Ano 20

Marcélia Cartaxo

*27 de outubro de 1963 - Cajazeiras - PB

Cena de A hora da estrela, 1985, Suzana Amaral
Cena de A hora da estrela, 1985, Suzana Amaral
Se a Paraíba já tinha oferecido, entre outros, o notável José Dumont, o Estado voltou a estremecer as artes cênicas brasileiras com a revelação de Marcélia Cartaxo. Como ele, a atriz tem o tipo característico nordestino, sem que no entanto essa marca seja uma camisa de força. Ao contrário, Marcélia Cartaxo é uma atriz com talento para compor personagens diversos, apesar de nem sempre o cinema ou a TV serem generosos com a sua grandeza.

Em 1985, a diretora Suzana Amaral causou furor com sua adaptação de A hora da estrela, de Clarice Lispector. O filme, que já nasceu clássico, trazia como protagonista Marcélia Cartaxo, e fazia parecer que Macabéa nunca tinha sido outra a não ser a própria atriz. Sucesso nas telas e de crítica, Marcélia seduziu não só o Brasil - Melhor Atriz no Festival de Brasília, como também o mundo - Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim. Não por acaso, seu parceiro no filme foi o ator José Dumont.

Antes de ser revelada nacionalmente por A hora da estrela, Marcélia Cartaxo já mostrava seu talento no teatro, chegando depois à televisão. Depois desse filme, a atriz teve bons momentos em Fronteira das almas 16060 - por esse último recebeu o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Brasília de 1995. Outro grande momento em que voltou a brilhar foi como Laurita no ótimo Madame satã, de Karim Ainouz, que segundo a própria Marcélia foi o seu melhor papel desde a comovente Macabéa. Já em 2019, a atriz volta a impactar com mais uma grande personagem, a comovente protagonista  Pacarrete, premiado longa de Allan Deberton.

Em 2003, Marcélia Cartaxo foi para trás das câmeras e co-dirigiu com Gisella de Mello o curta Tempo de ira.


Filmografia

A hora da estrela, 1985, Suzana Amaral
Brasa adormecida, 1986, Djalma Limongi Batista
Fronteira das almas, 1987, Hermano Penna
Sonhei com você, 1989, Ney Sant´Anna
Césio 137 - pesadelo em goiânia, 1990, Roberto Pires
Dente por dente, 1994, curta, Alice de Andrade
A árvore de marcação, 1995, Jussara Queiroz
16060, 1995, Vinícius Mainard
For all, o trampolim da vitória, 1997, Luiz Carlos Lacerda e Buza Ferraz
Policarpo quaresma, herói do Brasil, 1998, Paulo Thiago
Amélia, 2001, Ana Carolina 
Madame satã, 2002, Karim Ainouz  
Tempo de ira, 2003, curta, Marcélia Cartaxo e Gisella de Mello
Quanto vale ou é por quilo?, 2005, Sérgio Bianchi
Crime delicado, 2005, Beto Brant
O amigo invisível, 2006, Maria Letícia
O caso morel, 2006, Sheila Feital
O céu de suely, 2006, Karim Ainouz
Batismo de sangue, 2006, Helvécio Ratton
Baixio das bestas, 2006, Claudio Assis
A pedra do reino, 2007, Luiz Fernando Carvalho
Doce de coco, 2010, curta, Allan Deberton
Trampolim do forte, 2010, João Rodrigo Mattos
Big jato, 2016, Cláudio Assis
Nova Amsterdan, 2016, Edson Soares do Nascimento
New York, 2018, curta, Leo Tabosa e Arthur Leite
Pacarrete, 2019, Allan Deberton
Acqua Movie, 2019, Lírio Ferreira
A ética das hienas, 2019, curta, Rodolpho de Barros
Helen, 2020, André Meirellez Colazzo
Ela que mora no andar de cima, 2020, curta, Amarildo Martins

Veja também sobre ela
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Sala 
 Isabel Ribeiro
Presença luminosa nas telas, brilhou no cinema, teatro e televisão.
Sala 
 Ana Carolina
Cineasta de assinatura personalíssima e de filmografia inquietante.