorar o Cecil porque a gente estava fazendo uma peça e acabou virando namoro. Quando ela chegou, deu-se o rompimento, tudo assim complicado, e eu acho que a Gladys foi me perdoar há poucos anos (risos). A Gladys é uma atriz maravilhosa, maravilhosa, e eu acho que ela tem sim seu reconhecimento completo. Eu acho que eu fiz mais filmes do que ela. A Gladys também é hoje de TV, ela tem diretores que sempre quando fazem suas novelas a chamam, ela tem lá seu papelzinho fixo. Eu não, eu fiz mais cinema, e tive mesmo, talvez, acho que sim, sem nada a ver com modéstia ou falsa modéstia, uma atuação mais autoral dentro do cinema, tive essa sorte de trabalhar com pessoas que me permitiram isso, ao ator, permitiram aos atores, que foi o caso da Bel-Air. 

Mulheres: A Odete Lara afastou-se do cinema por alguns motivos pessoais que ela já relatou e acabou se encontrando na filosofia oriental. Você, quando afastou-se um pouco das telas, apesar de fazer teatro, você já foi fazer esses estudos ou isso foi resultado de suas buscas? 

Helena Ignez: Os dois ao mesmo tempo. Não sei se eu falei aqui, mas os anos 80 me deixaram completamente desinteressada de cinema, muito, absolutamente. E o teatro, eu achava que faltava um pouco de inteligência. Preferia o cinema, mas as pessoas que eu tinha conhecido já tinham se dispersado, acabou tendo que fugir  pra lá e pra cá. Os que ficaram eram os mais acomodados, e os que fizeram filmes e fizeram sucesso foram os piores. Jamais me submeteria àquele ritmo de atriz. Assistindo agora uma entrevista do Carlos Mossy (ator, diretor, e produtor de pornochanchadas, comédias eróticas dos anos 70 e 80), que é engraçada, tem que ver que tem o seu humor – não estou fazendo nenhuma crítica nesse sentido – mas o jeito que ele falava... Primeiro ele ficou procurando o percentual de meninas e atrizes que ele namorou. Depois ele foi se aperfeiçoando e falou: “Acho que foi 98%”. 

Mulheres: Foi no programa do Selton (Mello – Programa “Tarja Preta”, no Canal Brasil), não é? 

Helena Ignez: É. Aí, era muito divertido porque eu estava assistindo com minha filha, e toda vez que aparecia mulher: - “Essa aqui é uma delas”. É uma coisa, né? Não tem nada a ver comigo aquilo. Eu até ficava feliz e pensava “tomara que eu envelheça logo pra sair dessa e poder fazer o meu trabalho, que eu quero fazer, ficar isenta”. 

Mulheres: Você citou sua filha. Suas filhas também estão se enveredando no caminho do cinema, não é isso? Produção, tem uma que é atriz... 

Helena Ignez: E outra, que é a Paloma. Quer dizer, a Paloma é uma diretora, uma montadora nata. Ela é incrível, quando ela lida com isso como o resultado é bom. Ela é ótima e fez oito anos também na tv Globo aprendendo tudo de assistência. Então tá muito competente, Paloma já tem 44 anos e agora ela está com a obra do pai, de restauração. Fez também um documentário, dizem que é muito bonito, “Depois do Transe”, que passou agora no Festival de Cannes. Essa é, desde menina, enfronhada, também é atriz, etc. A Djin, que é atriz, também típica atriz, não sei se vai fazer outras coisas a mais, se vai dirigir ou não. Ela é atriz, estudou em Londres, bastante, se dedicou, tem sempre projetos, e gosta muito de televisão. Ela é muito de imagem, ela tem um resultado maravilhoso na imagem. E a outra minha filha, que é a primeira nossa, minha e de Rogério, não tem nada a ver com isso, é música-terapêuta e gosta muito de música, tanto é que ajudou o pai, ela fez a assistência dele na trilha de “O Signo do Caos”. 

Mulheres: Os filmes do Cinema Marginal são muito falados e pouco vistos. Agora, o público de Belo Horizonte está tendo a oportunidade, com o Seminário e Mostra Cinema Marginal: um cinema de invenção, não só de ver os filmes, mas também refletir sobre eles. Qual a importância que você vê em um evento como esse para o desenvolvimento da cultura cinematográfica? 

Helena Ignez: Essa coisa estraçalhada, da linguagem, que foi muito característica do Cinema Marginal, mesmo que eu, em alguns momentos, não defenderia, isso é uma fonte riquíssima. Os filmes são fonte de inspiração, exemplo de originalidade, pensamento também sobre arte, original. E foi um cinema político, um ato político, perigoso até de ser exercido. Eu acho extremamente importante, saber que as coisas não começaram agora, com a televisão, com Globosat, existia intensamente, uma cultura brasileira original que até poderia ter um resultado mais rico. Hoje eu até prefiro o cinema argentino ao cinema brasileiro. Ele é mais humanista, pelo menos, uma qualidade mais delicada. Eu acho que, pela televisão, a gente perdeu muito. 

Mulheres: Eu já ia te perguntar isso, tem algum filme brasileiro atual que você goste mesmo, dessa produção recente, tem algum que você citaria, que você viu e gostou? 

Helena Ignez: Tem, tem filmes que eu gosto sim. Filmes, né? Porque essas pessoas que fazem esses filmes, por exemplo, elas fazem outros filmes que eu não gosto. Então não é autor, tem vários filmes que eu acho interessante, vários filmes. 

Mulheres: Você está agora trabalhando na divulgação de “O Signo do Caos”, não é? 

Helena Ignez: É, no lançamento. 

Mulheres: O filme tem tido críticas belíssimas, é um momento especial mesmo de realização. Você está trabalhando em um roteiro que o Rogério deixou, não é isso? 

Helena Ignez: É, esse roteiro, basicamente, já está trabalhado. Foi feito por ele e o que eu fiz foi editar, colocar numa ordem que não estava, por exemplo, as páginas não eram numeradas, então tinham sequências separadas. Tinha muito material, porque ele começou a escrever em 92, são 12 anos que ele vinha escrevendo, junto com outras coisas. Ia fazendo e escrevendo essa Revolta de Luz Vermelha, que depois se chamou “Luz nas Trevas”, ele que deu o nome. E hoje é a coisa mais importante que eu possa fazer no momento pra mim, fonte de felicidade, de alegria, de contribuição. O que eu possa dar na maturidade vem através desse filme, acredito que sim. 

Por outro lado eu também faço teatro, estou no “Sete Afluentes do Rio Otta”, que eu adoro fazer. E acho bonito também a posição da Monique (Gardenberg), porque tudo que a Monique faz ela faz bem. Você pode até  achar que não é tão bom, mas tem um nível, uma qualidade, um bom gosto, um acerto. Eu acho que isso vem da personalidade dela, como ser humano, total, como mulher, até mais do que como artista. 

Mulheres: Vê-la aqui em Belo Horizonte é uma honra e um prazer enorme. A gente agradece ao Seminário e a Mostra e agora é torcer para que a peça venha a BH para que a gente possa vê-la no palco. 

Helena Ignez: Muito obrigada. Eu espero também vir a Belo Horizonte até antes do “Rio Otta”, trazendo “O Signo do Caos”. Se ele vai ser lançado em setembro, talvez a gente já venha aqui em outubro. Tem que ver com o distribuidor, que é a Riofilme, a Petrobrás, as datas, mas vai ser logo logo. E também quero agradecer muito à Mostra, a Belo Horizonte, toda essa cultura que eu amo muito, as pessoas que me convidaram, ao Ricardo (Alves Jr, coordenador do Seminário e da Mostra), que eu tive o prazer  de conhecer, que realmente é um menino prodígio. 

Mulheres: Pode ter certeza que a gente quer muito vê-la na tela e no palco. Vamos aguardar. 

Helena Ignez: Muito obrigada, obrigada a você, ao seu site, com muito carinho, viu? E tudo de bom, com muita cultura, muita sensibilidade aqui para nós todos. 

Mulheres: Obrigado! 

Helena Ignez: Saúde! 


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Sala 
 Sala Dina Sfat
Atriz intensa nas telas e de personalidade forte, com falas polêmicas.